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terça-feira, 30 de abril de 2013

Morte Espiritual




Morte Espiritual

escreve   Martins Peralva
in Reformador (FEB) Fevereiro 1955

"Não temais os que matam o corpo, e depois não têm mais que possam fazer." JESUS.


O corpo físico é vaso precioso que nos compete preservar com todos os recursos ao nosso alcance.

O Espírito é centelha divina, inteligente e imortal com responsabilidades definidas no campo evolutivo.

Se um comanda, outro obedece.

Um é o piloto, o outro a embarcação; um o jardineiro, o outro a ferramenta; um o maquinista, o outro a máquina pesada que avança, quilômetro a quilômetro, cortando vales, transpondo     fronteiras, reduzindo distâncias.

Por conseguinte, se observamos, até certo ponto reconhecidos, o papel desempenhado pela embarcação, pela ferramenta e pela máquina no progresso geral, maior deve ser a nossa gratidão àqueles que, sabiamente, contornaram rochedos em pleno oceano, deram boa direção à enxada no trato com o solo ou regularam habilmente a máquina de ferro.

Face a tais considerações, o ensino do Mestre adquire significado altamente expressivo.

Ficamos sabendo que se o corpo é como a enxada, instrumento respeitável que pede apenas boa direção, o Espírito que nos habita temporariamente a organização somática é, como o jardineiro, o artífice da beleza e do engrandecimento, do progresso e da iluminação.

A morte do corpo, isto é, o choque biológico da desencarnação, mesmo em circunstâncias dolorosas, por injunções cármicas, importa menos dentro da conceituação de Justiça e Eternidade que nos felicita o entendimento, do que a "morte" do Espírito.

Morte física é acontecimento normal que possibilita a libertação do Espírito, segundo a sua evolução.

Morte moral é desgraça provocada pela própria invigilância do homem, a qual atinge duramente a alma, refletindo-se no futuro por mais ou menos tempo.

Pela morte física, o Espírito separa-se da matéria perecível para a ela retomar, sob nova forma, às vezes até dentro de curto espaço de tempo; pela morte imantamo-nos a seres e criações inferiores, escravizando-nos a desvarios, más inclinações e sofrimentos inenarráveis que, muitas vezes, perduram séculos.

É por isso, indubitavelmente, que o Mestre exorta:

E digo-vos, amigos meus: Não temais OS que matam o corpo, e depois não têm mais que possam fazer. Mas eu vos mostrarei a quem deveis temer; temei aquele que, depois de matar, tem poder para lançar no inferno; sim, eu vos digo, a esse temei." (Lucas, 12: 4-5.)

Sabemos que em planos inferiores adjacentes à crosta planetária, imperam a desarmonia e a perturbação, a prepotência e o ódio, o rancor e a perversidade numa prefiguração, bem semelhante do inferno das interpretações teológicas.

Em nossa vida de relações ostensivas quando encarnados, geralmente iniciamos pela invigilância, pela hostilidade ou indiferença em face do mesmo problema da sobrevivência a estabelecer veículos de sintonização com essas esferas, fazendo "amizades" com irmãos menos felizes, firmando pactos tenebrosos, precipitando-nos, assim, pouco e pouco, em terríveis precipícios no Reino das Sombras.

Começamos então a morrer em duplo sentido, entregando-nos gradativamente às obsessões e possessões vigorosas.

As forças vitais começam a extinguir-se transformando nosso organismo em delicioso pasto à vampirização dessas entidades distanciadas do esclarecimento evangélico...

A vontade própria, por sua vez, vai-se relaxando, lamentavelmente, sob a ação magnética das entidades infelizes às quais ligamos a nossa mente...

O esgotamento e a debilidade consequentes à enfermidade fisio psíquica prenunciam a morte corporal, seguida, imediatamente, da "outra morte", a espiritual, determinando nossa localização, por efeito de inexoráveis leis vibratórias, em região que o evangelista-médico denominou "inferno".

Examinemos, portanto, a sentença evangélica adquirindo a convicção de que não devemos temer o irmão ignorante que nos pode roubar a vida física. Temamos, antes, o "que depois de matar, tem poder para lançar no inferno".

O estudo meditado das obras de André Luiz, desde "Nosso Lar" a "Entre a Terra e o Céu", faz-nos compreender melhor o pensamento do Senhor, expresso no Evangelho, inclusive com relação a outras passagens aparentemente obscuras do Grande Livro.

Estudo e meditação conjugados, junto a companheiros esclarecidos, são tesouros para a alma de boa vontade que deseja elevar-se para Jesus, evitando complicações com a Lei.


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