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sábado, 11 de maio de 2013

4/4 Causa de Ismael



Causa de Ismael
Alberto Nogueira Gama

4



            Conforme se acha registado à página 259 da coleção do Reformador de 1936, a primeira União de Juventude Espírita que se fundou, no mundo, surgiu em 22 de Maio de 1932, na sede do Centro "Maria de Nazaré" , no distrito de Sant'Ana, na Capital paulista, por um grupo de centros adesos à Federação Espírita Brasileira.

            Reformador de 1936, às páginas 259, 260, 319 e 335, publicou, não só o magnífico programa da "União da Juventude Espírita do Distrito de Sant'Ana", como também, integralmente, os Estatutos dela.

            "Quatro anos depois da realização desse sonho, fundou-se no Rio, em 6 de Setembro de 1936, no Centro "Amaral Ornelas", também adeso à Federação, a União da Juventude Espírita "Amaral Ornelas" (Reformador de 1936, pág. 356), e, logo depois, em 18 de Outubro de 1936, fundava-se a União da Juventude Espírita de Nova Iguaçu, também germinada dentro de um centro adeso à Federação Espírita Brasileira -, o "Fé, Esperança e Caridade" (Reformador de 1936, pág. 445).

            "Antes da fundação dessas duas últimas, já existiam a Associação dos Moços Espíritas, com sede em Santos, em S. Paulo, a Juventude Ateneu Espírita de Madrid, fundada em Abril de 1936, e a Juventude Espírita de Porto Rico, fundada em 8 de Maio desse mesmo ano.

            "Como vemos, a mais antiga associação espírita de jovens, no Brasil e no mundo, parece-nos ser a União da Juventude Espírita do Distrito de Sant' Ana, cuja existência ininterrupta de 1932 até hoje, dedicada sempre aos estudos evangélicos, é bem uma demonstração do quanto vale um programa idealizado por inspiração do Alto, qual o que, então, foi publicado em Reformador."

            Resumindo:

            A primeira sociedade juvenil que surgiu no Mundo, com a finalidade de reunir os moços espiritistas, foi a do Centro “Maria de Nazaré", na capital de S. Paulo, em 22 de Maio de 1932. A segunda, parece-nos ter sido a "Associação dos Moços Espíritas”, em Santos, Estado de S. Paulo, em 14 de Junho de 1934.

            Através do convite daquela pioneira, em 1936, começaram a ser fundadas, no Rio de Janeiro, e, depois, pelo Brasil afora, outras Mocidades e Juventudes Espíritas, juntamente, também, com grande número de Escolas de Evangelho.

Esperanto

            Desde 1909 que a Federação Espírita Brasileira apoia e propaga o Esperanto, cabendo a José Machado Tosta as primícias- desse trabalho.

            Mas só a partir de 1937 é que a FEB iniciou um programa de publicações em Esperanto.

            O Departamento Editorial pôs-se a serviço da língua internacional, divulgando-o não só pelo Reformador, mas também através do livro didático e do livro doutrinário, que formam as delícias de milhares de esperantistas espalhados pelo Mundo,

            Tem-se constituído em valioso instrumento de propagação do Espiritismo, que, por sua vez, lhe tem dado todo o apoio, contribuindo para que ele se firme com mais presteza e em definitivo nas consciências dos indivíduos e das coletividades.

            O Espiritismo tomou conta do Esperanto para torna-lo mais difundido e o Esperanto ficou por conta do Espiritismo para fazê-lo mais conhecido.

Departamento Editorial

            Em se falando de Espiritismo, podemos dizer com todo o acerto e propriedade: antes do Departamento Editorial... depois do Departamento Editorial... porque, realmente; há essas duas fases na história do Livro Espírita no Brasil.

            Antes do Departamento Editorial, eram os Editores Garnier, Laemmert, Moreira Maximino & Cia. e um que outro mais que se incumbiam da publicação dos nossos livros, Deus sabe em troca de quantas vantagens e concessões.

            Pois bem, dentro de pouco tempo essas Editoras viram que a edição de livros espíritas só dava prejuízo e recusaram-se a aceitar a incumbência de novas edições. Tantas outras Editoras fossem procuradas, quantas outras recusas seriam conhecidas. Ninguém se animava a arcar com a responsabilidade da divulgação do Livro Espírita. Quando o faziam, o livro saía por um preço elevado e não tinha prazo de entrega. Ante circunstâncias tão madrastas e adversas, a Federação Espírita Brasileira apelou para uma gráfica do Porto, em Portugal, que acatou o pedido de publicação, desde que a interessada lhe fizesse o pagamento antecipado.

            Essa situação perdurou até que a impressão das obras pode vir a ser feita aqui no Brasil mesmo, embora o desinteresse pela sua aquisição fosse a coisa mais chocante e desalentadora que se possa imaginar.

            Fora a 1º de Outubro de 1891 que pela primeira vez, sob a presidência do Dr. Dias da Cruz e a vice-presidência do Dr. Bezerra de Menezes, a Federação lançara a ideia de se montar "uma oficina tipográfica para a impressão do "Reformador" e de obras de propaganda". Malogrado intento! A massa espírita ainda não compreendia o incomensurável valor do livro!..

            Só com o tempo a coisa foi melhorando, sem satisfazer, contudo, aos verdadeiros anseios da Casa de Ismael.

            Isto, antes do Departamento Editorial.

            Em 1937, o então presidente da FEB, Dr. Guillon Ribeiro, demonstrou a necessidade inadiável da instalação de oficinas tipográficas próprias. A ideia, a princípio combatida, foi evoluindo com o tempo e firmou-se em fins de 1938. Finalmente, a 4 de Novembro de 1939, a pequena oficina gráfica da FEB entrava a funcionar, justamente na sala hoje ocupada pelo Biblioteca.

            Com o passar dos anos, as impressoras e o serviço de encadernação já não davam conta do recado. Impunha-se um trabalho de renovação da maquinaria e melhoramento das instalações da Editora da FEB.

            Em 1946, é adquirida a propriedade da rua Figueira de MeIo, 410, onde é instalado a 8 de Setembro de 1948 o Departamento Editorial.

            De então por diante a coisa foi-se modificando aos poucos. Livros e mais livros saem uns após outros, em primeiros lançamentos ou em reedições contínuas.

            Um primoroso trabalho de revisão, uma apresentação mais condigna e sugestiva, vantajosas condições de oferta, concessões animadoras, tudo concorre para que o Livro Espírita saia do ostracismo, deixe a obscuridade e passe a ocupar um lugar ao sol, tornando-se conhecido, mostrando-se apetecível e conseguindo despertar interesse pela sua aquisição.

            A sua venda já dá para cobrir as despesas. A sua qualidade já o faz procurado com afã, quando não disputado com sofreguidão.       

            Em Maio de 1957, a Federação Espírita Brasileira noticiava em "Reformador" a compra, para as suas oficinas, de mais três máquinas, de procedência suíça, e informava já ter dado entrado, na ex-Prefeitura do Distrito Federal, das plantas para novas construções, "de forma a dobrar o espaço atualmente ocupado pelas mesmas oficinas".

            "A nova edificação, que sairá da rua Figueira de Melo e irá atingir a rua Souza Valente, será de quatro pavimentos e com estrutura de cimento armado calculada para suportar cinco vezes mais de peso que o exigido pelas leis municipais."

            Em Abril de 1960, ainda pelo seu órgão de difusão, informava à comunidade espiritista brasileira que "agora, quase terminada a construção do prédio de quatro pavimentos para a ampliação das oficinas gráficas do seu Departamento Editorial (D.E. ), a FEB iniciará uma nova de 605 metros quadrados, levantando mais dois pavimentos sobre o pavilhão construí do em 1948, o qual ficará, assim, também com quatro pavimentos".

            Em Novembro de 1961, à página 247, Reformador registava a informação de que, "no dia 9 (de Outubro), em companhia dos diretores da FEB, o presidente desta declarou inaugurados, na sede do Departamento Editorial, à rua Figueira de MeIo, os dois andares recém-construídos sobre os outros dois edificadcs em 1948, assim como o prolongamento dessa construção, em 4 andares, até à rua Souza Valente, obras essas que foram iniciadas em 18 de Abril de 1959."

            Nesse momento, outras obras se levantam nos terrenos adjacentes, que há muitos anos se acham incorporados ao patrimônio da FEB. A exiguidade de recursos monetários vem, entretanto, prejudicando o rápido andamento das novas construções, destinadas, também, à mais ampla disseminação do Livro Espirita.

            Aí está um ligeiro histórico, pontilhado de feitos verdadeiramente gloriosos, de uma das mais arrojadas empresas a que se atira a atual Diretoria da Casa de Ismael, que vem imprimindo à Venerável Instituição surtos grandiosos de invejável progresso.

            O Livro Espírita é, de fato, outro maravilhoso instrumento de trabalho de que se utiliza Ismael nos desdobramentos evolutivos de sua Causa, beneficiando o espírito encarnado em todas as fases da vida e segundo as condições variáveis de sua existência planetária.

80º Aniversário da FEB

            Todas essas realizações, e outras que não foram aqui alinhadas, devemos a Ismael e seus colaboradores em primeiro lugar, e em segundo às Diretorias humanas da FEB, à frente das quais se colocaram os presidentes abaixo:

Ewerton Quadros, de 1884 a 1888.
Dias da Cruz, de 1890 a 1894.
Júlio César Leal, parte de 1895.
Bezerra de Menezes, 1889 e de 1895 a 1900.
Leopoldo Cirne, de 1900 a 1913.
Aristides Spínola, 1914, 1916, 1917 e de 1922 a 1924.
Luís Barreto, 1925 e 1926.
Paim Pamplona, 1927 e 1928.
Manuel Quintão, 1915, 1918, 1919 e 1929.
Guillon Ribeiro, 1920, 1921 e de 1930 a 1943.
Wantuil de Freitas, de 1943 a 196 ...

            Não sabemos quem será, no futuro, o Presidente da Casa de Ismael, que, a 19 de Janeiro deste ano, completa 80 anos de existência. Não temos mesmo interesse em saber, tão satisfeito estamos com o atual, mas, seja ele quem for, venha de onde vier, terá que guardar inviolável fidelidade à Causa do Anjo do Senhor, porque, segundo a palavra de N. S. Jesus Cristo e de acordo com os desígnios do Pai Celestial, ela representa uma das maiores garantias de salvaguarda do Cristianismo Redivivo na face do Mundo, para a necessária consecução dos gloriosos destinos da Humanidade redimida e renovada.



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