Pesquisar este blog

quinta-feira, 15 de março de 2012

04 / 05 Antônio Wantuil de Freitas






04 / 05  Antônio
Wantuil de Freitas

inReformador’ (FEB) Abril 1974



"Por Que Sou Cristão"

            Na edição do "Reformador" de junho de 1942, páginas 128/129, Wantuil de Freitas subscreveu um pequeno artigo, à guisa de reafirmação de profissão de fé, contando como se tornou cristão. Embora conhecendo bem o Antigo e o Novo Testamentos, interpretados por outras correntes religiosas, ele não se sentia satisfeito com os "milagres" ali mencionados, não vendo neles algo que pudesse, realmente, apresentar uma base racional aceitável.  Graças, porém, a "Os Quatro Evangelhos", essa obra mediúnica de extraordinária valia, pôde ele compreender a natureza intrínseca dos fatos citados pelos evangelistas.

            O artigo, em sua eloquente naturalidade e a seguir reproduzido, transmitirá ao leitor o que ocorreu com o nosso companheiro. Intitulou-o: "Por que sou cristão".

      Cremos que 95% dos que formam nas hostes espiritistas do Brasil foram trazidos pela dor.

      Católicos, protestantes e materialistas que militam hoje na propagação evangélica, segundo o Espiritismo, ou, seja, em espírito e verdade, sofreram primeiramente o efeito salutar do buril divino, para que então se voltassem para o Cristo de Deus.

      Os fatos comigo se passaram de maneira diferente. Conhecendo o Antigo e o Novo Testamentos, interpretados por católicos e protestantes, por ter eu estudado em colégios dessas duas religiões, quando recebi convite para assistir a uma reunião espírita, lembrei--me das palavras de Paulo - Examinai tudo e escolhei o que for bom - e me dirigi para a sessão, aliás, convencido de que conseguiria desmascarar, ou, pelo menos, explicar os fenômenos que me haviam relatado.

      Inútil será dizer aos que me leem que não consegui o que a minha vaidade humana aspirava e, assim, ao voltar da reunião, trazia no bolso a lista das obras de Kardec, que me foram aconselhadas pelo presidente da sessão.

      De posse dos livros básicos, passei a estudar o Espiritismo e, durante meses, nada mais fiz que ler toda a literatura existente em português e francês e em traduções de outras línguas para estas duas. Li para mais de duzentas obras e já acreditava na veracidade dos fenômenos. Admitia-os como produzidos pelos desencarnados, mas, ainda havia um vácuo no meu espírito: - não compreendia a razão por que misturavam o Cristianismo com o Espiritismo.

      Habituado às ciências positivas e experimentais, eu não admitia que Jesus-Cristo houvesse podido realizar os fenômenos relatados no Novo Testamento. Todas as obras que me haviam tornado crente não conseguiram que eu acreditasse na ressurreição e nos demais fenômenos, de sorte que, admiti-Ios sem que a minha razão os aceitasse, seria enganar a mim mesmo e estar, ainda, de encontro à -própria Doutrina que me aconselhava o cultivo da fé raciocinada e baseada nos fatos experimentais.

      Alguns meses  levei nesta luta Intima e nela continuaria até hoje, se não encontrasse a explicação dos pontos que me afastavam do Cristianismo, explicação que só encontrei na obra - Os Quatro Evangelhos, de Roustaing. Foi aí, nessa obra monumental, que aprendi a estudar o Evangelho, conseguindo, finalmente, solidificar a minha fé religiosa e compreender que o Espiritismo não é um ramo do Cristianismo, mas o próprio Cristianismo redivivo.

      Como veem, foi Roustaing quem me fez assimilar o Evangelho e compreender as obras básicas que os Espíritos transmitiram a Allan Kardec, autor este que vem sendo disseminado no Brasil, graças ao punhado de espíritas que, há 60 anos, fundaram a Federação Espírita Brasileira, onde, durante todo esse tempo, vêm sendo estudadas bissemanalmente as obras desses dois grandes missionários do século XIX.

      Se a Allan Kardec devo o conhecimento da Doutrina que me forneceu os princípios filos6ficos e científicos, a Roustaing devo a felicidade de crer em Jesus-Cristo. Roustaing não s6 me deu a certeza de haver existido o Divino Mestre, como me fez crer na sua qualidade de Ser Superior e, por isso mesmo, conhecedor dos fluidos, fluidos que, aos poucos, mui lentamente, se tornam conhecidos dos homens.

      Como, entretanto, a luz em demasia pode ocasionar cegueiras e incompreensões, tal como aconteceu ao aparecer o Cristo na Terra, e mesmo por sabermos que a evolução religiosa do Planeta sempre se processou por etapas, supomos que a obra de Roustaing só poderá ser compreendida e assimilada por todas as camadas sociais, quando a evolução chegar à sua época.

      O Cristo s6 começou a ser compreendido centenas de anos depois de haver pregado a sua Doutrina e, ainda assim, deturpada ou combatida muitas vezes.

      Que ele, o Cordeiro de Deus, se apiade de seus governados da Terra e nos dê a luz de que necessitamos para levar ao nosso próximo  a certeza absoluta da bondade, da justiça, da misericórdia e do amor paternal do Deus.




Nenhum comentário:

Postar um comentário