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terça-feira, 18 de junho de 2013

8. 'Rimas do Além Túmulo' - Súplica



8
‘Rimas do Além Túmulo’
Versos Mediúnicos de
 Guerra Junqueiro

Grupo Espírita Roustaing
Belém do Pará 1929

Casa Editora Guajarina


Súplica

Pai! Pai Celestial e Poderoso!
sobre este mundo, ingrato e criminoso,
estende a Tua mão bondosa, pura;
lança um olhar de amor e de ternura
ao que carrega a cruz do Sofrimento
e que, no olvido, chora o seu tormento
sem que, no entanto, deixe de te amar,
muitas vezes sem pão no humilde lar!

Perdão! perdão aos vis e indiferentes,
aos incrédulos, cegos ou descrentes
que te negam, e àqueles que te adoram
e que, por eles, tanto gemem, choram!
Perdoa, Pai! a louca mocidade
que só se entrega aos vícios e à Vaidade,
sem um olhar, sequer, a ti volver;
sem se lembrar -- um dia há de jazer
disforme, horrível, sob a laje fria...

Que será desta Humanidade um dia?!
Perdão! perdão, meu Deus, eu peço agora!
eu, pobre bardo, que pequei outrora
e que, no Espaço, ainda sofro! Oh Deus!

ouve esta súplica, estes versos meus;
ouve este bardo que, a teus pés contrito,
perdão aos homens a ti roga aflito.

Chora comigo, ó pobre Humanidade!
E que esse pranto lave essa maldade
que te prende cativa ao lodo, à lama;
seja o Remorso uma dourada chama
que te arranque da vil escravidão
e eleve a Deus, à Regeneração!

18 de agosto de 1926

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