Pesquisar este blog

sábado, 11 de janeiro de 2014

Evolução Religiosa


Evolução Religiosa

Lincóia Araucano / (Ismael Gomes Braga)

Reformador (FEB) Novembro 1961

            Em escavações procedidas em diversos pontos do globo terrestre têm sido descobertas cidades pré-históricas que revelam civilizações inteiramente extintas, de povos completamente desaparecidos.

            Em todas essas cidades desentulhadas das camadas geológicas encontram-se duas coisas que as ligam aos presentes costumes: templos, objetos de culto religioso e armas de guerra.

            Vê-se que o homem primitivo adorava seus deuses e matava em massa seus semelhantes do mesmo modo que lemos no Velho Testamento e fazemos hoje no mundo "civilizado". A incompreensão era a mesma de hoje.

            A Lei moisaica tem um mandamento incisivo em nome de Deus: "Não matarás", mas na prática os seguidores da Lei nunca pensaram em obedecer a essa ordem divina. Matavam em massa na guerra e mantiveram sempre a pena de morte em suas práticas civis e religiosas.

            O Cristo confirmou a Lei que proibia a pena de morte e exigiu amor para todos, mas os nominais seguidores de sua doutrina continuam a fazer a guerra e a condenar seus irmãos à morte.

            No mundo dito cristão tem havido as mais tremendas carnificinas e ainda agora (1) no Brasil a Igreja Católica, que se diz cristã, defende com a máxima veemência a pena de morte, sem nenhum escrúpulo ou respeito ao mandamento: "Amarás o teu próximo como a ti mesmo."

               (1)   Do Blog: Isto em 1961. Hoje o assunto não está mais em discussão.

            Não há nenhuma lógica no procedimento dos religiosos que amam a Deus e matam Suas criaturas.

            O primeiro movimento religioso do Ocidente que não admite sob nenhum pretexto o homicídio, é o Espiritismo; não só porque o considera um crime monstruoso, uma rebeldia contra o Senhor da Vida, como também porque prova a crença de que a morte não existe, é apenas uma ilusão dos sentidos, e que o homem que nos parece monstro é uma criatura de Deus, destinada a progredir e santificar-se, e que, por isso mesmo, merece todo o nosso respeito.

            Na evolução religiosa, portanto, o Espiritismo é um ponto de partida, uma era nova que se inicia, abolindo qualquer forma de homicídio legal ou ilegal.

            A sociedade tem o dever de recuperar o criminoso pela educação e, no máximo, o direito de defender-se contra ele, isolando-o até poder entregá-lo à sua própria consciência esclarecida, mas nunca o direito de privá-lo do corpo que lhe foi confiado pela Providência com a superior finalidade de reeducá-lo e salvá-lo.

            A evolução religiosa foi tão lenta que vai sendo superada pelas leis civis de muitos povos materialistas e ateus que não admitem mais a pena de morte em seus códigos e detestam a guerra.

            Infelizmente, porém, quase todos os povos ainda admitem a guerra, as matanças em massa, muito covardes na guerra moderna, sem fronteiras, que massacram igualmente crianças e velhos, mulheres e homens indefesos.

            Contra a guerra nada tentou a religião das igrejas no passado; mas estamos certo de que pela evolução religiosa, nascida com o Espiritismo, a guerra será abolida, para sempre da face da Terra, como o serão igualmente a ignorância e a pobreza. Nossa convicção nesse sentido é inabalável, porque sabemos com segurança que o Espiritismo tem de triunfar no mundo todo, por isso que o vemos renascendo sempre até nos meios que lhe são mais hostis. Nada lhe poderá embargar a marcha, quer com o mesmo nome de hoje, quer com outros nomes que venham a surgir.

            O homem do porvir compreenderá que ele só poderá salvar-se pelo amor incondicional a todas as criaturas de Deus, porque, como disse o sublime Dante Alighieri, o amor é a força que move o universo: L'amor che muove il sole e l'altre stelle.



Nenhum comentário:

Postar um comentário