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sábado, 2 de dezembro de 2017

Espíritos Familiares


Espíritos Familiares
Emmanuel por Chico Xavier
Reformador (FEB) Março 1956

No intercâmbio entre encarnados e desencarnados, deve-se lembrar que a morte nem sempre é sublimação espiritual, que a mediunidade, em sua expressão fenomênica, não é atestado de progresso moral definitivo da criatura terrestre e que os problemas do mundo prosseguem na alma que se transferiu de plano, quando a mente não conseguiu desvencilhar-se das ilusões da existência física.
Muitos companheiros atravessam o túmulo, conduzindo consigo paixões e frustrações que lhes constituem doloroso purgatório na vida espiritual, e muitos médiuns, não obstante respeitáveis pelas boas intenções em que se inspiram, permanecem jungidos ao passado inquietante, trazendo faculdades cativas a provas e angústias pelas quais se redimem.
Desse modo, é necessário compreender que a palavra dos familiares desencarnados, muito embora doce e amiga, pelo carinho que traduz, pode conter o envenenado vinho da lisonja, que, sorvido por nossa leviandade, nos prejudica o soerguimento e a recuperação.
Indubitavelmente, não devemos repelir a visita afetuosa das entidades que se nos afeiçoam à alma, entretanto, é imperioso analisar-lhes a conceituação e verificar-lhes os propósitos, em confronto com a posição que Jesus reclama de nós, a fim de que não estejamos embebedados pelo reconforto particular, indesejável aos nossos verdadeiros testemunhos de regeneração e progresso.
         É imprescindível o estado de vigilância contra todos os convites à vaidade               e ao egoísmo que, muitas vezes, se fantasiam de caridade ou de amor para                    tumultuar-nos o coração.
Guardemos a correta atitude do aprendiz do Senhor que não desconhece o sacrifício de si mesmo como estrada única para a ascensão a que se propõe.

Amemos os nossos espíritos familiares e agradeçamos a devoção afetiva com que nos acompanham, contudo não nos esqueçamos de que eles e nós possuímos no Cristo o nosso padrão de luta; e se ao nosso Divino Mestre foi reservada a cruz como recurso supremo à celeste ressurreição, estejamos valorosos no aprendizado redentor, abraçando no sofrimento e no serviço incessante os nossos reais instrutores, no caminho irrepreensível para a conquista da Vida Eterna. 

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