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quinta-feira, 20 de junho de 2013

15c. 'Revelação dos Papas' Elias (João Batista)

15c

‘Revelação dos Papas’
(Obra Mediúnica)

- Comunicações d’Além Túmulo -


Publicada sob os auspícios da
União Espírita Suburbana
Rua Dias da Cruz 177, Méier

Officinas Graphicas d’A Noite
Rua do Carmo, 29
1918
-continuação-
Elias, o servo


            O amor santo e puro, a comunhão espiritual, a união abençoada por Deus, a aproximação de duas almas que tomam, perante o Criador, o compromisso de por no mundo espíritos que necessitam cumprir as suas provações - é repudiado, aborrecido, escarnecido, ridicularizado! Glorificam-se publicamente os crimes cometidos contra a lei conjugal, aplaudem-se os atentados, as traições, as falsidades, os desrespeitos praticados por aqueles que se uniram pelos laços indissolúveis, estabelecidos pelo Evangelho e abençoados por Deus e Nosso Senhor Jesus Cristo! Entoam-se hinos aos violadores da pureza imaculada dos lares honestos - verdadeiros tempos, destinados a perpetuar a espécie e contribuir assim para a glória do Eterno!

          Viveis uma vida de misérias morais, de abusos e pecados, de vergonhas e humilhações, escândalos e perversidades; tendes vivido apenas materialmente, pouco ou quase nada caminhastes no terreno espiritual.

          A vossa justiça é uma verdadeira monstruosidade! Aplicais as penas que os vossos códigos estabelecem para os diversos delitos, unicamente aos fracos, aos humildes, aos que não possuem moeda para dar a quem os defenda, àquele que, conhecendo os pontos fracos das vossas leis, neles encontra o caminho para obter a absolvição dos culpados, e cumpris as sentenças dos vossos grandes órgãos da justiça unicamente quando não podeis sofismar as suas decisões e os seus arestos.

          Tendes procurado melhorar a vossa justiça criando e extinguindo artigos de lei, nada, porém, conseguistes, porque vos falta uma base, uma moral, um código no qual possais moldar o vosso, uma doutrina que vos oriente, que vos dê o rumo, trace a trajetória que deveis percorrer; desse modo, têm sido efêmeras todas as vossas reformas no sentido de melhorar e aperfeiçoar a vossa justiça. E, desiludi-vos, porque jamais o conseguireis, enquanto não cuidares da fé, ou não procurardes apoiar a justiça numa moral solida, numa doutrina sábia e pura, nos ensinamentos de Jesus, que foi, até hoje, o mais sábio filósofo e o maior legislador que tem existido, porque aliou a fé à justiça, esta à moral e à verdade e ambas, ao amor e à humildade. Baldados serão, pois, todos os vossos esforços e sacrifícios, feitos com a nobre intenção de terdes na Terra melhor justiça. Não pode haver, ficai certos, justiça sem Deus, moral, verdade e amor sem Jesus! Nada pode existir de justo e certo sem estes dois princípios - fonte de onde emana toda a sabedoria, toda a justiça, toda a equidade, toda a misericórdia e todo o amor! Sem Deus jamais encontrareis o caminho da verdade, da justiça, da moral, do bem e do amor.

          Todas as pesquisas feitas no terreno filosófico, no sentido de descobrirdes o princípio, o meio, o fim e o porquê das coisas, têm sido improfícuas; tendes recuado milhares de vezes até grandes dificuldades que se têm antolhado no vosso caminho.
       

            Nada conseguiste no plano metafísico, por isso proclamastes inútil essa ciência; desanimastes de procurar a origem do vosso eu, o princípio de que procede a consciência do homem; desistindo de procurar as causas que determinam a vossa presença na superfície da Terra. Apelastes para a matéria, criastes uma doutrina de acordo com o vosso orgulho, capaz de satisfazer a vossa vaidade e pretensão de saber. Proclamastes a matéria fator de tudo, causa e efeito de si mesma, organizadora e mantenedora do que existe criado.

          Esquecestes que tudo tem uma origem e que esta é independente, está fora do domínio das coisas criadas, pois a causa primordial, o princípio inteligente do Universo não deve, de forma alguma, confundir-se com a matéria, quero dizer, o efeito não pode ser tomado pela causa primária, assim como as forças concorrentes a um determinado ponto não se confundem com a resultante, que, embora participado da natureza delas, não poderá, entretanto, ser tomada por essas forças, das quais é legítima representante. E Deus é a força e a inteligência principais que atuam no Universo; tudo quanto existe dimana dessa vontade e inteligência sublime, inigualável! Nada haveis de conseguir, nesse vastíssimo domínio da natureza, sem Deus; para vós outros tudo ficará obscuro, mergulhado em trevas, sem essa luz divina e eterna, sem esse facho brilhantíssimo - que é a infinita sabedoria do Criador!

          Todos os vossos conhecimentos são reduzidos, todas as vossas doutrinas falhas, insustentáveis, imperfeitas, incapazes de satisfazer a vossa sede de saber, de verdade e de justiça. Acreditais somente na força, a qual emprestais inteligência para organizar, combinar, dirigir, como se fosse possível ao que é resultado possuir todos os atributos e predicados da causa que lhe dá existência. Se a força possuísse a inteligência de Deus, as suas manifestações se revestiriam de uma sabedoria de tal ordem, que ela deixaria de ser objeto, passaria a ser entidade consciente de si mesma e jamais poderia ser dominada e dirigida pelo homem! Força e matéria, pois, são efeitos e não causa primordial. Deus é que é a única inteligência, a única força, a causa primária de tudo. Escusado será, portanto, procurardes a verdade, seja em que sentido for, sem partirdes da causa primária e não em ordem inversa como fazeis constantemente. Deus é a única luz que vos poderá guiar no labirinto da Natureza!

           A vossa ciência se orgulha de muitas descobertas, não deixarei de aplaudi-las aqui, não me furtarei também de dizer-vos que todo esse cabedal nada representa diante do que vos falta conhecer ainda e que somente a doutrina dos espíritos vos poderá ensinar; só a ciência espiritual poderá dar unidade, encadeamento aos vossos estudos, estabelecer ordem nas vossas pesquisas, dar-vos a síntese do Universo.

          Até hoje ficastes perdidos neste caminho, nessa floresta de doutrinas e teorias que criastes, cada qual mais difícil, mais complicada, porém sem nada resolver do problema da vossa existência, cuja origem ides buscar nas camadas inferiores do vosso planeta, onde supondes existirem os documentos comprobatórios da vossa origem.

          Puro engano...

          O princípio de tudo que vos cerca reside em cima e não em baixo; nada do que vides brotou da terra, ao contrario, caiu do alto, veio do céu, assim como os elementos constitutivos do vosso mundo vieram também do espaço infinito, onde dormiam em equilíbrio, num repouso todo relativo, aparente; neste caso, nada podereis encontrar nas profundezas da terra, cujas camadas apenas vos instruem acerca das fases por que passou o planeta que habitais e dos animais que existiam nos diversos períodos, e só isso.

          Por mais que interrogueis aqueles documentos, nada vos dirão sobre a causa primordial da existência; volvei, portanto, os olhos para o céu e não para a terra, a fim de obterdes os ensinamentos de que careceis. Tudo quanto existe, vive, palpita aos vossos olhos, veio dos céus e para os céus voltará! Nada busqueis na matéria efêmera e transitória como vós mesmos; procurai a verdade no alto, pedi ao céu que vos forneça o que a Terra não vos pode dar; a certeza do lugar de onde vieste, onde estais e para onde ides!

          A vida no vosso planeta vai se tornando, dia a dia, insuportável; as condições do meio social, criadas por vós mesmos, vão se tornando cada vez mais precárias, material e moralmente falando; tudo tem desaparecido; a caridade, a fé, a esperança, a tranquilidade, a segurança, a ordem, a paz, a dedicação, a verdade, a honra e o amor. Nada mais tendes a esperar de uma tal ordem de coisas.

          As vossas aspirações, as nobres aspirações, os grandes ideais, os grandes devotamentos, as grandes abnegações e heróicos sacrifícios feitos em prol da verdade, da justiça, do bem e do amor, tudo desapareceu, todas essas luzes, que deviam iluminar o caminho do homem, apagaram-se. Reina uma profunda treva moral em torno de vós. Estais mergulhados num abismo de onde dificilmente saireis, onde ficareis sepultados se Deus não vier em vosso auxilio, se a Divina Sabedoria não vos socorrer com a luz da Sua graça e da Sua misericórdia; estais num chão profundo, onde fostes lançados pelas vossas ambições, pelos crimes e erros, pelos atentados e delitos que cometestes; tendes a cabeça sob o cutelo que a vai decepar, mais dia menos dia, mais hora, menos hora, mais minuto, menos minuto.

          Tendes hoje a confirmação do que vos foi tantas vezes revelado sobre o destino da Terra e o paradeiro do mundo que habiteis, e a prova de que não se enganaram os que vos anunciaram que uma grande, uma formidável hecatombe poria termo à série infinita dos vossos abusos, dos erros e dos pecados cometidos. Está concluída a fase da vossa vida, como mundo de expiação inferior, e esse planeta prestes a entrar na ordem dos mundos de provações superiores. Os espíritos que estão se desprendendo na terrível hecatombe cedem lugar a outros mais adiantados, mais conscientes que vós do poder de um Deus, sobre cuja existência não têm mais dúvida, e essa substituição trará o aperfeiçoamento do vosso mundo, a mudança radical dos vossos costumes. Uma nova ordem será inaugurada; uma vida mais de acordo com as leis de Deus vai ser iniciada na Terra; virá o reinado da paz, da verdade, da justiça, da moral, do amor recíproco, de Deus, enfim.

          Assistis, pois, a finalização da fase material, grosseira, e ao início da vida moral espiritual e elevada, no vosso planeta.

          Estais em face de um dos maiores acontecimentos da vida de um mundo; assistis a emigração e imigração dos espíritos, a retirada dos inúteis, improdutivos, orgulhosos, egoístas, ateus, bárbaros, cruéis e devassos; dos sem moral, sem orgulho, sem religião e sem Deus; contemplais a chegada dos humildes, crentes, bondosos, moralizados, puros, confiantes, em Deus e na Sua justiça e no Seu amor! Vede bem, meus amigos, quão extraordinário é o momento em que viveis na Terra, quanto é bela a hora que atravessais!

          Deus quer salvar a Terra, arrancá-la ao sono do da indiferença em que viveu até hoje, esquecida do seu Criador, afastada do seu Jesus; por isso envia-lhe os espíritos para vos dizerem estas coisas, que tanto vos adianta saber.

          Não tereis sossego enquanto o planeta não estiver expurgado dos maus elementos que  retardam o seu progresso.

          Os espíritos estão baixando para as novas encarnações; entre eles vêm muitos luminares antigos da vossa ciência, santos, almas angelicais, espíritos caridosíssimos, abnegados, crentes, humildes e gloriosos. Deus os envia para os diversos pontos do vosso globo, surgirão por toda a parte; aqui mesmo, neste pedaço da Terra onde escrevo neste momento, encontrarão berço muitos desses grandes apóstolos do bem, da caridade e do amor. Jesus assiste em pessoa ao formoso espetáculo da transformação do mundo no qual ele lutou, sofreu, amou e morreu, para viver e velar eternamente pelos homens; o dia de amanhã será gloriosíssimo para a Terra, bendito e sagrado para a humanidade terrena!

          As guerras, os morticínios, as hecatombes, têm por fim regenerar, desbravar o caminho, purificar ao ambiente moral e social - e o nível moral no vosso mundo havia baixado consideravelmente, sendo, portanto impossível o prolongamento de tal estado de coisas. Os homens tinham criado para si a dolorosa situação em que se achavam e dela só conseguiriam sair quando Deus, na Sua sabedoria, julgasse prudente intervir diretamente para por cobro a todos os erros, a todos os hediondos crimes, a todas as misérias!

          Deus, meus irmão queridos, vai, pois, remodelar a Terra, impulsionar o progresso humano, dar nova feição à vida deste planeta atrasado. Deus vem ao vosso encontro, meus amigos; abre-vos as portas do Céu; estende sobre a Terra o braço protetor e ampara os homens, encaminha-os para o novo rumo que devem seguir.

          Jesus está nesta hora pairando sobre a Terra, está outra vez à vossa frente, dirigindo o trabalho de resgate e salvação, completando, a sua obra, ultimando os serviços preparativos do início da Era Nova, do reinado do Espiritismo, da vitória do seu Evangelho.

          Jesus vos felicita, meus amigos, e ordena que eu vos transmita essa verdade e ainda mais - que virá em pessoa, na hora sublime da transformação, dirigir o movimento regenerador; que o Messias baixará de novo ao mundo para auxiliar as almas impuras e livrá-las do horror das trevas. Anuncio-vos, portanto, o advento do Espiritismo e a vinda de Jesus entre vós. Não vereis o Mestre, apenas os efeitos da sua presença entre vós.

          Que quereis mais, meus amigos, que quereis mais que Elias vos dê? Tendes aí o maior consolo e o maior conforto, a mais grata de todas as esperanças na certeza, que vos deu, de que Deus não vos abandonou e Jesus está e estará sempre convosco.

          Agradecei a Deus este imenso favor e orai sempre, sem parar, até a hora da vinda do nosso Mestre muito amado, do nosso santo e divino Jesus.

          Que Deus vos assista sempre com a Sua misericórdia.

           Adeus.
Elias, o servo

Abril de 1916


Informações complementares

            Elias era tesbita, natural de Gilead, um país ao oriente do Jordão. Era dotado de temperamento impetuoso e ardente. O seu vestuário habitual constava de peles, presas com um cinto de couro, e de uma capa de pele de carneiro.
            Elias apareceu entre os israelitas, como se fosse um mensageiro ou emissário sobrenatural vindo do outro mundo para infundir respeito aos reis com a ameaça de terríveis julgamentos. Combateu a espantosa idolatria que reinava em sua época, castigando os que se opunham à sua fé.
            A exaltação do seu fanatismo pela sua crença em Jeová, induziu-o a mandar passar à espada todos os profetas de Baal porque numa invocação, lançada em desafio, eles não conseguiram fazer baixar o fogo do céu. Esta mortandade foi causa da sua expiação em morrer decapitado, à ordem de Herodes, quando voltou à Terra, reencarnado com o nome de João Batista.
            O profeta Malaquias anunciou a sua volta (reencarnação) pois, na sua previsão do "dia do Senhor", fala assim: "eis que eu vos envio o profeta Elias, antes que venha o dia grande e terrível do Senhor". E Jesus declarou que a profecia de Malaquias tinha seu cumprimento em João Batista.

página 78 do livro ‘Emissários da Luz e da Verdade’

1ª Edição 1959    Ed. Divino Mestre - R  RJ

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