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quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

O Joio e o Trigo




O Joio
e o Trigo

13,24 Jesus propôs-lhes outra parábola: “O reino dos céus é semelhante a um homem que tinha semeado boa semente em seu campo; 1
3,25  Na hora, porém, em que os homens repousavam, veio o seu inimigo; semeou joio no meio do trigo e partiu.
13,26 O trigo cresceu e deu fruto, mas apareceu também o joio.
13,27  Os servidores do pai de família vieram e disseram-lhe: Senhor, não semeaste bom trigo em teu campo?  Donde  vem,  pois,  o  joio?     
13,28 Disse-lhes ele: Foi um inimigo que fez isso! Replicaram-lhe: Queres que vamos e o arranquemos?
13,29 Não, disse ele, arrancando o joio, arriscais a tirar também o trigo;      
13,30 Deixai-os crescer juntos até a colheita. No tempo da colheita, direi aos ceifadores: Arrancai primeiro o joio e atai-o em feixes  para o queimar, depois o trigo no meu celeiro.      

             Para Mt (13,24-30) -O Joio e o Trigo - Parábola , encontramos a palavra de  Sayão, em “Elucidações Evangélicas”:        

            “Nem todos os espíritos se encontram no mesmo grau de desenvolvimento. Dos encarnados na Terra, uns são elevados, outros apenas iniciam suas provações morais. Vê-se daí não ser cabível que, para operar-se a renovação de nossa geração espiritual, se condenasse toda a geração material de que somos parte a perecer num dilúvio semelhante ao de que falam os antigos. É evidente, pois, que tal dilúvio não se deu com o caráter de universalidade que lhe atribuíram as narrações escriturísticas.

            O joio cresce de par com o bom grão. Depois, em cada colheita, aquele, para se depurar, é lançado ao fogo da expiação, ao mesmo tempo que o bom grão é guardado nos celeiros do Senhor.

            Desde que saiu do estado de fluidez, incandescente, a Terra tem passado por transformações sucessivas, tem sofrido renovações parciais, para o efeito de preparação e progresso graduais dos reinos mineral, vegetal e animal, mesmo do reino humano, efeito a que de futuro hão de seguir-se, por outros meios, as depurações e transformações, também graduais, dos aludidos reinos da Natureza.

            Dizendo que o “pai de família” não consentira que seus servos arrancassem, do campo que ele semeara, o joio, com receio de que simultaneamente tirassem o trigo, quis o divino Mestre refrear o zelo dos apóstolos e dos que lhe sucedessem como continuadores da sua obra, os quais, levados pelo desejo de fazer progredir a Humanidade, poderiam ir longe demais. À força de quererem reprimir abusos, poderiam chegar ao extremo de amedrontar os homens retos, porém, simples, e de os afastar.

            Conviria não perdessem de vista este ensinamento os que, nos tempos atuais, apregoando zelo da pureza do Espiritismo, pregam a necessidade da extinção completa, por todos os meios, dos centros onde ele é falseado e que representam o joio a crescer entre o bom grão. Não esqueçamos nós, os espíritas, que foi invocando um zelo semelhante que a Igreja se tornou perseguidora e abriu a interminável série dos seus atentados à liberdade de pensamento e de crença, a todas as liberdades, afinal, atentados que cada dia mais profundamente a divorciaram da doutrina cristã, do espírito dos Evangelhos, para cuja interpretação ela acabou proclamando-se a única habilitada, a fim de esconder aquele divórcio.

            A lição que a parábola do joio e do trigo encerra mostra que toda a ciência, para aquele que se propõe a pregar as verdades eternas, a difundir as da Doutrina dos Espíritos, a fim de que bem apreendidas sejam as daqueles mesmos Evangelhos, está em apropriá-las às inteligências que as tenham de receber. Se não for assim, um, por exemplo, que teria aceitado a moral evangélica, se lha houveram apresentado sob aspecto condizente com o seu ponto de vista (e por isso é que Jesus a maior parte do tempo ensinava em parábolas e símiles), a repelirá, ou ofuscado pela intensidade da luz que dela se irradia, ou atemorizado com as grandes dificuldades que ela lhe deixa entrever.

            A ceifa, de que fala a parábola, se dá na ocasião em que o Espírito volta à sua condição de origem, isto é, em que volta ao estado de Espírito liberto da matéria, por se haver despojado do seu envoltório carnal. Ao retornarem a esse estado, eles se encontram, ou na condição de joio a ser queimado, o que se verifica pelo fogo do remorso, das torturas mentais, a que se segue a reencarnação neste mundo, ou em mundos inferiores à Terra, de acordo com as tendências que revelam  e com o grau da sua culpabilidade; ou na condição de trigo, caso em que passam a habitar mundos superiores ao nosso, onde continuarão a aperfeiçoar-se, a progredir.  

            Encarada assim, como o deve ser, a ceifa tem sido feita sempre e ainda continuará por longo tempo. Quando terminará? Quando chegar a época da ceifa definitiva. Com relação ao nosso mundo, essa época será a em que não mais se permita ao joio crescer aqui de envolta com o trigo, em que aquele será arrancado e lançado fora, isto é, em que os Espíritos que se tenham conservado obstinadamente culposos e rebeldes se verão compelidos a deixar de encarnar no planeta terreno, para o fazerem em mundos colocados abaixo dele na escala dos orbes. A Terra, então, terá passado a fazer parte do reino de Deus, o que quer dizer: ter-se-á tornado, exclusivamente, morada de Espíritos bons.

            Os ceifeiros, no caso, são os Espíritos superiores, aos quais incumbe velar pelas expiações dos Espíritos culpados, na erraticidade, e classificar os que, por terem bem cumprido suas provas, mereçam ascender a mundos mais elevados do que o nosso.”



                                       


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