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terça-feira, 23 de abril de 2013

5. Didaquê Espírita



5
Didaquê Espírita

compilação e coordenação
  Carlos Lomba
Ed.FEB 1948

CAPÍTULO IV

ESPIRITISMO

JOÃO – Cap. XV, v. 26: "Mas quando vier o Paracleto, que eu vos
enviarei da parte do PAI, o Espírito da Verdade, que procede do PAI,
esse dará testemunho de mim".

FASE da real1zacão da promessa de JESUS- O ESPIRITISMO,
 a TERCEIRA REVELACÃO ou o CONSOLADOR prometido,
sob a égide esclarecedora do ESPÍRITO DA VERDADE.


            "Assim como o Cristo dissera que não vinha destruir a lei, mas dar-lhe cumprimento, o Espiritismo também não veio destruir a lei cristã, mas cumpri-la. Nada ensina contrariamente ao que o Cristo ensinara, e desenvolve, completa e elucida em termos claros para toda a gente o que fora dito por forma alegórica. Vem realizar nos tempos preditos o que Ele anunciara, e preparar o cumprimento das coisas futuras. É portanto a Sua obra, presidida por Ele mesmo, conforme igualmente havia anunciado para a regeneração que se opera e com a qual se prepara o reinado de DEUS na Terra." - Allan Kardec.

SÍNTESE DOS PONTOS PRINCIPAIS DA DOUTRINA ESPíRITA

            Esta parte doutrinária, não apresentada sob forma de perguntas e respostas, compete aos pais ou professores desenvolvê-las com explicações tanto quanto possível singelas, simples e claras, procurando harmonizar-se com o alcance e a possibilidade intelectual das crianças. É uma questão de paciência e de habilidade didáticas.

            65. DEUS é eterno, imutável, imaterial, único, onipotente, soberanamente justo e bom.

            66. Criou o Universo que abrange todos os seres animados e inanimados, materiais, e imateriais.

            67. Os seres materiais constituem o mundo visível ou corpóreo, e os seres imateriais o mundo invisível ou espírita, isto é, o mundo dos Espíritos.

            68. O mundo espírita é o mundo normal, primitivo, eterno, preexistente e sobrevivente a tudo.

            69. O mundo corporal é secundário; poderia deixar de existir, ou não ter jamais existido, sem que por isso se alterasse a essência do mundo espírita.

            Os Espíritos revestem temporariamente um invólucro material perecível, cuja destruição pela morte lhes restitui a liberdade.

            70. Entre as diferentes espécies de seres corpóreos, DEUS escolheu a espécie humana para a encarnação dos Espíritos que chegaram a certo grau de desenvolvimento, dando-lhe superioridade moral e intelectual sobre as outras.

            71. A alma é um Espírito encarnado, sendo o corpo apenas o seu envoltório.

            72 . Há no homem três coisas: o corpo ou ser material, análogo ao dos animais e animado pelo mesmo princípio vital; a alma ou ser imaterial, Espírito encarnado no corpo; finalmente o perispírito, isto é - o laço que prende a alma ao corpo, princípio intermediário entre a matéria e o Espírito.

            73 . Tem assim, o homem duas naturezas: pelo corpo, participa da natureza dos animais, cujos instintos lhes são comuns; pela alma, participa da natureza dos Espíritos.

            74. O laço ou perispírito, que prende ao corpo o Espírito, é uma espécie de envoltório semi material.

            75. A morte é a destruição do invólucro mais grosseiro - o corpo. O Espírito conserva o segundo - o perispírito que lhe constitui um corpo etéreo, invisível para nós no estado normal, mas que pode tornar-se acidentalmente visível e mesmo tangível, como sucede no fenômeno das aparições.

            76. O Espírito não é, pois, um ser abstrato, indefinido, só possível de conceber-se pelo pensamento. É um ser real, circunscrito, que, em certos casos, se torna apreciável pela vista, pelo ouvido e pelo tato.

            77. Os Espíritos pertencem a diferentes classes e não são iguais, nem em poder, nem em inteligência, nem em saber, nem em moralidade.

            78. Os da primeira ordem são os Espíritos superiores, que se distinguem dos outros pela sua perfeição, seus conhecimentos, sua proximidade de DEUS; pela pureza de seus sentimentos e por seu amor ao bem: são Espíritos purificados ou anjos.

            79 Os das outras classes se acham cada vez mais distanciados dessa perfeição, mostrando-se os das categorias inferiores, na sua maioria, eivados das nossas paixões: o ódio, a inveja, o ciúme, o orgulho, etc. Comprazem-se no mal.

            80. Há também, entre os inferiores, os que não são nem bons nem muito maus, antes enredadores e perturbadores, do que perversos. A malícia e as inconsequências parecem ser o que neles predomina. São os Espíritos estúrdios ou levianos.

            81. Os Espíritos não ocupam perpetuamente a mesma categoria. Todos se melhoram, passando pelos diferentes graus de hierarquia Espírita. Esta melhora quase sempre se efetua por meio da encarnação que é imposta a uns como expiação, a outros como missão. A vida material é uma prova que lhes cumpre sofrer repetidamente, quando rebeldes, até que hajam atingido a absoluta perfeição moral.

            82. Deixando o corpo, a alma volve ao mundo dos Espíritos, donde saíra; e só voltará para uma nova existência material, após um lapso de tempo mais ou menos longo, durante o qual permanece no estado de Espírito errante. Há entre esta doutrina da reencarnação e a da metempsicose, como a admitem certas seitas, uma diferença característica, que é explicada em ‘O Livro dos Espíritos’.

            83. Tendo o Espírito que passar por muitas encarnações, segue-se que todos temos tido muitas existências e que teremos ainda outras, mais ou menos aperfeiçoadas, quer na Terra, quer em outros mundos.

            84. A encarnação dos Espíritos se dá sempre na espécie humana; seria erro ou má fé acreditar-se que a alma ou o Espírito possa encarnar no corpo de um animal.

            85. As diferentes existências corpóreas do Espírito são sempre progressivas e nunca regressivas; mas, a rapidez do seu progresso depende dos esforços e trabalhos que faça para chegar à perfeição.

            86. As qualidades da alma são as do Espírito que está encarnado em nós; assim, o homem de bem é a encarnação de um bom Espírito, o homem perverso a de um Espírito impuro.

            87. O Espírito possuía sua individualidade antes de encarnar; conserva-a depois de se haver separado do corpo, pelo fenômeno a que vulgarmente se chama morte.

            88. Na sua volta ao mundo dos Espíritos, encontra ele todos aqueles que conhecera na Terra, e todas as suas existências anteriores se lhe desenham na memória, com a lembrança de todo o bem e todo o mal que fez.

            89. O Espírito encarnado se acha sob a influência da matéria; o homem que vence esta influência, pela elevação e depuração de sua alma, aproxima-se dos bons Espíritos, em cuja companhia um dia estará.

            90 . Aquele que se deixa dominar pelas más paixões, e põe todas as suas alegrias na satisfação de apetites grosseiros, aproxima-se dos Espíritos impuros, dando preponderância à sua natureza animal.

            91. Os Espíritos encarnados habitam os diferentes globos do Universo.

            92. Os não encarnados ou errantes, alguns ocupam regiões determinadas e circunscritas; ao
passo que outros estão por toda parte no espaço e ao nosso lado, vendo-nos e acotovelando-nos de contínuo. É toda uma população invisível, regida por Leis Divinas, a mover-se em torno de nós.

            93. Os Espíritos exercem incessante ação sobre o mundo moral e mesmo físico. Atuam sobre a matéria e sobre o pensamento, constituem uma das potências da Natureza, e são causa eficiente de uma multidão de fenômenos até então inexplicados ou mal explicados, e que não encontram explicação racional, senão no Espiritismo.

            94. As relações dos Espíritos com os homens são constantes. Os bons Espíritos nos atraem para o bem, sustentam-nos nas provas da vida e ajudam-nos a suportá-las com coragem e resignação. Os maus nos impelem para o mal; é-lhes uma felicidade ver-nos sucumbir e assemelhar-nos a eles.

            95. As comunicações dos Espíritos com os homens são ocultas ou ostensivas. As ocultas verificam-se pela influência boa ou má que exercem sobre nós, à nossa revelia. Cabe ao nosso juízo discernir as boas das más inspirações. As comunicações ostensivas dão-se por meio da escrita, da palavra ou de outras manifestações materiais, quase sempre pelos médiuns que lhes servem de instrumentos.

            96. Os Espíritos se manifestam espontaneamente ou mediante evocação.

            97. Podem evocar-se todos os Espíritos: os que animaram homens obscuros, como os das
personagens mais ilustres, seja qual for a época em que tenham vivido; os de nossos parentes, amigos ou inimigos, e obter-se deles, através de comunicações escritas ou verbais, conselhos, informações sobre a situação em que se encontram no Além; sobre o que pensam a nosso respeito, assim como revelações que lhes sejam permitidas fazer-nos.

            98. Os Espíritos são atraídos na razão da simpatia que lhes inspira a natureza moral do meio que os evoca.

            99. Os Espíritos superiores se comprazem nas reuniões sérias, onde predominam o amor do bem e o desejo sincero, por parte dos que as compõem, de se instruírem e melhorarem.

            100. A presença dos Espíritos superiores afasta os inferiores. Entre as pessoas más, reunidas, os Espíritos maus encontram livre acesso e podem obrar, com relativa liberdade, iludindo e aconselhando os mais frívolos, curiosos, invigilantes, perversos e viciosos, a quantos, enfim, sejam portadores de maus instintos. Longe de se obterem bons conselhos ou informações úteis, deles só se devem esperar futilidades, mentiras, gracejos de mau gosto, ou mistificações, pois que muitas vezes tomam nomes venerados, com o fim de melhor induzirem os desprevenidos e interesseiros a graves erros.

            101. Distinguir os bons dos maus Espíritos é extremamente fácil.

            102. Os Espíritos superiores usam constantemente de linguagem digna, nobre, repassada da mais alta moralidade, escoimada de qualquer paixão inferior; a mais pura sabedoria lhes transparece dos conselhos que objetivam sempre o nosso melhoramento e o bem da Humanidade.

            103. A linguagem dos Espíritos inferiores, ao contrário, é inconsequente, amiúde trivial e até grosseira. Se, por vezes, dizem alguma coisa boa e verdadeira, muito mais vezes dizem falsidades e absurdos, por malícia ou ignorância. Zombam da credulidade dos homens e se divertem à custa dos que os interrogam, lisonjeando lhes a vaidade, alimentando-lhes os desejos com falazes esperanças.

            104 . Em resumo: as comunicações sérias, na mais ampla acepção do termo, só são dadas nos Centros sérios, onde reine íntima comunhão de pensamentos, tendo em vista o Bem.

            105. A moral dos Espíritos superiores se resume, como a do Cristo, nesta máxima evangélica: FAZER AOS OUTROS O QUE QUERERÍAMOS QUE OS OUTROS NOS FIZESSEM, isto é - fazer sempre o bem e nunca o mal. Neste princípio encontra o homem uma regra universal de proceder, regra mesmo aplicável em suas menores ações.

            106. Os Espíritos superiores insistem e repetem frequentemente os seguintes ensinamentos: que o egoísmo, o orgulho e a sensualidade são paixões que nos aproximam da natureza animal, que o homem, que já neste mundo se desliga da matéria, desprezando as futilidades mundanas e amando o próximo, se avizinha da natureza espiritual; que cada um deve tornar-se útil, de acordo com as faculdades e meios que DEUS lhe pôs nas mãos, para experimentá-lo; que o FORTE e o PODEROSO devem amparo e proteção ao FRACO, porquanto transgride a lei de DEUS aquele que abusa da força e do poder, para oprimir seu semelhante.

            107. Ensinam, finalmente, que no mundo dos Espíritos, nada podendo estar oculto, o hipócrita será desmascarado e patenteadas todas as suas torpezas; que a presença inevitável e de todos os instantes daqueles para com quem houvermos procedido mal, constitui um dos castigos que nos estão reservados; que ao estado de inferioridade e superioridade dos Espíritos correspondem penas e gozos, desconhecidos na Terra.

            Do Blog: O número 108 não consta do original.

            Mas, ensinam também não haver faltas irremissíveis, que a expiação não possa apagar. Meio de consegui-lo encontra o homem nas diferentes existências que lhe permitem avançar, conformemente aos seus desejos e esforços, na senda do progresso, para a PERFEIÇÃO, que é o seu destino final.

            109. Cada ser humano conduz, dentro de si mesmo, em sua consciência, que é patrimônio da alma - o Inferno ou o Céu. As reencarnações depuram a alma, expungindo a do inferno das suas misérias e iniquidades, abrindo-lhe cada vez mais o caminho do Céu pela dor que redime, que depura, que enobrece, que eleva, purifica e sublima os seus sentimentos, pois que é ela, a sofrida com paciência, amor, resignação e humildade, a moeda com que alma, que evolve, paga as suas dívidas passadas e presentes.

            110. Tal a Justiça de DEUS, pois que foi assim que Jesus sentenciou: “Quem com a espada fere, com a espada será ferido", o que equivale a dizer: sereis medidos com a mesma medida com que medirdes.

            111. Nascer, viver, morrer, renascer, progredir continuamente - tal é a Lei.






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