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quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Salve, Codificador!



Salve, Codificador!
de Vianna de Carvalho

por Divaldo Franco

in Reformador (FEB) Março 1959

            Corria o reinado de Napoleão III entre desesperos e inquietações. Prometendo a República, fizera-se imperador desde 1848, deixando a França ansiosa e insatisfeita.

            Nas ruas de Paris e nas Academias a revolução das ideias parecia repetir o pensamento de Voltaire, Condorcet, Montesquieu ... os pré-revolucionários.

            As igrejas digladiam-se sob as ameaças do materialismo ateu e do racionalismo niilista que começam a vencer a ignorância e os dogmas.

            Kardec é chamado à faina da renovação dos ideais e da preparação do porvir. Começam os embates.

            Na vitrine da Galeria d'Orleans, no Palácio Real, o Sr. Dentu põe em destaque o livro do Sr. Allan Kardec.

            O abade de Leçanu, que representa a nobreza intelectual do Clero livre, fascina-se com "O Livro dos Espíritos" e afirma que ele contém o de quanto é necessário para, posto em prática, conduzir qualquer criatura ao Céu.

            A intolerância, porém, fermenta a revolta e o crime baba sua peçonha através de preconceitos entre as paredes estreitas da inveja. Em Barcelona são incinerados 300 volumes que trazem o pensamento revolucionário, como se, queimando os livros, destruíssem as ideias.

            O sol da Crença, porém, despede seus raios como dardos de vitória e a mensagem do Espiritismo faz renascer das cinzas do esquecimento, à semelhança de Circe, as filosofias que foram a glória de Civilizações passadas, para deslumbramento e júbilo de tristes, ansiosos e escravos.

            Gabinetes de empirismo e cientificismo são transformados e a experimentação metapsíquica revela a imortalidade da alma, vitoriosa, após a morte...

            O próprio Napoleão III abre as portas das Tulherias, ouve o Sr. Rivail, entre encantado e atencioso.

            Os mortos voltam, as vozes falam...

*

            Da mesma cidade de Lyon, onde o Cristianismo conheceu tantos testemunhos de fé, através do martírio nos primeiros séculos; o mundo recebeu, com Kardec, a mensagem portadora da luz e da consolação para a Humanidade inteira.

            Cumprem-se as promessas de Jesus.

            O Paracleto chega, consola e fica; a fé esclarece-se, perdura e guia; a filosofia explica, orienta e ilumina; a Ciência afirma a Crença e o conhecimento apoia-se na fé, em termos exatos e reais.

            Novos horizontes rasgam-se à indagação. Outros rumos se abrem ao saber.

            As premissas da paz estabelecem as diretrizes da felicidade, e o Cristo, triunfante e vivo, volta ao saudoso coração de quantos o aguardam expectantes, em confiança. Glória a ti, ó Kardec! vitorioso construtor dos tempos novos. Teus discípulos, jubilosos e gratos, homenageiam-te e saúdam-te.

Do Blog: Desconhecemos relatos de historiadores encarnados sobre os encontros de Kardec e Napoleão III. Caso o leitor disponha dessa informação apreciaríamos receber os dados sobre a fonte (título, autor etc).


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