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sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Carta aos Jovens



Carta
aos Jovens


            Irmãos de minh'alma:

            Viva o Espírito do Cristo em nossos corações e nos dos nossos companheiros .

            Somos jovens, porque os milênios não nos decrepitam, mas renovam; e porque nossos espíritos imortais apenas começaram sua vida eterna.

            A vida eterna é patrimônio do Eterno Pai, que no la deu. Tomemo-la com reconhecimento e entremos na sua posse.

            A posse da vida eterna é a paz e a alegria do coração, mas o pecado é a morte da alma.

            O pecado é a transgressão da Lei; e a Lei é boa, porque Amor.

            Amemos, e teremos, paz, e a paz nos dará alegria, e a alegria da paz interior nos encherá de felicidade a vida do espírito.

            A alegria é luz interior que vem de dentro; o riso que vem de fora é engodo do mundo; e o mundo mente.

            Precatai-vos pois da mentira do mundo, porque a mentira ilude e a ilusão leva ao erro, e o erro perde.

            Pregais o bem, e o bem seduz as almas, e as almas vos aplaudem. Cuidai, porém, que os aplausos que sobem da Terra vos não fechem os ouvidos do espírito à voz que desce do céu.

            Porque a voz que sobe da Terra, fala do que se vê na Terra, e na Terra só se vê o exterior; mas o Alto penetra o interior dos sentimentos.

            O interior é o real; o aparente é fictício, e o fictício é o engano.

            O engano traz a decepção e a decepção traz a amargura, e a amargura tira a paz e a alegria do coração.

            Sede pois, em essência, como o mundo vos vê e vos celebra, para que não suceda que sejais aos olhos do Senhor como os sepulcros caiados ou os falsos profetas.

            Tende cuidado que a sede de parecerdes bons vos não leve a agirdes bem aos olhos humanos; mas procurai que a virtude dos vossos corações determine vossas boas obras.

            Porque é pelo fruto que se conhece a árvore; mas não pela beleza exterior do fruto, e sim pela sua sanidade interior.

            A dor dos homens vos convida à caridade. Eu, porém, não desejo que sejais simplesmente caridosos, mas, sim, cheios de amor.

            Porque onde existe amor não pode haver a caridade que se exterioriza na prática mecânica de um gesto comum.

            Essa caridade custa e dói; o amor Iene, suaviza e redime.

            Jesus não foi nunca caridoso, no sentido restrito da palavra, porque sempre amou; e jamais falou em caridade. Porque a caridade entre os homens se faz de cima para baixo, mas o amor se manifesta nivelando planos.

            Tendes a seiva do entusiasmo e o sol da mocidade. Purificai a seiva e dosai o Sol, para que não se dê que a seiva se desperdice e, o Sol vos queime.

            Sede esclarecidos na fé, equilibrados na esperança e incondicionais no amor.

            Porque a fé cega leva ao fanatismo, a esperança desequilibrada conduz à fantasmagoria, mas o amor condicionado traz as malquerenças e as disputas.

            Não busqueis fundar a vossa obra nas palavras que proferis, mas no trabalho que fazeis. Porque a vida da palavra é o ato; porque o pensamento é semente e a palavra é árvore, mas só a obra é fruto.

            Não meçais, pois, vosso trabalho pelas medidas das conveniências humanas ou do esforço menor, ou das convenções da sociedade. Mas aquilatai-o pela sua intensidade, essência e frutificação.

            Não vos inquieteis, todavia, com as colheitas do vosso esforço, mas com o plantio das vossas mãos; porque, em verdade, ninguém colhe no dia que planta. E, às vezes, o que planta uma árvore não lhe colhe os frutos; mas das que virão por ela, no frutificar das sementes que ela der.

            Sede mansos e humildes, compreensivos e tolerantes. Porque de pugnadores o mundo já está cheio, e nem por isso, é bom: mas é da mansidão que ele precisa.

            Sois os renovadores do mundo. A renovação do mundo é a instituição do Amor de Jesus. Enchei-vos, pois, do Amor de Jesus, para poderdes espalhá-lo pelo mundo. Porque ninguém dá o que não tem: nem pode fazer a outrem semelhante aquilo que não é.

            Meu abraço vos dou e meu afeto.

            Jesus, Nosso Senhor, vos abençoe.

por      Fontes da Luz
Reformador (FEB) Novembro 1947

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