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sábado, 4 de janeiro de 2014

Fanal de Esperança


Fanal da Esperança
F. Salústio
Reformador (FEB) Dezembro 1961

            A vida é um grande livro aberto, referto de lições que nem sempre sabemos aproveitar.          

            Acabamos de reler dois livros que nos permitiram reflexões proveitosas: “Elos Doutrinários”, de Ismael Gomes Braga, e “Lições da Vida”, de Almerindo Martins de Castro.

            No primeiro, o autor demonstra profunda segurança no desenvolvimento de uma questão que vai, a pouco e pouco, sendo melhor compreendida e mais amplamente aceita no meio espírita. Referimo-nos à do corpo fluídico de Jesus, magistralmente exposta e sustentada em “Os Quatro Evangelhos”, de J. B. Roustaing; sintetizada em “Elucidações Evangélicas”, de Antônio Luiz Saião; defendida em “Jesus - nem Deus, nem Homem”, de Guillon Ribeiro, e em “O Cristo de Deus”, de Manuel Quintão; comprovada em “O Livro de Tobias”, e reafirmada com autoridade em “Elos Doutrinários”  de Ismael Gomes Braga. 

            Quanto mais os anos se dobram sobre nós, mais convencidos ficamos da realidade que esses livros nos põem diante dos olhos. O raciocínio sereno a cerca da grandeza moral do Mestre e dos poderes espirituais com que veio ao Mundo em forma visível, levou-nos, sem constrangimento algum, a aceitar a doutrina do corpo fluídico, porque ela, somente ela, pode fazer justiça à personalidade extraordinária do Cristo, em sua assinalada presença neste mundo de ilusões, provações e desencantos.

            Portanto, o livro “Elos Doutrinários”, escrito em linguagem simples, mas correta, e com argumentos de imediata assimilação, constitui mais uma meritória obra em favor dessa doutrina sadia e indispensável à interpretação adequada de problemas contidos nos Evangelhos, sem a qual muita coisa quedaria confusa e incompreensível.

            O outro livro a que acima nos referimos -“Lições da Vida” - foi escrito, na maioria de suas páginas, com a tinta do cotidiano, como “Lições desprezadas” e “Lição repetida”. Todos os capítulos são interessantes e absorventes. Aquele que se intitula “A incógnita tortura de Machado de Assis”, porém, constitui um aspecto, até então desprezado, da análise psicológica do famoso escritor.

            “Lições da Vida”... Quantas as recebemos em cada minuto que passa! Quantas vêm e vão sem que as aproveitemos para a nossa melhoria pessoal! Somos espíritas... Que espírita somos, afinal, se a exemplificação da Doutrina e do Evangelho cresce diante de nós, em dificuldades, como um Himalaia diante do pigmeu? Somos espíritas, mesmo demonstrando tanta deficiência no cultivo das virtudes defendidas pelo Espiritismo? Sim, somos espíritas, desde que não esmoreçamos na luta pelo auto aprimoramento moral, desde que saibamos reagir sempre que cairmos, para, reerguidos, recomeçar a incruenta e eterna peleja!
Se porfiarmos em nosso aperfeiçoamento moral, não importam as quedas que provam a nossa inferioridade na escala evolutiva. De queda em queda, mas de reação em reação, chegaremos um dia a abençoar a hora em que ingressamos no Espiritismo e dele fizemos um fanal de esperança para as nossas aspirações de felicidade!


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