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quinta-feira, 25 de maio de 2017

A fada que corre..


Fada que corre... (parte)
Suzane Misset-Hopês
Reformador (FEB) Junho 1954

Ofereço, com confiança, aos nossos leitores, o simples fragmento de uma grande obra, que eu direi ser a visão sandiana de "a fada que corre"
aromatizando a verdade, de maneira tão agradável.

"Encontrei certo dia uma boa fada que corria como louca, apesar de sua avançada idade.

- Estais tão apressada em deixar-nos, senhora Fada?

- Ah! não me faleis - respondeu ela -; há algumas centenas de anos que não revia vosso pequeno mundo, de maneira que agora não compreendo mais nada.

Ofereço a beleza às moças, a coragem aos rapazes, a. sabedoria aos velhos, a saúde aos enfermos, o amor à juventude, enfim, tudo o que uma fada
honesta pode oferecer de bom aos humanos, e todos recusam essas minhas dádivas.

- Tendes ouro ou prata? - perguntam-me eles.

- Não.

- Então passa adiante, a nós só interessa a riqueza.

Ora, eu fujo, pois receio que as pequenas rosas dos espinheiros alimentem a pretensão de irem de carro às campinas.

- Não, não - gritaram as rosas que haviam escutado o seu queixume -, temos gotas de orvalho em nossas pétalas.

- E nós - disseram rindo, as borboletas - temos ouro e prata em nossas asas!

Aí tendes, declarou a fada, os únicos seres judiciosos que encontrei em minha viagem.” (27 de Novembro de 1859.)

Que diria a boa fada se voltasse em nossos dias?..

Obrigada, grande George Sand (*), por essas linhas de cristal, salientando com rara beleza a ambição nefasta (as riquezas materiais, e a sabedoria viva dos ornamentos da Natureza. )

Felizes os que, entre os humanos, sabem dar valor às riquezas inatas, tesouros espirituais que existem ocultos em toda alma voltada para Deus!

(*) Pseudônimo da escritora Amandine-Lucie-Aurore Dupin, que nasceu em Paris, e morreu em Nohant, em 1876.


Traduzido da revista "La Tribune Psychique", de Paris. Número de Abril - Maio - Junho 1954.

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