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domingo, 7 de dezembro de 2014

A Morte de Jesus


A Morte de Jesus

Os Quatro Evangelhos
Volume III - 7ª Ed. FEB (1990)
Coordenação: J.-B. Roustaing
Tradução: Guillon Ribeiro

            - Mateus, Cap. XXVII, vv. 31-32;
- Marcos, Cap. XV, vv. 33-37;
- Lucas, Cap. XXIII, vv. 44 e 46.

-  Jesus conduzido ao lugar do suplício.
- Simão de Cirene o ajuda a carregar a cruz.
- Palavras que dirige às mulheres que o lamentavam e pranteavam.

Mateus: v. 31.  Depois de o terem escarnecido, tiraram-lhe o manto escarlate, vestiram-lhe de novo as roupas e o levaram para ser crucificado. – 32. Ao saírem da cidade, encontraram um homem de Cirene, chamado Simão, e o obrigaram a carregar a cruz com Jesus.

Marcos: v. 20. Depois de o terem assim escarnecido, tiraram-lhe o manto de púrpura e lhe vestiram de novo suas vestes, feito o que o levaram para ser crucificado. - 21. E como por ali passasse um Cirineu, chamado Simão, pai de Alexandre e de Rufo, o qual voltava do campo, o obrigaram a carregar a cruz com Jesus.

LUCAS: V. 26. Quando o iam conduzindo, pegaram de um certo Simão, Cirineu, que vinha do campo, e o obrigaram a carregar também a cruz atrás de Jesus. - 27. Seguia-o grande multidão de povo e de mulheres, que o lamentavam e pranteavam. - 28. Jesus, voltando-se para elas, disse: Filhas de Jerusalém, não choreis por mim; chorai por vós mesmas e por vossos filhos; - 29, porque dias virão em que se dirá: Ditosas as estéreis, ditosos os ventres que nunca geraram e os seios que nunca amamentaram. - 30.  Pôr-se-ão todos então a dizer aos montes: Caí sobre nós; e às colinas: Cobri-nos. - 31. Porque, se isto fazem com o lenho verde, que farão com o lenho seco?

N. 297. Jesus, depois de haver sido objeto do escárnio e das jogralidades de todos, foi manietado para ser conduzido ao suplício. Pilatos o entregou aos Judeus, que ansiavam por lhe dar a morte. Mas os soldados do Tetrarca eram os guardas do preso e os executores da sentença. Cumpria-lhes vigiar o condenado, a fim de que não escapasse pela fuga, nem lhes fosse arrebatado à força. Essas as ordens militares que os soldados tinham. Até ao último momento, até que os malfeitores crucificados houvessem exalado o último suspiro, eles eram obrigados a velar pelo cumprimento da sentença.

            Penosa foi a marcha de Jesus. Não tinha ele que mostrar aos homens até onde podiam chegar a resignação e a submissão?

            Nem uma só queixa, nenhum protesto lhe saíram dos lábios. Não digais: “Era-lhe fácil; a carne nada sentia."

            Jesus, naqueles momentos, sofria, sofria muito sofrimento no seu coração pelo endurecimento dos homens. Sofria por ver que séculos e séculos teriam que passar sobre as vossas cabeças, antes que o batismo do espírito vos purificasse. Sofria, vendo quantos sofrimentos o futuro reservava a seus irmãos, aos quais votava amor tão ardente que, para lhes mostrar o caminho que devem trilhar, consentiu em perlustrá-lo. (1)

            (1) Nota da Editora – Ver nº 287 de ‘O Consolador’, de Emmanuel.

            Experimentava as angústias que dilaceram o coração da mãe extremosa que vê transviados, criminosos, seus filhos diletos; que vê prestes a caírem sobre eles os rigores da lei; que lhes brada: "Vinde a mim, vinde a mim e eu vos salvarei; arrependei-vos e obterei o perdão para vós", e os vê surdos, a lhe voltarem as costas para prosseguirem no funesto caminho. Ela não sofre, é certo, na sua carne, a carinhosa mãe; seus ossos não são despedaçados. Mas, todas as fibras do seu coração estalam dolorosamente; torturam-na a ansiedade, a aflição pelo futuro de seus bem-amados!

            Sim, Jesus sofria, sofria no seu amor e sofre ainda, quando vos vê endurecidos. Amenizai esse sofrimento com o vosso amor e a vossa submissão, único bálsamo capaz de cicatrizar as chagas que a vossa ingratidão e os vossos crimes abriram.
           
            No que disse às mulheres que o pranteavam e lamentavam aludia figuradamente à destruição de  Jerusalém, assim como às calamidades, que a necessidade da depuração e da transformação do vosso planeta e da humanidade terrena faz inevitáveis, calamidades que de futuro ocasionarão a destruição da vossa Jerusalém moderna, do vosso mundo, a fim de que uma nova cidade e um templo indestrutível sejam reconstruídos.

            Porque, disse Jesus, se isto fazem com o lenho verde, que farão com o lenho seco?

            Estas locuções - lenho verde e lenho seco - eram proverbiais entre os Judeus, que por elas designavam os justos e os pecadores. Se daquela forma tratavam o justo, de que modo seriam tratados os pecadores? Essas palavras Jesus as proferiu também figuradamente,  a fim de impressionar, assim os que tivessem de as ouvir quando repetidas fossem, como os que mais tarde viessem a lê-las, mostrando a uns e a outros a sorte reservada ao culpado que despreza o Justo e a moral sublime que ele personifica.



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