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quarta-feira, 10 de julho de 2013

'As Tradições dos Fariseus' (a palavra de Mateus)



As Tradições dos Fariseus

15,1   Alguns fariseus e escribas de Jerusalém vieram um dia ter com Jesus e lhe disseram:
15,2 -Por que transgridem teus discípulos a tradição dos antigos? Nem lavam as mãos antes de comer!
15,3   Jesus respondeu-lhes: “-E vós?, Por que violais os preceitos de Deus, por causa de vossa tradição?
15,4 Deus disse: Honra teu pai e tua mãe. Aquele que amaldiçoar seu pai ou sua mãe, será castigado de morte (Ex 20,12; 21,17) 15,5 Mas, vós dizeis: Aquele que disser a seu pai ou a sua mãe: Aquilo com que  eu  poderia  assistir,  já  ofereci a  Deus,
15,6   Esse já não é obrigado a socorrer de outro modo a seus pais. Assim, por causa de vossa tradição, anulais a palavra de Deus.
15,7 Hipócritas! É bem de vós que fala o profeta Isaías:
15,8 “Este povo somente me honra com os lábios. Seu coração, porém, está longe de mim.
15,9   Em vão é o culto que  prestam, porque ensinam preceitos que vem  só dos homens!”  (Isaías 29,13)
15,10 Depois,  reuniu  os  assistentes  e   disse-lhes:
15,11 Ouvi  e  compreendei:   Não  é  aquilo que  entra  pela  boca  que mancha o homem, mas aquilo que sai dele. Eis o que mancha o homem”


          Para Mt (15,9), -Em vão é o culto que prestam...,  encontramos a palavra de Emmanuel por Chico Xavier, no livro  “Caminho, Verdade e Vida”:
           
            “A atualidade do Cristianismo oferece-nos lições profundas, relativamente à declaração acima mencionada.

            Ninguém duvida do sopro cristão que anima a civilização do Ocidente. Cumpre notar, contudo, que a essência cristã, em seus institutos, não passou de sopro, sem renovações substanciais, porque, logo após o ministério divino do Mestre, vieram os homens e lavraram ordenações e decretos na presunção de honrar o Cristo, semeando, em verdade, separatismo e destruição. Os últimos séculos estão cheios de figuras notáveis de reis, de religiosos e políticos que se afirmaram defensores do Cristianismo e apóstolos de suas luzes.

            Todos eles escreveram ou ensinaram em nome de Jesus.

            Os príncipes expediram mandamentos famosos, os clérigos publicaram bulas e compêndios, os administradores organizaram leis celebres. No entanto, em vão procuraram honrar o Salvador, ensinando doutrinas que são caprichos humanos, porquanto o mundo de agora ainda é campo de batalha das ideias, qual no tempo em que Cristo veio pessoalmente a nós, apenas com a diferença de que o Farisaísmo, o Templo, O Sinédrio, O Pretório e a Corte de César possuem hoje outros nomes.

            Importa reconhecer, desse modo, que, sobre o esforço de tantos anos, é necessário renovar a compreensão geral e servir ao Senhor, não segundo os homens, mas de acordo com os Seus próprios ensinamentos.” 


           
            Para Mt (15,11) - O que sai da boca é que contamina o Homem... - leiamos Joanna de Ângelis por Divaldo Franco em “Lampadário Espírita”:
  
            Por enquanto, estamos todos doentes, conduzindo conosco doenças aflitivas que nos apraz cultivar.

            Doentes- porque, perseverando no egoísmo, mantemos os germes destruidores que se chamam ira, vaidade, paixão...

            Doentes- porque nos comprazemos, quando feridos, em também ferir; angustiados, desferir dardos de mau humor; aflitos, espalhar inquietações.

            Doentes- porque clareados pela fé nobre e pura, racional e dinâmica a espraiar-se da Doutrina Espírita., povoamos a mente de sonhos ilusórios e esquecemos os deveres primaciais da sublimação interior com o firme propósito de melhoria incessante.

            Doentes- porque conservamos azedume, cultivamos maledicências, atendemos apelos pouco dignificantes.

            Doentes- porque não sabemos, enfermos e ignorantes que somos, aproveitar o tempo de que dispomos, valorizando as oportunidades que nos são oferecidas.

            Portamos doenças, sim, de variada nomenclatura, porque:

            amando- impomos condições ao amor; amados- contaminamos de aflições quem nos ama;

            servindo- desejamos servir como nos agrada; servidos- alegamos ineficiência do serviço;

            alegres- esperamos que todos se alegrem conosco; tristes- gostamos que os demais participem da nossa tristeza, normalmente injustificável;  e, nas alegrias e tristezas de outrem, atribuímo-nos o direito de “viver a própria vida”.

            Somos espíritos doentes em tratamento difícil, por agradar-nos a condição de infelicidade que nos é a tônica favorita.

            Todavia, Jesus é o Médico Divino e a Sua Doutrina é o medicamento eficaz de que nos podemos utilizar com resultados imediatos.

            Se, entretanto, no tumulto em que nos afligimos, houvermos perdido os ouvidos para escutá-Lo ou o paladar para o pão dos seus ensinos, busquemos um rochedo solitário, longe das atribulações, no centro de uma ilha, e façamo-nos receptivos.

            Tal rochedo e tal ilha são a prece e a meditação ao alcance de todos.

            Lá, o Esculápio Celeste dir-nos-á outra vez, com a mesma segurança de outrora:

             “Seja o que for que peçais na prece, crede que o obtereis e concedido vos será o que pedirdes (Marcos 11,24).”  

As Tradições dos Fariseus  (continuação)

15,12 Então se aproximaram dele seus discípulos e disseram-lhe: -Sabes que os fariseus se escandalizaram destas palavras que ouviram?
15,13  Jesus respondeu: “- Toda planta que Meu Pai celeste não plantou, será arrancada pela raiz.
15,14 Deixai-os. São cegos e guias de cegos. Ora, se um cego conduz a outro, tombarão ambos na mesma vala.”
15,15 Tomando então a palavra, Pedro   disse:  -Explica-nos esta parábola.
15,16 Jesus respondeu:“ -Sois também de tão pouca compreensão?
15,17 Não compreendeis que tudo o que entra pela boca vai ao ventre e depois é lançado numa fossa.
15,18 Ao contrário, aquilo que sai da boca, provém do coração, e é isso que mancha o homem.
15,19 Porque é do coração que provém os maus pensamentos, os homicídios, os adultérios, os furtos, os falsos testemunhos, as calúnias...
15,20  Eis o que mancha o homem. Comer, sem ter lavado as mãos, isso não mancha o homem.”

          Para Mt (15,1-20)temos a palavra de Kardec, no Cap. VIII de “O Evangelho...”:

            “Os judeus haviam negligenciado os verdadeiros mandamentos de Deus, para se apegarem à prática dos regulamentos estabelecidos pelos homens e dos quais os observadores rígidos faziam casos de consciência; o fundo, muito simples, acabara por desaparecer sob a complicação da forma.” 

            “Ocorreu o mesmo com a doutrina moral do Cristo, que acabou por ser colocada em segundo plano, o que fez muitos cristãos crerem, a exemplo dos antigos judeus, sua salvação assegurada pelas práticas exteriores que pelas da moral.”

            “Não basta, pois, ter as aparências da pureza, é preciso, antes de tudo, ter a pureza do coração.”



          Para Mt (15,13) -Toda planta que meu Pai não plantou será arrancada - tomamos o texto de Kardec, em “A Gênese”, Cap. XVII:

            “As palavras de Jesus não passarão, porque serão verdadeiras em todos os tempos. Será eterno o seu código de moral, porque consagra as condições do bem que conduz o homem ao seu destino eterno. Mas, terão as suas palavras chegado até nós puras de toda ganga e de falsas interpretações? Apreenderam lhes o espírito todas as seitas cristãs? Nenhuma as terá desviado do verdadeiro sentido, em consequência dos preconceitos e da ignorância das leis da Natureza?  Nenhuma as transformou em instrumento de dominação, para servir às suas ambições e aos seus interesses materiais, em degrau, não para se elevar ao Céu, mas para elevar-se na Terra? Terão todas adotado como regra de proceder a prática das virtudes, prática da qual fez Jesus condição expressa de salvação? Estarão  todas isentas das apóstrofes que ele dirigiu aos fariseus de seu tempo? Todas, finalmente, serão, assim em teoria, como na prática, expressão pura da sua doutrina?

            Sendo uma só, e única, a verdade não pode achar-se contida em afirmações contrárias e Jesus não pretendeu imprimir duplo sentido às suas palavras. Se, pois, as diferentes seitas se contradizem; se umas consideram verdadeiro o que outras condenam como heresias, impossível é que todas estejam com a verdade. Se todas houvessem apreendido o sentido verdadeiro do ensino evangélico, todas se teriam encontrado no mesmo terreno e não existiriam seitas.

            O que não passará é o verdadeiro sentido das palavras de Jesus; o que passará  é o que os homens construíram sobre o sentido falso que deram a essas mesmas palavras.

            Tendo por missão transmitir aos homens o pensamento de Deus, somente a sua doutrina, em toda a sua pureza, pode exprimir esse pensamento. Por isso foi que ele disse:

            “Toda planta que meu Pai Celestial não plantou será arrancada.” 

  

                     
                     

                     
                     

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