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quinta-feira, 29 de novembro de 2012

A Incoerência da Trindade



A incoerência
da Trindade

por Paulo Alves Godoy
Reformador (FEB)  Setembro 1946


“... a doutrina que ensino não é minha, mas daquele que me enviou.
Se alguém quiser fazer a vontade dele, pela mesma doutrina conhecerá se
ela é de Deus, ou se eu falo de mim mesmo.

Quem fala de si mesmo busca a sua própria glória,
mas o que busca a glória daquele que o enviou,
esse é verdadeiro, e não há nele injustiça."
João, Cap. VII, v. 16-18.



            Ninguém poderá enviar-se a si próprio. Se o Cristo fosse o próprio Deus, conforme a Igreja de Roma quer fazer crer, ele falaria por si e não necessitava de empregar subterfúgios, dizendo que a doutrina que ensinava não era sua, mas "daquele que o enviara".

            Jesus patenteou bem a sua individualidade e a sua subordinação a uma entidade superior, e a prova disso se nos depara a todo o momento quando perlustramos as páginas dos Evangelhos. Orando no Horto das Oliveiras, o Messias disse: "Pai, se for possível passai de mim esse cálice, porém, faça-se a vossa vontade e não a minha". Se o Mestre fosse o próprio Deus, não careceria de orar ao Pai, o que seria incoerente, e até representaria uma farsa, pois jamais se viu alguém interceder junto a si mesmo para a obtenção de qualquer favor.

            A Igreja persiste em seus erros, mesmo contrariando as tendências gerais do mundo de após guerra, quando todas as consciências almejam pela implantação do reino da Verdade e as tribulações tendem a induzir os homens a procurar uma aproximação com Deus, obrigando-nos dessa forma a abandonar de vez tudo quanto se distancia da verdade. 

            Os antigos israelitas alimentavam uma concepção mais real sobre a individualidade una de Deus, embora os prejuízos do farisaísmo deturpassem a nítida compreensão sobre a Divindade, emprestando-lhe certos atributos que hoje são considerados utópicos.

            Mesmo depois da oficialização da Igreja Romana, por Constantino, e da instituição do dogma aberrante da Trindade, grande número de mentalidades esclarecidas e libertas das tendências extravagantes de Roma insurgiram-se contra esse princípio, negando-lhe qualquer verossimilhança.

            O Espiritismo vem esclarecer os homens, restabelecendo as coisas em seus devidos lugares; Deus é nosso Pai, indivisível, eterno, imutável, onipotente e onisciente; Jesus, nosso irmão que já atingiu elevadíssimo grau de perfeição, teve um, princípio e é mutável porque é suscetível de evoluir ainda mais; o Espírito-Santo é uma plêiade de Espíritos esclarecidos, obreiros do bem, mensageiros da vontade Divina, lídimos intérpretes entre os planos superior e inferior.



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