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quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

A Criança e o Evangelho


A Criança
e o Evangelho
Direção
Reformador (FEB) Outubro 1961

            O mundo se debate num período de transição muito delicado, pois que a renovação do sentido dos valores e a renovação do valor das vivências humanas, que se modificam de maneira impressionante, no século em que vivemos, tem influído na formação das novas gerações, produzindo muitos desajustes, até certo ponto compreensíveis, mas que, nem por isso, deixam de preocupar aqueles que se responsabilizam pela orientação da juventude.

            A Educação se apresenta, então, como a chave da solução dos problemas que afligem o Mundo Moderno.

            Força poderosa pelo seu valor persuasivo, bem ou mal orientada, poderá a Educação modificar o panorama social, com consequências imprevisíveis e de longo alcance, dada a sua influência modeladora, penetrante e convincente, que, modificando o indivíduo, transforma a sociedade da qual ele participa.

            Quem poderá, em realidade, aquilatar lhe a extensão e a intensidade de ação?

            Cabe-nos, contudo, iluminá-la com os ensinamentos do Espiritismo para que ela realize sua tarefa real, que é a de descortinar ao homem a razão de sua existência, levando-o a estabelecer no Mundo o império do Bem, da Dignidade, da Honra, do Amor, substituindo todos os valores negativos que constituem o grande patrimônio
da época.

            A Doutrina Espírita, efetivamente, com os postulados da Vida Eterna, da Lei de Causa e Efeito e da Reencarnação, abre novos horizontes às concepções humanas, transformando conceitos, modificando ideais, substituindo anseios, alterando concepções, rumo à modificação geral no sentido do bem, de maneira equilibrada e construtiva.

            Os alevantados ideais da Doutrina dos Espíritos, influindo nos sistemas educacionais, abrirão, para os homens, novas perspectivas de progresso espiritual, eterno e verdadeiro, digno de ser procurado e alcançado.

            Colocando em seu justo lugar as aspirações do homem, a sociedade caminhará, com certeza, para novos padrões de vida, em que o equilíbrio constituirá a rotina, e a desarmonia, o inabitual.

            Essa é a tarefa da Educação inspirada no Evangelho de Jesus!

            Tão grande é a sua importância que Emmanuel afirma: - “Educa e transformarás a irracionalidade em inteligência; a inteligência em humildade; a humildade em angelitude. Educa e edificarás o paraíso na Terra.

            Educação, pois, em seu sentido mais profundo é edificação da alma no bem.

            Qual é, entretanto, a época mais oportuna para a formação integral do Espírito reencarnado?

            - A criança é o campo precioso da semeadura evangélica. O coração infantil é a terra produtiva que fará multiplicar a semente de amor que ali for lançada...

            - Que temos feito, todavia, em favor da evangelização das gerações que desabrocham para a vida, esperançosas e otimistas?

            - Muito, pouco, nada?

            Realmente, bem pouco, porque evangelizar é movimentar os melhores sentimentos da alma, fixando na mente a necessidade do equilíbrio para que haja paz.

            A cultura materialista da época é, porém, o que se fornece às mentes em formação, menosprezando-se os estímulos de ordem espiritual, capazes de garantir o desenvolvimento harmônico da personalidade.

            O Evangelho é o grande recurso pedagógico em socorro das novas gerações que retornam ao mundo em busca de solução para os seus graves desajustes.

            Como levar, todavia, o Evangelho à criança e ao jovem, de maneira que eles desejem realmente vivê-los?

            Além do exemplo, que é o mais eficiente processo educacional, é preciso dosar a mensagem evangélica de acordo com a capacidade de compreensão da criança

            Pelo exemplo, provamos a excelência da lição e, pela dosagem, deixamo-la em condições de ser assimilada.

            A Escola de Evangelização, para as crianças, é recurso precioso de auxílio à alma reencarnada, na fase da infância e da adolescência,

            A tarefa de evangelização, na sua aparente simplicidade e modéstia, é imenso farol de luz a clarear o caminho da criança, nas trevas da perturbação e do imediatismo, que constituem o característico da época.

            Ninguém pode imaginar o valor da tarefa sistemática de evangelizar a infância!

            Não esqueçamos que a maior responsabilidade do espírita, na missão de pai, é a evangelização dos próprios filhos! Que ninguém se iluda quanto ao dever de lançar luz na trajetória daqueles que lhe baterem à porta na condição de filhos!

            Levar a criança a conhecer e amar Jesus, de maneira metódica e continuada, é formar
nela uma consciência evangélica que irá nortear-lhe os passos, vida em fora, possibilitando-lhe as melhores oportunidades de reabilitação e evolução.

            Nada justifica, portanto, a ausência das crianças às aulas de evangelização, onde recebem, em admirável sequência e lógico encadeamento, os ensinamentos sublimes do Cristo, contidos no livro da sabedoria, que é o seu Evangelho de Luz!

            Unamo-nos, pois, na maior campanha que o Espiritismo já realizou no sentido da formação doutrinária das novas gerações, vigorosa esperança de um Mundo Renovado!

            “É preciso tornar as crianças felizes, para educá-las.”

            “A Escola deve ser uma sociedade em miniatura.” - Dewey .

            “O processo do grupo contém o segredo da vida coletiva, é a chave da democracia, a maior lição que se possa aprender e nossa maior segurança para a vida política, social e internacional do futuro.”

            “Viver para os outros é máxima do Evangelho, mas é realizada à custa de aprendizagem longa e penosa.”

            “A criança é dócil à educação que recebe. Não a discute. Incorpora-a à sua vida, cristalizando hábitos de acordo com as atitudes de seus educadores.”

(Ext. de "A Reencarnação”, Abril 1961)


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