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quinta-feira, 28 de maio de 2015

Fidelidade à Doutrina Espírita


           

          O Espiritismo, Com a passagem do primeiro Centenário de “O Livro dos Espíritos", obra que iniciou a ciclópica tarefa apostolar de Allan Kardec para a Codificação, entrou numa fase nova, iniciada em 18 de Abril de 1957, com o lançamento do primeiro selo postal espírita no mundo.

            Mais do que nunca, devem os espíritas manter-se unidos em torno da Doutrina, reafirmando pelo trabalho sua fidelidade a Kardec e sua fé inquebrantável no futuro espiritual da Humanidade, através dos ensinamentos da Terceira Revelação. Este é o dever dos que são íntima e substancialmente espíritas, por prezarem os princípios doutrinários e defendê-los através da exemplificação constante. -

            O espírita revela sua condição pelas ações que pratica e também pela involubilidade de suas atitudes. Empresta sua decidida colaboração à obra comum do Espiritismo, não desertando do posto que aceitou, por ter sempre vivas na lembrança estas palavras de Jesus: “A seara, na verdade, é grande, mas os trabalhadores são poucos." Dado o desenvolvimento extraordinário do Espiritismo, as tarefas de assistência espiritual, moral e material à Humanidade crescem muito depressa, exigindo mais trabalhadores, que se lembrem menos de si mesmos do que do próximo, alimentando o ideal espírita com o altruísmo, sem permitir que a vaidade e o egoísmo empecem o trabalho que devem efetuar.

            A ação espírita, quando perfeitamente subordinada às normas doutrinárias, exerce-se sem bulha, porque os espiritistas devem sempre fazer o bem sem se preocuparem com os agradecimentos dos beneficiados nem com a divulgação de seus esforços nesse sentido. Só assim o trabalho espírita será conforme à Doutrina, pois não há lugar para a egolatria dentro do Espiritismo, nem tão pouco deve haver oportunidade para o endeusamento pessoal.

            Respeitando embora o livre arbítrio de cada um, a Terceira Revelação esclarece e fixa a responsabilidade individual nas tarefas realizadas ou em curso de realização. Há quem goste de chamar a atenção de terceiros para o que faz, a fim de que todos saibam da sua bondade e do seu espírito caritativo, da sua dedicação e do seu pendor para o bem. Quem assim procede não está de acordo com estas palavras do Evangelho: "lgnore a vossa mão esquerda o que a direita der." O orador que ocupa a tribuna espírita mais preocupado com os aplausos do que com a substância de seu arrazoado, é um pobre servo da vaidade. Necessita de amparo espiritual. O esmoler que socorre a miséria, mas deseja testemunhas para o seu ato, é mais infeliz do que o desgraçado a quem socorre. Do mesmo modo, o escritor que se esmera na divulgação de textos escorreitos, sem eximir-se da ânsia de ouvir louvaminhas à sua obra e ditirambos ao seu talento perde seu esforço, imolando-o ao Moloque do orgulho e da presunção.

            O trabalho espírita, seja onde e quando for, exige eficiência, continuidade, discrição e sinoeridade. Sem esses atributos, a ação espírita se dilui, anulando-se no personalismo negativo. O Centenário da Codificação deve sugerir a cada um de nós severa revisão da conduta que vimos tendo na vida. Precisamos reexaminar nossos pensamentos e a diretriz que seguimos. Pode suceder que não estejamos sendo realmente fiéis à Doutrina, desviados em atalhos aparentemente insignificantes. O frequente exame de consciência nos poderá dar uma ideia da fidelidade que supomos guardar à nossa religião, que é a legítima religião cristã, por ser a mais obediente aos ditames de Jesus. Se nos mantivermos estreitamente ligados às lições doutrinárias que nos legou Allan Kardec, então, sim, poderemos ficar tranquilos porque estaremos cumprindo nossos deveres.

            Fidelidade à Doutrina Espírita
F. Salústio

Reformador (FEB) Junho 1957

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