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segunda-feira, 24 de junho de 2013

'Não será detido o Espiritismo'



Não será detido o Espiritismo

Túlio Tupinanbá (Indalício Mendes)
Reformador (FEB) Fevereiro 1959

Os espíritas devem limitar-se a sorrir em face dos argumentos que afirmam a sua irrealidade, que contestam a existência de Espíritos e negam a mediunidade. Os fatos espíritas não são devidos a habilidades de ilusionistas, embora os detratores do Espiritismo usem com muita frequência o argumento das fraudes, para valorizarem suas assertivas. Fatos são fatos e não será com palavras que eles ficarão destruídos. Alguns parapsicólogos, por exemplo, andam a afirmar que não há mediunidade porque não há Espíritos. Consequentemente, o Espiritismo é uma balela. Não querem ponderar as experiências realizadas por sábios de grande autoridade moral e científica. O que se fez no passado não serve, porque, no entender deles, não houve suficiente cuidado nem adequado rigor na vigilância. Nestas condições, os médiuns são uns farsantes e os milhões de espíritas que se espalham pela Terra não passam de simuladores, que vivem a enganar-se reciprocamente e se juntam para iludir os que não são ainda declaradamente espíritas! Com semelhantes antagonistas não é possível debater seriamente um assunto da magnitude do Espiritismo. O melhor será deixá-los com as suas ideias, porque, com o tempo, ficarão falando sozinhos.

            Quando Sigmund Freud lançou a psicanálise, houve um reboliço nos círculos médicos. Cientistas de diferentes matizes e mestres da psicologia materialista, se assim podemos dizer, exultaram. Freud ganhou fama, foi citado nas conferências mais importantes e nos mais modestos discursos. A terminologia por ele criada popularizou-se. A psicanálise transformou-se numa nova “coqueluche”. Com o tempo, porém, ela se foi reduzindo, até adquirir as proporções atuais... Hoje, os cientistas são os primeiros a desprezá-la, pelo muito de fantasia que contêm as teorias do velho Sigmund... Cultivemos a nossa Doutrina e nos despreocupemos com aqueles que negam o Espiritismo porque ainda não enxergaram a Realidade. Estão cegos por dogmas estreitos e com os movimentos tolhidos pelas algemas dos preconceitos desenvolvidos por sistemas religiosos obsoletos e princípios científicos materialistas. Obstinados na negativa, perdem precioso tempo nessa atitude e não será inteligente que, sabendo-os assim, nos decidamos a sustentar querelas inúteis por estéreis. O cientificismo orgulhoso e fátuo, o clericalismo feroz e mentiroso, o cepticismo enfatuado e vazio, e a ignorância mascarada pela vaidade, procuram, cada qual a seu jeito, combater o Espiritismo e a lhe atribuir defeitos e perigos que só existem na mente perturbada desses negadores sistemáticos. Devemos perder tempo com eles? Evidentemente que não. Se querem permanecer assim, que continuem. Nosso tempo é pouco e há muito trabalho a realizar. O espírito do homem, que ora persiste no erro, há de, um dia, chegar à Verdade e, então, cada um dos negativistas de hoje palmilhará o caminho que estamos percorrendo, porque também formamos, um dia, na coorte dos que negavam o Espiritismo e descriam da realidade dos Espíritos. Fugíamos da Verdade; ela, porém, um dia foi buscar-nos no recesso do lar. O que não aprendemos através da inteligência, fomos aprender através da provação. Questão de tempo. Perdemos muitos anos, mas ainda tivemos a felicidade de despertar nesta encarnação e podermos retificar o nosso rumo, ajudados pela imensa misericórdia do Alto. Negar os Espíritos é como que negar a própria realidade da vida. Assim o entendemos hoje, mas assim não entendem ainda aqueles que continuam como nós nos encontrávamos à época em que sofríamos de cepticismo.

            Quanto mais nos combatem, mais coragem possuímos. Nossos livros não chegam para os pedidos. As edições se esgotam rapidamente e tal fato assinala, de maneira absolutamente positiva, que o Espiritismo progride, a despeito das mentiras e calúnias dos frades, dos parapsicólogos envaidecidos com a sua pseudociência e dos materialistas confessos, que negam o Espiritismo porque não podem ver senão o que se encontra dentro do raio de ação da sua corrompida capacidade intelectiva. Estudando a Doutrina e propagando-a pela palavra falada e pela escrita, defendendo-a com argumentos simples, estaremos prestando grande serviço ao Espiritismo, cuja marcha ascensional e progressiva está assegurada. Não hão de ser os instrumentos servis da clerezia e do cientificismo arrogante seus vencedores. O Espiritismo já venceu e continua vencendo, porque as suas vitórias são conquistadas, dia a dia, sobre corações humanos feridos pela desventura e pela dor, mas salvos pela realidade insofismável dos bons Espíritos, através da dedicação de médiuns devotados de corpo e alma à obra do bem.

            O Espiritismo não será detido jamais. O ódio do clero, o desprezo do cientificismo barato e o desdém do materialismo arrogante, em vez de serem forças destruidoras, para ele constituem recursos estimulantes. Graças a esses inimigos naturais e impiedosos, o Espiritismo permanece alerta. Valendo-se da tolerância, da humildade e do amor, ganha terreno na luta contra a intolerância, o orgulho e o ódio. Responde com a paz aos que o guerreiam e é na tranquilidade, que a confiança em si mesmo lhe dá, que o Espiritismo encontra meios de resistir aos processos de mentira e difamação de seus tenazes opositores.


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