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quinta-feira, 28 de novembro de 2013

As Maravilhas do Evangelho



As Maravilhas
do Evangelho
Sylvio Brito Soares


Reformador (FEB) Maio 1961

            Certa noite, depois de um jornadear laborioso de ensinamentos e de explicações, Jesus dormia ao canto de uma barca. Nela se encontravam também os seus discípulos.

            Quando essa barca já muito distanciada se encontrava da costa, levantou-se, no mar, tão grande tempestade que as ondas a cobriam inteiramente e, não obstante isso, Jesus dormia serenamente.

            Os discípulos, diante de situação tão crítica e receosos de serem tragados pelas ondas, não tiveram dúvida de acordar o Mestre, e clamaram: Salva-nos, Senhor, que perecemos.

            Jesus abriu os olhos e, sem qualquer mostra da mais leve preocupação, indagou primeiro e mansamente: - Porque temeis, homens de pouca fé?!

            Estas palavras do divino Mestre ainda hoje ressoam nitidamente no âmago de nossas almas.

            Como reencarnados, estamos navegando em pleno mar das provações a que fizemos jus.

            Mas, nessa travessia, graças a Deus, não estamos sós, temos Jesus em nossa companhia, tal como o tiveram os seus discípulos, quando a tempestade os colheu no mar, que se mostrava tão impetuoso a ponto de todos acreditarem ver em breve despedaçado o frágil batel em que se encontravam.          

            Quantos de nós, que nos ufanamos de trazer Jesus dentro de nós mesmos, baqueamos porque a superfície do mar de nossa existência ligeiramente se encrespou, tocada por uma viração mais forte de nossos próprios destinos!

            A fé em Jesus só se conhece realmente nas horas difíceis.

            Os espíritas, conhecedores das razões que nos trouxeram novamente à Terra, não devemos ficar surpresos quando as ondas da vida se agigantam e se precipitam medonhamente de encontro ao pequeno barco que conduz nosso Espírito por essa viagem de provas e reparações!

            Entristecedor seria, para todos nós, ouvir da boca de Jesus aquela indagação:   Porque temeis, homens de pouca fé?!

*


            Todos anseiam por chegar sãos e salvos ao porto de desembarque, e nós, espíritas, também almejamos por os pés na areia firme da praia da Espiritualidade, com a nossa alma perfeitamente sã das cobardias morais e com a fibra da coragem enrijecida nos temporais que devemos suportar sem medo, sem desespero, sofrendo, não importa, porque a estrela cintilante da fé, sempre diante de nossos olhos, mostra que todas as lutas da travessia são mínimas em face das bem-aventuranças que poderemos usufruir nas diversas moradas do Senhor. 

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