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sábado, 26 de dezembro de 2015

Expiações e Provas


Expiações e provas.

Expiações ou provas.

Expiões e/ou provas.

Sutilezas doutrinárias que suscitam, com frequência, indagações: Que é expiação? Que são provas?

A nosso ver, o assunto foi claramente explicado a Allan Kardec, em "O Livro dos Espíritos", Parte Segunda, Cap. VI, "Da Vida Espírita".

Expiação é resgate, é reparão, sob o impositivo da Lei de Causa e Efeito, a que estamos submetidos na caminhada rumo ao aperfeiçoamento, em harmonia com os preceitos evangélicos "ninguém sairá daqui sem pagar o último ceitil", e "a cada um será dado de acordo com suas obras".

Na provação, há escolha de certas situações reajustadoras, algumas vezes usando o reencarnante seu livre-arbítrio; outras vezes, por sugestão de Amigos Espirituais, ou, ainda de outras, com ambas as hipóteses.

O pronunciamento dos Espíritos (questões 258 a 273) aclara suficientemente o assunto, nada obstante surgirem frequentes interrogações em nossos estudos doutrinários.

Assim como as leis humanas punem, nos Tribunais, o elemento faltoso, a Suprema Justiça corrige, instrui e ajuda o infrator, submetendo-o à expiação de seus erros.

A provação é um teste. É um experimento através do qual revela o Espírito, encarnado ou desencarnado, suas reais e efetivas possibilidades.

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A Divina Sabedoria, pelo maravilhoso mecanismo de suas leis, que o nosso atraso não permite apreender integralmente, planifica determinados tipos de provas para reajuste de nossa Alma. São provações preestabelecidas nos Conselhos Maiores da Espiritualidade, integrando o quadro de nossas lutas redentoras.

Existem, contudo, provas circunstanciais, isto é, do presente. Não m origem no passado. Não foram planificadas antes de nosso ingresso "nas correntes da vida física", atras da reencarnação.

A existência humana, com seus altos e baixos, reações e imprevistos, impõe-nos, a cada momento, os mais diversos testes, desafiando a lucidez da inteligência, a vigilância do coração, o equilíbrio do sentimento, os valores morais, a firmeza da fé e das conviões.

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Não é fácil distinguir, sem erro, as provas do pretérito das que surgem no presente. Mas, que importância tem isso? Nenhuma, a rigor.

O essencial, assim o entendemos, é superar, transpor, triunfar das provas. Resignar-nos ante as expiações, por mais dolorosas, escudando-nos em Cristo e Kardec, o Mestre e o Discípulo, ou seja, no Evangelho e assim na Filosofia Espírita.

Nas expiações e nas provas, temos, portanto, dois maravilhosos elementos de sustentação: Jesus e Kardec, coadjuvados pelos sublimes Benfeitores de Mais Alto.

O Divino Emissário e o Codificador do Espiritismo nos levarão, no tempo e no espaço, ao esclarecimento e ao progresso. A redenção e à felicidade.

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Expiar, pois, é resgatar faltas.

Ser provado é ser testado, ser experimentado em lutas e situações difíceis. Emmanuel, o abençoado Instrutor, faz, claramente, a diferenciação entre uma coisa e outra: "a prova é o mesmo teste inquietante e o golpe da expiação continua sendo a luta difícil e inevitável... " (Leia-se "Religião dos Espíritos", mensagem "Oração e Provação", edição da FEB, pág. 83

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O tema, embora explicado com clareza pelos Espíritos, apresenta, reconhecemos, sutilezas.

Embora expiações e provas sejam coisas distintas, geralmente se confundem nas conceituações humanas, bastando lembrar que, na expiação, também está o Espírito sujeito à prova da resignação e da fé, da confiança e da humildade...

Allan Kardec em "O Evangelho segundo o Espiritismo" é claro: "assim, a expiação serve sempre de prova, mas nem sempre a prova é uma expiação." ("Causas Anteriores das Aflições".)

O Espírito submetido a uma expiação é, ao mesmo tempo, provado no desejo de sair vitorioso.

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O importante para o ser humano é vencer, cristãmente, provas e/ou expiações, compreendendo e perdoando, estudando e trabalhando, eis que, segundo André Luiz: "diante de qualquer sofrimento, o trabalho é o nosso melhor caminho de libertação." ("Respostas da Vida", edição IDEAL, g. 85)

A evolução depende, essencial e basicamente, de sabermos suportar, com intrepidez, as expiações que redimem. E superar, nobremente, as provas que faceamos, eis que ambas, sintetizando lutas e experimentações, se definem por autênticos cadinhos purificadores da Alma.

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O triunfo sobre Expiações e Provas fortalece o Espírito. Liberta-o para sublimados cometimentos.

Com a libertação, novas conquistas.

A elevação do sentimento.

A iluminação da consciência.

O enobrecimento do coração.

A solidificação do caráter, construindo a dignidade pessoal.

A luz no santuário interior.

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Aluno que recusa as provas, deixando de realizá-las em tempo hábil, não recebe o diploma no final do ano letivo. Fenômeno idêntico ocorre com o Ser Imortal no Educanrio Terrestre.

Nossa luz interna brilhará, em tempo mais ou menos breve, amanhã ou daqui a séculos ou milênios, na proporção do esforço e da sinceridade em vencermos expiações e/ou provas, no círculo da parentela ou no relacionamento social.

Exercitando os valores da humildade e da paciência, virtudes realmente difíceis, mas não inatingíveis, da compreensão e da boa-vontade, do amor e do trabalho, com Jesus e Kardec, estaremos harmonizando-nos com vistas à grande jorrada.

A luz da renovação espiritual começa ...
Expiações e Provas
J. Martins Peralva

Reformador (FEB) Maio 1976

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