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sábado, 2 de dezembro de 2017

Divisionismo


Divisionismo
F. Salústio
Reformador (FEB) Março 1956

Temos, pela memória Inácio Bittencourt, um respeito extremo. Quando ele, cumprindo espiriticamente seu apostolado cristão, atendia a enfermos à rua Voluntários da Pátria, no Rio de Janeiro, lá estivemos diversas vezes e podemos dizer que nossa fé cresceu e se robusteceu ante os exemplos que recebemos juntamente com as receitas que nos indicavam remédios para os males do corpo.

Depois de tantos anos, reapareceu Inácio Bittencourt, e agora na página principal desta revista, chamando a atenção de todos os espíritas, em "Aviso Oportuno", para os perigos que andam por toda a parte, tais como lobos metidos em peles de cordeiros ... lnácio Bittencourt foi, em vida, uma criatura de Deus que sabia ser bom, prestante, dedicado mas também sabia ser enérgico, quando se fazia necessário evitar a expansão de males sub-repticiamente introduzidos nas coletividades, dando a todos a aparência de benefícios.

Estamos enfrentando uma época de dificuldades enormes. O Espírito das trevas imagina novos ardis para iludir os incautos e descuidados das lições prodigiosas de prudência contidas nos Evangelhos do Mestre. O divisionismo se expande. Usa mel nos lábios e suas palavras são enfeitiçantes. Fala no Cristo, menciona Deus, exalta o Evangelho, mas sua obra não se coaduna com as lições de Jesus, com a moral divina, nem se enquadra nas lições evangélicas. A pretexto de unir, está dividindo. Há objetivos ocultos por trás das palavras enganadoras; Quem quiser saber, que saiba ouvir e saiba enxergar.  

           Dividir para dominar é um lema antigo. Mas está sempre novo entre os que exercem. a hipocrisia como elemento de êxito para os fins que têm em vista. Aparentam servir a Deus, mas, na realidade, estão servindo a Mamon, quando, segundo o Mestre, não é possível servir simultaneamente a ambos.  Aos que estão realizando a obra divisionista na seara espírita, embora pregando a união, que não desejam verdadeiramente, a não ser em torno de seu movimento separatista, podemos dizer, como disse Jesus aos insinceros que enxameavam os lugares de sua peregrinação: "Muitos, nesse dia, me dirão; Senhor! Senhor! não profetizamos em teu nome? Não expulsamos em teu nome o demônio? Não fizemos muitos milagres em teu nome?  Eu então lhes direi em altas vozes: Afastai-vos de mim vós que fazeis obras de iniquidade."

             A história se repete, ainda que sob diferentes roupagens. Muitas vezes o lobo voraz se torna melífluo, fala docemente, distribui migalhas fazendo alarde de sua generosidade, porque seu plano lhe prodigalizará maiores vantagens. Em troca das migalhas, destinadas a seduzir os incautos, virão proventos pingues. O trabalho divisionista é sempre bem arquitetado e o número dos tolos é infinito segundo está na Bíblia ...

Os espíritas devem, unir-se em torno do Espiritismo, porque só assim suas sociedades poderão sobreviver. Caso contrário, serão insensivelmente absorvidas e, quando derem conta da situação, tudo estará em piores condições. Os falsos profetas andam em legião batendo suas sandálias por todas as estradas. (“Guardai-vos
dos falsos profetas que vem ter convosco coberto de peles de ovelha e que por dentro são lobos rapaces. Conhecê-los-eis pelos seus frutos." Examinai como realizam o dever da caridade e observai se são capazes de exercê-la com espírito verdadeiramente cristão, "porquanto falsos Cristos e falsos profetas se levantarão que farão grandes prodígios e coisas de espantar ao ponto de seduzirem, se fosse possível, os próprios escolhidos".

Atentai, pois, confrades do Espiritismo, para os perigos que os cercais. Não vos deixeis ludibriar. Podeis evitá-lo. Tudo depende exclusivamente de vigilância. O divisionismo está em marcha, mas poderá ser detido e eliminado, para que ainda mais se fortaleça nosso esforço abençoado pela unificação do Espiritismo, ratificado
pelo Pacto Áureo. O trabalho de dividir os espíritas é obra da treva, conforme se pode ler nas entrelinhas da comunicação psicofônica de Inácio Bittencourt a Francisco Cândido Xavier – “Aviso Oportuno.”


Nota do Blog: O artigo “Aviso Oportuno” está, desde muito, disponível neste Blog.

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