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sexta-feira, 2 de dezembro de 2016

Lavradores Homicidas


Lavradores Homicidas               
           
21,33   “Ouvi outra parábola: Havia um pai de família que plantou uma vinha. Cercou-a com uma sebe, cavou um lagar e edificou uma torre de vigia e, tendo-a arrendado   a   lavradores, deixou o país.
21,34  Vindo o tempo da colheita, enviou seus servos aos lavradores para recolher o produto de sua vinha
21,35  mas, os lavradores agarraram os servos, feriram um, mataram  outro e apedrejaram o terceiro.                                                                            
21,36  Enviou outros servos em maior número que os primeiros, e fizeram-lhes o mesmo.
21,37  Enfim, enviou seu próprio filho, dizendo: Hão de respeitar meu filho!
21,38  Os lavradores, porém, vendo o filho, disseram uns aos outros: Eis o herdeiro!  Matemo-lo e teremos sua herança!
21,39  Lançaram-lhe as mãos, conduziram-no para fora da vinha e o assassinaram. 21,40  Pois bem: Quando voltar o senhor da vinha, que fará ele àqueles lavradores?” 21,41  Responderam-lhe: Mandará matar, sem piedade, aqueles miseráveis e arrendará sua vinha a outros lavradores que lhe pagarão o produto em seu tempo.
21,42  Jesus acrescentou: “ -Nunca lestes nas Escrituras: -A pedra que os edificadores recusaram se tornou pedra angular; obra foi isto do Senhor, maravilhosa aos nossos olhos,. (Salmo 117,22)?”

         Para Mt (21,33-42), -Lavradores Homicidas - atentemos a Sayão em “Elucidações Evangélicas (Ed. FEB)”:

            “O povo de Israel constitui o emblema da parábola. Ele recebera do Pai celestial sucessivas  revelações da verdade divina, por intermédio dos profetas e, afinal, por Moisés, no Monte Sinai. Bem poucos têm sido, entretanto, com relação ao número total das criaturas que hão composto a Humanidade até nossos dias, os que as receberam como deviam e trilharam o caminho que elas lhes traçavam. Veio depois o Messias, o “herdeiro”, no dizer da parábola, ampliá-las e foi repelido e sacrificado, como os mensageiros que o precederam. Vem agora a revelação que todos deviam esperar, de acordo com a promessa do Filho de Deus, para completar e dar formação moral da Humanidade, e ainda as mesmas hostilidades encontra.

            Israel é a vinha que o Senhor plantou; a sebe de que a cercou representa os cuidados que tomou para que conservada fosse a lembrança do seu nome. O lagar é o emblema da provação, da expiação, da reencarnação, em suma. A torre seria a habitação indestrutível dos vinhateiros, se houveram cuidado devidamente da vinha. Os servos têm vindo fazer sentir aos homens que não estavam trilhando o caminho que lhes fora indicado.

            As palavras dos vinhateiros: “Este é o herdeiro  (referência a Cristo), vamos, matemo-lo e a herança será nossa”, tiveram por fim mostrar a cegueira dos que, recusando dar a Deus o que é de Deus, repelindo todas as advertências que lhe foram feitas e ainda o são, pensavam nada terem que recear daquele a quem ofendiam e ainda ofendem com a ingratidão e o endurecimento que demonstram.

            Os a quem se aplicavam essas palavras da parábola naturalmente estão, em parte ao menos, reencarnados na Terra. O que elas objetivavam mostrar se aplica a esses, conforme o disse Jesus, nestes termos: “Esta geração não passará sem que tenhais visto vir o Filho na sua glória.”

            O povo judeu representa os vinhateiros até a “morte” de Jesus. A partir de então, a vinha foi retirada do poder dos “maus” vinhateiros e dada a “outros”. Os cristãos substituíram os Judeus e foram até ao presente os novos vinhateiros. A vinha que o Senhor lhes arrendou é a Humanidade inteira e a sebe com que a cercou é a lei de amor, que o seu Filho bem amado desceu a pregar pela palavra e pelo exemplo. O lagar, como sempre, é a vinha, espremendo-se-lhes a parte material e perecível, o “espírito”, que se não altera e dura eternamente. Constituem-no, pois, as provas, as expiações, em suma todas as conjunturas difíceis por que passamos, para que os nossos Espíritos se depurem e desprendam da matéria que é, para eles, o cadinho da purificação.

            A torre, que é o nosso planeta, será  a habitação indestrutível dos vinhateiros que houveram cuidado da vinha, o lugar seguro onde depositarão o suco da uva, quando lhe houverem dado, pelo trabalho, a propriedade e a pureza de que necessita para ficar guardado nela. Será, portanto, o nosso planeta, quando se houver tornado mundo superior.    

            Assim, com relação aos que receberam a vinha com todos os elementos para cultivá-la e fazê-la produzir e que continuam  a ofender, imitando os que os antecederam, e a repelir os emissários do Senhor, que nos trazem precioso auxílio para o trabalho que nos incumbe, esta parábola mostra o prêmio e as penas que receberão, quando soar a hora de proceder-se à separação dos que mereçam permanecer no planeta depurado e os que hajam de ser dele expulsos como maus vinhateiros. Estes serão os que se houverem obstinado em repelir a nova explosão do amor do Pai, expressa na Revelação Espírita, o Consolador prometido pelo seu Filho, bem amado, até ao momento em que Este, conforme também o prometeu, vier, na majestade do seu poder, trazer aos bons e diligentes trabalhadores da vinha o prêmio da sua presença gloriosa, assinalando ser chegado o tempo de figurar a Terra entre os orbes regenerados.

           
Por haver Ele dito que aquela geração não passaria, sem que houvesse visto o Filho vir na sua glória, conclui-se que a mesma geração ainda revive na Terra, ao menos em parte, reencarnados muitos dos Espíritos que a compunham. Os novos vinhateiros, portanto, são ainda os mesmos e, assim, a parábola, dita com relação a eles, também a nós se aplica. Ora, as circunstâncias em que nos vemos são tais, que não podemos alimentar dúvidas quanto ao que nos espera, se não cuidarmos devotadamente da vinha do Senhor. Outro não virá a ser o nosso destino, senão o de nos vermos compelidos a encarnações em planetas inferiores à Terra na atualidade, depois de passarmos pelos tormentos e angústias de acerbos remorsos, na erraticidade, caso não tratemos de aceitar solícitos o auxílio que nos trazem os emissários do nosso Senhor e Mestre e de empregar os maiores esforços por libertar-nos de todos os vícios e paixões, que são os nossos únicos inimigos, para praticarmos, sobretudo pelo exemplo, a moral que Ele personifica.

            Perseverando nesses esforços e multiplicando-os cada vez mais, é que devemos aguardar, e para ela concorrer, a transformação do nosso mundo, a sua elevação da condição em que ainda se encontra, de mundo material, para a de mundo fluídico, transformação que se operará, não de um momento para outro, porém, pouco a pouco, gradativamente, através de fases assinaladas por esses fenômenos a que chamamos calamidades, flagelos. À medida que ela se for operando, os maus vinhateiros irão sendo expulsos e, completada que esteja, o Senhor, o dono da vinha, implantará em todos os corações o seu reino. O Senhor é Deus, que reina nos corações puros.”

Lavradores Homicidas               

  21,43   “Por isso vos digo: Ser-vos-á tirado o reino de Deus e será dado a um povo que reproduzirá os frutos dele.
21,44  Aquele que tropeçar nesta pedra, far-se-á em pedaços, e aquele sobre quem ela cair, será esmagado,”
21,45  Ouvindo isto, os sacerdotes e os fariseus compreenderam que era deles que Jesus falava.
21,46  E procuravam prendê-Lo; mas temeram o povo, que O tinha por um profeta. 

         Para Mt (21,43-45), -Lavradores Homicidas - atentemos, ainda, a Sayão em “Elucidações Evangélicas (Ed. FEB)”:

            “Jesus personifica a moral, a lei de amor que pregou aos homens, pela palavra e pelo exemplo; personifica a doutrina que ensinou e que, sob o véu da letra, é a fórmula das verdades eternas, doutrina que, como Ele próprio o disse, não é a sua, mas daquele que o enviou. Ele é a pedra angular. Os que rejeitam a pedra que se lhes oferece, para a construção do edifício que os há de abrigar na eternidade, também rejeitam a pedra angular, a que os sustentará. Contra ela se despedaçarão.

            Os Judeus repeliram a Jesus, o enviado, o ungido do Senhor. Despedaçaram-se de encontro a essa pedra que havia e há de resistir aos séculos dos séculos. Não a rejeitemos, por nossa vez, porque a mesma sorte nos aguardará.

            O Espiritismo não é a personificação do Cristo; é porém, a expressão do seu pensamento, a continuação e a conclusão da sua obra. Tendo soado a hora em que o reinado do espírito que vivifica substituirá o da letra que mata, Jesus, depois de ter vindo entre os homens, lhes envia o Espírito da Verdade, por intermédio dos Espíritos do Senhor, missionários errantes e encarnados.

            Ele nos envia e enviará sucessivamente os servos do Pai de família.Não nos choquemos contra essa pedra fundamental do edifício da nossa felicidade eterna.

            Novos vinhateiros, quem quer que sejamos: judeus, gentios, cristãos, espíritas, a vinha que nos foi arrendada é toda a humanidade. Façamo-la produzir frutos e, em cada nova estação, que o entreguemos aos servos que o Senhor mandará, com o encargo de recebê-los.”

                                                                      

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