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sábado, 20 de fevereiro de 2016

Posta Restante - 22


Posta Restante - 22
por Sólon Rodrigues
Reformador (FEB) Fevereiro 1974

            P. -Em alguns grupos mediúnicos, noto que o orientador se faz por identificar com um padre, pastor protestante ou freira. É possível,essa súbita transformação religiosa?

            R. -Guardando imenso respeito pelos que passaram uma existência terrestre na posição de orientadores religiosos ou pastores de almas, valeria lembrar que a desencarnação não produz mudanças súbitas em nenhum de nós.
            Se eles se dedicaram ao campo religioso sinceramente, não por profissionalismo, é possível que, vencido algum tempo, venham a abandonar seus hábitos, apresentando-se como obreiros na seara do Senhor.
            Ocorre, também, e frequentemente, que estamos tão aprisionados aos convencionalismos dos títulos profissionais que, amiúde, rendemo-nos mais ao titulo que ao conteúdo das criaturas.

            P. -Todos os Espíritos desencarnados conhecem a Doutrina Espírita e, em consequência, são espíritas?

            R. - Oh! Não! Religião, antes de mero domínio das noções doutrinárias, é um estágio do senso moral da criatura: Legiões de almas prosseguem no Além, sustentando as mesmas convicções de ontem,embora ligeiramente modificadas. A libertação de dogmas, rituais e hierarquias; a tomada da rédea do destino em nossas próprias mãos; a noção de um Jesus eterno-presente, atuante, despojado da cruz e das interpretações mágicas - que o Espiritismo nos transmite nem sempre podem ser alcançadas por todos.
            A verdade que nos faz livres nem sempre é abarcada.
            Poucos são os Espíritos que são espíritas, se estatisticamente comparados com o imenso grupo de almas ligadas às atividades da Terra.

            P. -Tem os Espíritos a necessidade de apresentar-se sempre com as características da última encarnação?
            R. - Salvo nas ocasiões em que a identificação servirá para auxiliar alguém a alforriar-se de enganos, os Espíritos Superiores jamais tem tal preocupação. Se estiverem unidos ao trabalho de Jesus, sabem que a atividade é impessoal, é do Cristo e não de qualquer um de nós. Estão eles, ao mesmo tempo, libertos da nossa vaidade de querer ligar o nosso nome à nossa obra.
            Há um outro fator importante, no caso. Se tiver de guardar as características de sua última reencarnação, o Espírito se verá coagido a repetir-se nas preferências, nos hábitos, no seu estilo de vida. No entanto, ele já se libertou de tudo isso.
            Exemplos? A partir da própria Codificação: Quais eram os Espíritos que formavam esse todo impessoal a que chamamos Espírito da Verdade?
            E o público rompimento de Humberto de Campos com seu estilo literário e seus “lugares comuns" de literato, quando pode transformar-se no Irmão X?
            E quem é André Luiz, esse magnífico orientador?
            E Hilário Silva?
            Que diríamos de um Emmanuel que, embora já se tenha revelado um ex-Públio Lentulus, um ex-escravo, um ex-sacerdote, é esse nome sem origem terrena: Emmanuel?


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