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sábado, 4 de fevereiro de 2012

A Cura de um Paralítico


Cura
de um paralítico

 9,1    Jesus tomou de novo a barca e passou o lago e veio para a sua cidade.
9,2     Eis que lhe apresentaram um paralítico estendido numa padiola. Jesus, vendo a fé daquela gente, disse ao paralítico: “-Meu filho, Coragem! Teus pecados te são redimidos!”
9,3    Ouvindo isto, alguns escribas murmuraram entre si: - Este homem blasfema!
9,4    Jesus, penetrando-lhes os pensamentos, perguntou-lhes: “-Por que pensais mal em vossos corações?
9,5    Que é mais fácil dizer; Teus pecados te são redimidos ou levanta-te e anda?
9,6    Ora, para que saibas que o Filho  tem na terra o poder de  perdoar os pecados:
“-Levanta-te!”- Disse Ele ao paralítico – “ -Toma tua maca e volta para tua casa”.”
9,7   Levantou-se aquele homem e foi para sua casa.
9,8   Vendo isto, a multidão encheu-se de medo e glorificou a Deus por ter dado tal poder aos homens.

         Para Mt (9,2-6) -Cura de um Paralítico -, busquemos no  Cap. XV de  “A Gênese”, de A. Kardec,  os esclarecimentos:

            “Sem nada prejulgar quanto à natureza do Cristo, natureza cujo exame não entra no quadro desta obra, considerando-o apenas um Espírito superior, não podemos deixar de reconhecê-lo um dos de ordem mais elevada e colocado, por suas virtudes, muitíssimo acima da humanidade terrestre.

            Pelos imensos resultados que produziu, a sua encarnação neste mundo forçosamente há de ter sido uma dessas missões que a Divindade somente a seus mensageiros mais diretos confia, para cumprimento de seus desígnios. Mesmo sem supor que ele fosse o próprio Deus, mas unicamente um enviado de Deus para transmitir sua palavra aos homens, seria mais que um profeta, porquanto seria um Messias divino.

            Como homem, tinha a organização dos seres carnais, porém, como Espírito puro, desprendido da matéria, havia de viver mais da vida espiritual, do que da vida corporal, de cujas fraquezas não era passível. A sua superioridade com relação aos homens não derivava das qualidades particulares do corpo, mas das do seu Espírito, que dominava de modo absoluto a matéria e da do seu perispírito, tirado da parte mais quintessenciada dos fluidos terrestres. Sua alma, provavelmente, não se achava presa ao corpo, senão pelos laços estritamente indispensáveis. Constantemente desprendida, ela decerto lhe dava dupla vista, não só permanente, como de excepcional penetração e superior de muito à que de ordinário possuem os homens comuns. O mesmo havia de dar-se, nele, com relação a todos os fenômenos que dependem dos fluidos perispirituais ou psíquicos. A qualidade desses fluidos lhe conferia imensa força magnética, secundada pelo incessante desejo de fazer o bem.

            Agiria como médium nas curas que operava? Poder-se-á considerá-lo poderoso médium curador? Não, porquanto o médium é um intermediário, um instrumento de que se servem os Espíritos desencarnados e o Cristo não precisava de assistência, pois que era ele quem assistia os outros. Agia por si mesmo, em virtude do seu poder pessoal, como o podem fazer, em certos casos, os encarnados, na medida de suas forças. Que Espírito, ao demais, ousaria insuflar-lhe seus próprios pensamentos e encarregá-lo de os transmitir?  Se algum influxo estranho recebia, esse só de Deus lhe poderia vir. Segundo definição dada por um Espírito, ele era médium de Deus.”
                       
            A. Kardec retorna a esse trecho do Evangelho, ainda em seu Cap. XV, para adicionar:
           
            “Que significariam aquelas palavras: “Teus pecados te são redimidos” e em que podiam elas influir para a cura?  O Espiritismo lhes dá a explicação, como a uma infinidade de outras palavras incompreendidas até hoje. Por meio da pluralidade das existências, ele ensina que os males e aflições da vida são muitas vezes expiações do passado, bem como que sofremos na vida presente as consequências das faltas que cometemos em existência anterior e, assim, até que tenhamos pago a dívida de nossas imperfeições, pois que as existências são solidárias umas as outras.

            Se, portanto, a enfermidade daquele homem era uma expiação do mal que ele praticara, o dizer-lhe  Jesus: “Teus pecados te são redimidos ” equivalia a dizer-lhe:  “Pagaste a tua dívida; a fé que agora possuis elidiu a causa da tua enfermidade; conseguintemente, mereces ficar livre dela..

            Daí o haver dito aos escribas:

             “Tão fácil é dizer: Teus pecados te são perdoados, como: Levanta-te e anda.”
            Cessada a causa o efeito tem de cessar. É precisamente o caso do encarcerado a quem se declara:

             “Teu crime está expiado e perdoado” o que eqüivale a se lhe dizer:

            “Podes sair da prisão”.”



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