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sábado, 30 de junho de 2012

O Sermão do Silêncio



O Sermão do Silêncio  JUN 30

                                   
         Herodes folgou muito ao ver Jesus; porque, desde longo tempo, desejava vê-lo, por ter ouvido falar muito dele, e esperava vê-lo fazer algum milagre. Fez-lhe, pois, muitas perguntas; Jesus, porém, não lhe deu resposta.
         Estavam presentes os príncipes dos sacerdotes e escribas, acusando-o sem cessar. Herodes, com os da sua guarda, fez dele ludíbrio, vestindo-lhe uma veste branca. E reenviou-o a Pilatos.
         Neste mesmo dia, tornaram-se amigos Herodes e Pilatos, quando antes eram inimigos um do outro. Lucas   23,  8ss




         Falara Jesus diante de Pilatos. Diante de Caifás. Diante de Judas até.

            Cala-se diante de Herodes. Também, que diria ele a esse homem? Como compreenderia o vício a virtude? Que sociedade há entre a luz e as trevas? Entre o filho da virgem e o escravo da luxúria?

            A única resposta que podia o Home-Deus dar ao homem-animal era o silêncio, o mais profundo silêncio...

            E Herodes fez o que era de esperar do seu caráter. Ludibriou o Nazareno como um louco. Foi fiel a si mesmo, esse real comediante...

            Desde esse primeiro carnaval da sexta-feira santa em Jerusalém, atravessa o Nazareno os séculos da História, coberto com o manto do escárnio, do ludíbrio, da loucura da cruz.

            Têm razão todos esses Herodes, de todos os tempos, de todos os países. Para o escravo da luxúria, para os levianos gozadores do mundo, é o Cristo um pobre idiota; e o seu Evangelho, um aborto do hospício...

            “Não compreende o homem animal as coisas do espírito de Deus; parecem-lhe estultícia; nem as pode compreender, porque devem ser tomadas em sentido espiritual.” (Paulo, apóstolo)
           

Huberto Rohden
in “Em Espírito e Verdade”
Edição da Revista dos Tribunais, SP – 1941  


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