Pesquisar este blog

sexta-feira, 9 de agosto de 2013

33. 'Rimas do Além Túmulo'


33
‘Rimas do Além Túmulo’
Versos Mediúnicos de
 Guerra Junqueiro

Grupo Espírita Roustaing
Belém do Pará 1929

Casa Editora Guajarina



AOS QUE SOFREM

No árido deserto em que viveis
vós os que chorais, vós os, que sofreis,
enxugai vosso pranto e levantai a fronte.
fitando com fervor as luzes do horizonte,
estrelas que se ostentam com todo o fulgor
mostrando as grandes obras do grande Criador,
que lá dos Altos vela e lá dos Altos lança
aos grandes sofrimentos a água da Esperança,
límpida e pura, a todos nós dando confortos,
espalhando nas almas dos crentes absortos,
o bálsamo divino em Paz angelical,
que o redime e o afasta das garras do Mal,
da Culpa que enrodilha a pobre Humanidade
na cauda flamejante e ignóbil da maldade.
A Paz também vem dar alivio ao coração
daquele que humilhado implora o duro pão!
Oh l não vos lamenteis se vos ferem espinhos!
Benditos sejais vós, ó trêmulos velhinhos,
que cheios de fadiga andais a mendigar,
 a tremer muita vez de frio, a soluçar,
oprimidos ao peso da aura malfadada,
aos ardores do sol, à poeira da estrada!
Que importa o sofrimento, quando os corações,
embora ao jugo das maiores aflições,
estão cheios de fé, alabastrina luz?
Com os reflexos puros, o olhar de Jesus
está fixado em vós, a velar ternamente;
vós sois os escolhidos, enxotai da mente
ideia de revolta a essa provação!
Sois pobres? e sois tristes? já tendes então
esperando por vós, no termo da jornada,
o tesouro da Paz que vos foi outorgada...
Enchei-vos de piedade e de resignação;
pra aqueles que vos ferem, gesto de perdão
deve ser a resposta amável e singela,
e mostrareis assim aos homens quanto é bela
a doutrina do Cristo, a doutrina do Amor,
que pode transformar em justo um pecador,
desde que ele se prostre, humilhado afinal,
implorando perdão ao Pai Celestial.
14 de Junho de 1927



Nenhum comentário:

Postar um comentário