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domingo, 22 de julho de 2012

Um Mundo Maior

Platão
Um Mundo Melhor
           
           
         A criança, ensinada pela sua mãe, diz que a chuva cai do céu, mandada por Deus, para molhar a terra e fazer crescer as plantas.

            O sábio ri-se da ingenuidade infantil, e explica: "Chuva é a água que cai da atmosfera por efeito da condensação dos vapores. Do solo úmido, dos mares, rios, lagos, etc., sobem continuamente vapores d’água, elevando-se a alturas consideráveis. Ora, como o ar não tem a sua temperatura constante, resfria-se numa certa região sob a influência de qualquer causa, pode o resfriamento ser tal que o vapor d’água existente nessa zona tome o estado de saturação e passe em seguida ao estado líquido, condensando-se em gotículas de tão fraca densidade que ficam em suspensão na atmosfera como pó tenuíssimo. Formam assim as nuvens que tornam o ar mais ou menos opaco nessa região e se resolvem em chuva."  

            Inclino-me à explicação da criança por ser mais simples. A simplicidade é o caminho que conduz à verdade.

            A criança, dizendo que a chuva é enviada por Deus, não errou, repetiu o ensinamento do único Mestre, assim expresso no Sermão do Monte: "Ouvistes o que foi dito aos antigos: Amarás o teu próximo e aborrecerás o teu inimigo? Eu, porém, vos digo: Amai os vossos inimigos, bendizei os que vos maldizem, fazei bem aos que vos odeiam, e orai pelos que vos maltratam e perseguem, para que assim vos torneis filhos do vosso Pai que está nos céus, pois Ele faz que o seu sol se levante sobre os bons e os maus, e desça a chuva sobre os justos e os injustos ."

            As lições evangélicas, como a acima transcrita, menosprezadas pela ciência vaidosa do e século, vêm recebendo, através dos tempos - para os que têm olhos de ver - a confirmação positiva dos fatos e o testemunho inconteste de certos acontecimentos e manifestações insólitas que as escolas terrenas não sabem explicar.

            Demais, definir um fenômeno com termos técnicos nem sempre importa em esclarecê-lo e explicá-lo tal como realmente é. Por vezes, é um meio hábil de disfarçar e esconder a ignorância humana.

            A Ciência define a eletricidade como sendo "um suposto fluido imponderável e incoercível a que se atribui os fenômenos elétricos". Ficamos, acaso, sabendo o que seja a eletricidade?

            Sobre a luz, assim se pronuncia: "É o agente ou a suposta causa que determina a visão nos seres que têm a propriedade de ver". Estaremos inteirados e instruídos a cerca do que é a luz?

            Quanto ao som, diz o seguinte: "É o movimento vibratório imprimido a um corpo elástico e comunicado em seguida por este ao fluido que o rodeia, e, finalmente, transmitido por esse fluido ao órgão do ouvido que lhe recebe a impressão".

            Entendemos o que vem a ser o som?

            E os fluidos? "Fluido é a matéria imponderável a cuja ação são atribuídos os fenômenos do calor, da luz, da eletricidade e do magnetismo".

            Em conclusão, perguntamos: sabe a Ciência o que seja a matéria? Nada obstante, nega a existência do Espírito.

            Em realidade, forçoso é reconhecer que o homem nada sabe da essência íntima de todas as coisas, tanto das ponderáveis como das imponderáveis.

            Admiremos e louvemos a Ciência em tudo que ela tem produzido de bom e de útil à Humanidade, sem conceder-lhe, porém, foros de onipotência e de infalibilidade; e admiremos e reverenciemos mais ainda as mães que propinam aos filhos, com o leite materno, as luzes espirituais que formam o caráter e aprimoram o sentimento.

            A ciência que procede do cérebro não atende a todas as necessidades e problemas da vida. É preciso completá-la com a ciência do coração que é a sabedoria do amor; essa mesma sabedoria que manda querer a todos - bons e maus - de vez que será tão somente nos interessando pelos maus que os tornaremos bons e justos, resolvendo, desse modo, o problema da confraternização humana, ao qual os sábios materialistas ainda não lograram dar a desejada solução.

            É desta ciência e daquelas mães que poderemos esperar UM MUNDO MELHOR.   



por Vinícius (Pedro de Camargo)

inReformador’ (FEB) Agosto  1945


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