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sábado, 2 de dezembro de 2017

Graus de Convicção



Grau de Convicção
Christiano Agarido (Ismael Gomes Braga)
Reformador (FEB) Janeiro 1941

 A Fé que transporta montanhas é a expressão máxima da convicção dos Espíritos Superiores, perfeitamente identificados com o Criador. Dessas alturas até nós outros, há infinitas gradações de convicção. 

Desde a indiferença impensante, que crê para não se dar ao trabalho de pensar, até aos que creem porque têm certeza, a escala é estensíssima. Sobe da Terra ao Céu, pelos degraus da afirmação ou desce da Terra aos abismos insondáveis, pelos degraus da negação pessimista.

A imensa maioria da humanidade, por infelicidade sua, é indiferente. Crê friamente no que ouve, mas tem o pensamento ocupado pelas necessidades materiais, que constituem, de fato, o alvo único de tudo o que ela pensa. Essa maioria ainda está adormecida para a vida espiritual, de que não cogita. Acompanha exteriormente as tradições sem indagar como, nem porque o faz. 

Entre os que já despertaram e se interrogam a si mesmos e ao mundo ambiente, existe outra escala com muitos degraus ascendentes. Nos primeiros, a convicção mal se esboça: pouca profundeza e muita curiosidade, Depois, pelo estudo, pela observação, a convicção se vai consolidando e transformando em certeza "científica", isto é, certeza que não altera o curso da vida, porque está unicamente no consciente. Em seguida, acumula-se no subconsciente e se transforma em "certeza vital", ou automatismo da crença. Desde então, inicia-se uma vida nova; todos os valores mudam de significação. Coisas que antes pareciam possuir valor imenso descem para plano secundário; outras, ao contrário, que pareciam, insignificantes, crescem de importância.

A ânsia de aprovação, o receio dos juízos alheios, a preocupação de justificar-se vão desaparecendo. Amortecem o temor do futuro, as esperanças entusiásticas, o apego aos bens da terra.

Pela leitura continuada da boa literatura espírita, a pouco e pouco, todos vamos conquistando um estado d’alma, que tende a abolir essa mesma literatura, salvo as mais belas que sobreviverão como obras de arte, quais alguns poemas de combate à escravidão  que ainda agora se reeditam.  Quando chegarmos à certeza absoluta, por exemplo, da sobrevivência, toda a primorosa literatura de Bossano, que hoje nos encanta, terá perdido significação. Reclamaremos, então, uma literatura que nos fale de coisa já tão sabida, mas que nos ajude a construir em nós mesmos estados mais elevados de consciência.            .

São infinitas presentemente as gradações da fé; mas, essa fase é passageira. Estamos galgando novo estado de consciência, que não deixarão vácuo para a dúvida ou a hesitação. Quando descerem do consciente para o subconsciente, os conhecimentos que nos estão sendo ministrados pela mediunidade, a nossa fé se tornará intuição da verdade. Teremos em nossa própria alma a verdade que nos há de libertar dos grilhões do pecado e, então. seremos construtores de um novo mundo.

Do nosso, vocabulário desaparecerá a palavra impossível porque já teremos conquistado a fé que tudo pode.          

A literatura espírita de hoje, a multiplicidade dos fenômenos por toda a face do globo são a obra preliminar, cremos, da preparação dos obreiros necessários às grandiosas realizações do terceiro milênio. Nossa convicção já está sendo elevada a novo grau.


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