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sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

Ante o Sexo e o Amor


Ante o sexo e o Amor

Joanna de Ângelis
por Divaldo Franco

Reformador (FEB) Dezembro 1961

            Como o fogo que necessita ser disciplinado para ser útil, o sexo deve ser dirigido pelo amor a fim de preencher a sua finalidade santificante.

            A chama que a fornalha retém, aproveitando-lhe o calor, quando se movimenta a esmo alastra-se em incêndio destruidor.

            O sexo, que perpetua a vida humana nos misteres procriativos quando bem conduzido, é o mesmo elemento que escraviza a alma quando transborda desgovernado.       

            Se te encontras em tormentos íntimos, açoitado pelo látego dos desejos infrenes, recorda o amor no seu roteiro disciplinante e corrige o desequilíbrio, imolando-o ao dever.       

            Não acredites que a emoção atendida nas fontes turbadas possa oferecer-te a tranquilidade que almejas. Amanhã, retornarás, voraz, novamente vencido. E enquanto não a submetas ao crivo rigoroso do teu comando, serás conduzido de forma impiedosa e aniquiladora.      

            Busca, assim, a linfa pura do amor, e, sacrificando o impulso momentâneo, lava as impurezas emocionais que te maculam.   

            Educa o pensamento por onde veiculam os primeiros gritos da emotividade desequilibrada. Todo pensamento que se cultiva, transforma-se em ação que se aguarda.       

            Compreende que as exigências do desejo de agora nasceram ontem, no abuso da função sexual, quando o amor delinquiu contigo, favorecendo os excessos prejudiciais.         

            Enquanto te inclinas sedento sobre as largas faixas do gozo animalizante, procurando as facilidades que conduzem à lassidão e à morte, outros corações, marcados por sinais indefiníveis, arrastam os delitos do passado em alucinantes punições no presente, chorando em segredo, ao sorverem a taça de fel da correção expiatória.

            Não convertas as sublimes experiências da continência sexual em favores degradantes que conduzem à loucura e ao crime.

            Ausculta o coração dos favorecidos pelas concessões do impulso desgovernado e compreenderás o quanto são infelizes e insaciados.      

            Procura sondar a própria alma em rigorosa disciplina produtiva, fiel ao roteiro do dever mantenedor da vida, e, se encontrares ardência íntima, constatarás que ela prenuncia libertação consoladora que logo advirá , Por essa razão, a vitória sobre a carne não pode ser protelada com pretexto de "falta de forças". Se na condição de amo não consegues dirigir, na posição subalterna mais difícil será a tua orientação.
           
            Os que atravessaram os portais do além-túmulo, vencidos pela lascívia e pelos desvios da função genésica, permanecem doentes em longas e desvairadas perturbações, para renascerem fustigados pela emoção atormentada, transformados em párias sociais. Encontra-las as no caminho das criaturas, envergando roupagens masculinas e femininas, retidos em invólucros teratogênicos, quais presidiários em cárceres estreitos e disciplinantes, em longos processos de reeducação.
           
            Ama, portanto, embora não recebas a retribuição.

            Ama o dever idealista, inspirado pelas Forças Superiores, oferecendo tuas energias à produção do bem que libertará o homem de todos os males.
           
            Desenvolve a fraternidade no coração, deixando-a espraiar-se como bênção lenificadora, consoante nos amou Jesus-Cristo, corrigindo a inclinação da mente em relação àqueles com quem não podes privar da intimidade, libertando o espírito e enriquecendo os sentimentos.

            Trabalha em favor dos outros, mesmo que estejas transformado em brasa viva, e vencerás a aflição, recebendo as moedas de luz qual salário em forma de serenidade.

            No entanto, se apesar dos melhores esforços não conseguires a desejada paz, continuando aflito, não creias que, sorvendo a taça embriagadora, amainarás a tempestade. Logo cessado o efeito entorpecente a sede devoradora retornará, agravando o processo liberativo.

            O problema do sexo é do espírito e não do corpo, e só pelo espírito será solucionado.
expiatória.   

            Procura, antes de novos débitos, o amantíssimo coração de nosso Pai, através da oração confiante, entregando-te a Ele, para que a sua inefável bondade, que nos criou e dirige, nos dê o indispensável vigor de conduzir o nosso sexo em direção do amor sublime que nos proporcionará a legítima felicidade.


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