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sexta-feira, 14 de agosto de 2015

Não há inércia no Além



            Quando da fase final de sua permanência visível entre os homens, JESUS, no intuito de confortar seus discípulos, que se mostravam acabrunhados, por lhes haver anunciado sua breve partida, disse-lhes: “Não se turbe o vosso coração; crede em Deus, crede também em mim. Na casa de meu Pai há muitas moradas.”

            Sim, na casa de nosso Pai, - o Universo -, existem muitas moradas, que são os infinitos mundos que circulam no espaço imensurável, apresentando cada um deles diversos graus evolutivos, onde os espíritos ingressarão, de acordo com o seu maior ou menor progresso.

            Independente da diversidade de mundos, essas palavras de Jesus também podem referir-se ao estado venturoso ou desgraçado do Espírito na Erraticidade. E Allan Kardec afirmou que “variarão ao infinito o meio em que o Espírito se encontra, o aspecto das coisas, as sensações que experimente, as percepções que tenha.”

            Há, ainda ,muita gente que alimenta a crença de que, extinta a vitalidade do corpo carnal, o Espírito desde logo se liberta completamente das influências e reclamos de ordem material. Não nos esqueçamos, porém, de que por toda a parte, isto é, em todos os mundos, e, portanto, em todos os planos chamados espirituais e pertencentes ao âmbito de cada planeta, existe a matéria em seus diferentes graus de condensação. Ou, diremos melhor, em seus estados mais ou menos quintessenciados.

            Depois de nossa desencarnação, a alma prossegue em Sua marcha evolutiva, através do corpo perispiritual, e o perispírito não é, porventura, um corpo material, embora vaporoso para os nossos olhos, sem que deixe de ser realmente, grosseiro para os Espíritos que já atingiram mais altos padrões evolutivos?

            O perispírito não é um corpo de vaga neblina, e sim, organização viva a que se amoldam as células materiais. O Espírito, quando desligado de seu corpo físico, vai encontrar, nas diferentes colônias espirituais pertencentes à órbita da Terra, escolas, laboratórios, hospitais, creches e muitas outras organizações, porque a vida continua, porque o trabalho, o estudo, o serviço de cooperação fazem parte integrante de todos os mundos e de todos os planos a eles pertencentes.

            A morte não é sinônimo de inércia, inatividade, indolência, não nos leva a uma vida puramente contemplativa. O fato de não podermos formar ideia precisa, ou mesmo aproximada de como tudo isso se processa, não é razão suficiente para não admitirmos, logicamente, que a vida do Espírito em tudo se assemelha àquela que ele teve na Terra, dentro, evidentemente, de leis e normas especiais, mas que, no fundo, se equivalem: E a vida, como nos afirmam nossos mentores do Além, não é um cântico de trabalho e criação incessantes?

            Ora, se há vida post mortem, tem, indubitavelmente, de haver trabalho e criação na vida espiritual. Afirmam, e é uma verdade, que Deus trabalha incessantemente. Por que, então, o Espírito desencarnado não haveria de trabalhar igualmente? Os Espíritos que elucidaram Allan Kardec na composição de “O Livro dos Espíritos” foram unânimes em afirmar que a natureza do trabalho está em relação com a natureza das necessidades. Quanto menos materiais são estas, menos materiais o trabalho. Mas, não se deduza daí que o homem se conserve inativo e inútil. A ociosidade seria um suplício em vez de ser um benefício.

            Precisamos não nos esquecer de que a  “Porta Divina não se abre a Espíritos que se não divinizaram pelo trabalho incessante de cooperação com o Pai Altíssimo!”

Não há Inércia no Além
Sylvio Brito Soares

Reformador (FEB) Julho 1971

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