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domingo, 26 de março de 2017

Inquietude do mau, serenidade do justo


Inquietude do mau, serenidade do justo
J. J. Rousseau in Emile, liv. VI
Reformador (FEB) Agosto 1954


            Dizem que o grito do remorso pune, em segredo, os crimes ocultos  e que muitas vezes os coloca em evidência.  

            Ai! quem de nós, um dia, não ouviu essa voz importuna? Nosso desejo, sem dúvida,  é sufocar esse sentimento tirânico que tanto nos atormenta... O mau, dele se apavora e tudo faz por afugentá-lo, lança em torno de si olhares inquietos e busca alguma coisa que o distraia...

            Sem a sátira amarga, sem o gracejo insultante estará sempre triste. O riso escarnecedor é seu único prazer. No entanto, a serenidade do justo é toda interior, em seu riso, não se vislumbra  maldade alguma, apenas alegria, cujo manancial  ele próprio o conduz. Só ou em companhia de muitos está sempre alegre. Não tira para si o prazer que nos outros exista, porque ele é quem comunica aos demais a alegria que usufrui.



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