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terça-feira, 29 de novembro de 2016

Os Dois Filhos - Parábola


Os Dois Filhos - Parábola
           
21,28   “Que vos parece? Um homem tinha dois filhos. Dirigindo-se ao primeiro, disse-lhe: “Meu filho, vai trabalhar na vinha!” 21,29 Respondeu ele: -Não quero, mas, em seguida, tocado de arrependimento, foi.
21,30 Dirigindo-se ao outro, disse-lhe a mesma coisa. O filho respondeu: “Sim, Pai!”, mas não foi.
 21,31 Qual dos dois fez a vontade do Pai?” -O primeiro, responderam-lhe. E Jesus disse-lhes: “ -Em verdade vos digo, os publicanos e as meretrizes vos precedem no reino dos céus!”
21,32  João veio a vós no caminho da justiça e não crestes nele. Os publicanos, porém, e as prostitutas creram nele, e, vós, vendo isto, nem fostes tocados de arrependimento para crerdes nele.”   

Para Mt (21,28-32), -Os Dois Filhos do Vinhateiro - atentemos a Antônio Luiz Sayão em “Elucidações Evangélicas”:

            “Promessas realizáveis no futuro e estímulo para o presente é o que se nos depara nestas palavras suas: “Os publicanos e as meretrizes vos precederão no reino dos céus”. Foi como se dissera:

            “Esses são filhos rebeldes, que tardam em ir trabalhar na vinha do Pai e família, que só vão tardiamente, quando arrependidos, mas que vão; ao passo que vós, orgulhosos, que destes na Igreja os primeiros passos, que dissestes: “-Vou, Senhor”, mas ficastes parados, que haveis mesmo, muitas vezes, retrogrado, chegareis tarde, muito tarde ao reino dos céus, pois que será mister compreendais a vossa falta. Tereis que trabalhar com ardor, a fim de recuperardes o tempo perdido. Quando, porém, chegardes, os publicanos e os de má vida, que se arrependeram a tempo, que cumpriram a sua tarefa, lá estarão desde muito à vossa espera, para vos estenderem as mãos e vos ajudarem a transpor a entrada.”

            Ouçam os sacerdotes, os escribas e os fariseus dos nossos dias, os que tiverem ouvido para ouvir.”

            Para Mt (21,28) -Vai Trabalhar hoje na Minha Vinha - leiamos Joanna de Ângelis por Divaldo P. Franco em “Lampadário Espírita”:

            “Enquanto são moças tuas carnes, goza. Frui as delícias da juventude e aproveita. Amanhã possivelmente será tarde demais.”

            “Tantas dádivas a vida moderna proporciona que é uma lástima desperdiça-las. Se Deus nos concede o ensejo do prazer, porque rejeitá-lo?”

            “Antes que chegue a amargura, reúne para o futuro evocações através do que possas desfrutar agora. Nem sempre será claro o teu sol...”

            “A velhice não é quadra de espera da morte: é também, oportunidade de experimentar divertimentos próprios: passeios, espairecimentos, reuniões sociais com jogos elegantes. Afinal, para que viver?”

            “Vivamos conforme a época. Isto sim! Viver por viver não é razão para viver. A inteligência deve funcionar a serviço da vida agradável” - asseveram com frequência os novos condutores do pensamento, padronizando emoções e ansiedades em limites imediatistas e escravizantes.

            A nova ética parece fundamentada nos jogos irrequietos da carne transitória e putrecível, como se a vida fosse apenas o reflexo de paixões primitivas a explodirem no complexo da personalidade humana.

            “-Filho, vai trabalhar hoje na minha vinha?” - narrou Jesus.

            O apelo gentil do Cristo se reveste de significativa nobreza. Há os que trabalham para o hoje terreno e se afadigam, acumulando bens que ficam e se gastam; muitos laboram para si mesmos e estiolam as mais expressivas qualidades do sentimento; diversos produzem para a loucura da inteligência que se perverte; multidões se engalfinham na luta inglória da ação que conduz à morte...

            O chamamento do Senhor é apelo para a Vida...

            A vinha é o coração imenso da Humanidade.

            Sulcar com o arado do amor a vasta gleba das necessidade espirituais para depositar sementes de luz e esperança, cultivando as próprias aspirações de elevação redentora - eis o que representa o convite.

            Abandonar a horizontalidade das viciações em que se esboroam os objetivos da existência pela verticalidade ascensional da libertação de sombras e dores, mágoas e inquietações - eis a tarefa.

            A experiência no domicílio carnal é valioso estágio da vida imperecível. Ninguém aporta na Terra por impositivo caprichoso do acaso. Por isso mesmo a experiência física se reveste de máxima significação. Cada empecilho pela frente representa teste de valor para a tua resistência. Toda luta vale como forja para fixar valores morais nos painéis do espírito. Não desperdices tempo nem ocasião de produzir na vinha da existência planetária; cultiva simpatia e cordialidade a favor de ti mesmo. O trabalho com Jesus te renovará o ânimo e vitalizará as tuas forças, favorecendo-te com alegria de difícil tradução.

            Alegria! Contentamento feliz.

            Se já te encontras na vinha, após atender ao honroso chamamento com que foste enobrecido, não te detenhas mais ante as loucas facécias com que te acenam os incontáveis partidários da ociosidade na “boa vida”. Avança pela estrada orgânica respeitando o patrimônio carnal que a Divindade te outorgou para a redenção e acumula alegrias que não se convertam em angústias e gozos que não se transformem em fantasmas poderosos a dominarem todas as paisagens mentais...


            Vai trabalhar hoje na vinha do Senhor, alegremente, e constatarás que a verdadeira felicidade ainda é aquela que consiste em fazer felizes os que nos cercam, fixando-se em nós logo depois, como radiosas florações de todo o bem esparzido - resposta do amor d‘Aquele que até agora continua a esperar-nos confiante.” 

(Grifos do Blog) 

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