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quarta-feira, 19 de junho de 2013

14b. 'Revelação dos Papas' - Pio VII


14b

‘Revelação dos Papas’
(Obra Mediúnica)

- Comunicações d’Além Túmulo -


Publicada sob os auspícios da
União Espírita Suburbana
Rua Dias da Cruz 177, Méier

Officinas Graphicas d’A Noite
Rua do Carmo, 29
1918

-continuação-

Pio VII, papa


            Nós espíritos, principalmente os que foram papas na Terra, estamos empenhados em vir aqui e nos esforçamos para que sejam apagados os vestígios, os sulcos dos nossos erros, os traços das nossas faltas, as manchas dos nossos crimes. Não queremos, e isso nos é permitido por Deus, que continuem a envenenar os homens as nocivas lições que outrora lhes demos. Estamos todos no firme propósito de lutar pela verdade, pela pureza do Cristianismo, que outrora, por não o compreendermos por fraqueza, orgulho, ambição, ignorância ou vaidade, falseamos, deturpamos nos seus santos e puríssimos princípios.

          Jesus está conosco, nós estamos ao seu lado; é ele que nos dá esta força, esta coragem para falar assim. Ele nos anima, nos conforta, nos aponta o futuro que já antevemos gostosamente. Jesus é, neste instante, o nosso guia, o farol que ilumina as nossas consciências e nos dá a energia moral para dizer-vos, em nome da verdade:

          - Homens da Terra, aqui estamos diante de vós, aqui estão os que foram outrora vossos pastores, vossos guias e diretores espirituais; vimos dizer-vos a verdade, a pura verdade, a maior, a mais bela e a mais fulgurante de todas as verdades. Deus existe, mas piedoso até ao infinito, misericordioso, justo, sábio e pai amorável também até ao infinito, por isso, podeis ficar certos, não existe o inferno nem as penas eternas. Nenhum de nós, dos papas que vos falam daqui, viu o demônio, nem pode ainda encontrar o lugar onde está situado o inferno. O céu, como imaginais, também ainda ninguém o viu aqui, a não ser na paz das consciências, assim como o inferno só o temos encontrado nas consciências das almas impuras da Terra, dos espíritos perversos, daqueles que no mundo se deixaram dominar pelo orgulho, pela vaidade, pela cobiça e pela ambição, e que furiosamente se engolfaram nos prazeres da carne e, por amor a eles, cometeram todos os crimes e todas as infâmias.

          Aí está o que temos visto, o que vos podemos contar.

          Deus é de uma bondade inesgotável, por isso os sofrimentos são sempre atenuados, desde que o espírito, convencido do mal que praticou, sinceramente se arrependa e se proponha a voltar à Terra para apagar lhe os vestígios aí deixados.

          A justiça de Deus não sofre aumento nem redução, é sempre a mesma agindo com precisão e equidade.

          Não vos preocupeis, meus amigos, com o presente, olhai para o futuro, volvei os olhos para o dia de amanhã, que será para vós outros de grandes decepções, se não procurardes vos corrigis, vos aperfeiçoar, vos depurar, vos aparelhar para a vida futura, onde encontrareis o céu ou o inferno na vossa própria consciência, pelo bem ou pelo mal que houverdes feito durante a vida terrena.

          Deus é um pai misericordioso, por isso, permite esta “Revelação”, vos concede este favor, consentindo que os espíritos vos orientem, vos deem a certeza do que existe e do que não existiu, nem existirá.

          Sinto um grande prazer em poder dizer-vos tudo quanto fica escrito e ainda mais – que voltarei para indicar-vos outras verdades e ensinar-vos, encaminhando-vos para a verdadeira felicidade.

          Que Deus me ajude, dando a luz necessária para que eu possa cumprir o que hoje vos prometo, e isso é a maior satisfação que experimentará o espírito de...

Pio VII
Abril de 1915

Informações complementares

            Papado de 14 de março de 1800 a 20 de julho de 1823    
            248º papa na contagem da igreja que exclui os antipapas
            Nome civil: Barnaba Chiaramonte.   Lembrado como homem de modos simples, pois preferia arrumar a cama em que dormia e costurar sua própria batina.
            Inicia seu papado com Napoleão ainda 1º Consul e senhor do norte da Itália após vencer os austríacos na batalha de Marengo.
            Napoleão buscou entender-se com Pio VII visando pacificar a França, particularmente a região da Vendeia, de forte influência católica.  A hierarquia católica na França estava dividida entre constituintes e romanos, esses últimos, em sua maioria, no exílio. Em 1801 foi assinada a Concordata regulando as relações entre o governo francês e a igreja. Restrições apenas nas manifestações públicas como, por exemplo, as procissões. Definiu-se a existência de 15 arcebispados e 50 bispados, nomeados pelo 1º cônsul e autorizados pelo papa para exercerem funções espirituais. A redução do número de bispados não aconteceu sem resistência de parte daqueles bispos a quem foi solicitada a renúncia. A Igreja desistiu de suas pretensões de receber de volta as propriedades expropriadas durante a revolução francesa. O clero permaneceria assalariado pelo Estado e a esse submisso.
            Em 1804 o papa foi chamado para coroar Napoleão, como imperador da França, em 2 de dezembro. No ato, o papa foi inibido de cingir a coroa em Napoleão. A seguir, as relações se deterioraram continuamente a medida que aumentavam os territórios conquistados pelo corso até que, em 1808, as tropas francesas se instalam em Roma e o papa fica prisioneiro.
            O papa fortalece-se na medida que o poder do imperador francês diminui. Finalmente, em 1814, Napoleão renuncia e o papa retorna a Roma.
            1815 - o Congresso de Viena restitui ao papa seus feudos que permaneceram sempre ameaçados por aqueles que buscavam a unificação da Itália com os contornos de hoje.   A trajetória político-militar de Napoleão trouxe perdas em favor dos reformados também na Alemanha. Após Napoleão, mais de 25 Concordatas foram assinadas com muitas monarquias no continente europeu visando preservar, às vezes até salvar ou mesmo apenas ajustar os poderes de Roma à realidade política de cada país ou cidade-estado. 

Fonte: ‘Santos e Pecadores’ por Eamon Duffy (Ed. Cosac & Naify – 1998)


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