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domingo, 5 de fevereiro de 2012

10 'Doutrina e Prática do Espiritismo'



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            Mas não é nessa direção unicamente que se pode orientar a utilização da clarividência psicométrica. Mais valioso e de singular alcance é o testemunho que fornece, quando encaminhada ao estudo e observação da personalidade humana, surpreendida em seus mais íntimo matizes. Porque ainda a esse respeito não estamos longe de concordar com G. Phaneg, em cuja opinião, essa possibilidade de distinguir as tendências, as qualidades, os vícios de um ser humano é um dos aspectos mais preciosos, uma das mais belas faculdades divinas em nós ocultas".

            "Sem duvida - acrescenta ele - "é muito interessante e de máximo proveito para o vidente poder, como o afirma Denton com um pouco de exagero, perceber as montanhas e cursos dos rios, penetrar nos abismos dos mares silurianos e lhes observar os habitantes, caçar com os indianos, ouvir o bater de alviões no fundo das minas do lago Superior e descortinar um passado que se nos afigurava intangível para sempre."   A meu ver, porém, nada é mais interessante que o estudo do homem; e haverá sempre, para quem nele saiba ver, maiores maravilhas em um coração humano que nas mais belas regiões da natureza (1)."

                (1)     G. Phaneg, ob. cit. pág. 59-60.

            A clarividência psicométrica reserva com efeito, as mais inesperadas revelações e será de suma utilidade para quem a exercer no sentido de observar, em suas invisíveis irradiações, a entidade psíquica, contanto que, porém, o faça com um fim de caridade e amor ao próximo, jamais para a satisfação de frívolas curiosidades.

            Para ver, basta ao sensitivo o contado com um objeto pertencente a determinada pessoa, impregnado, portanto, do seu aura, como uma fotografia, uma carta, um acessório de uso ou de vestuário, etc. De posse desse objeto e empregando o processo operatório já descrito, isto é, concentrando-se e colocando o objeto na fronte (ou mesmo na nuca), O psicômetra, em geral sem saber de que pessoa se trata, lhe descreverá ora as qualidades, as inclinações, os defeitos, ora sucessos de sua vida passada ou que estão para lhe sobrevir, umas vezes porque assistirá ao desenrolar das cenas, tal como nas experiências que acabamos de relatar, outras vezes por se apresentar no campo da visão astral um conjunto de imagens simbólicas, cuja significação o orientará para a definição do caso.

            Ao psicômetra é também possível, independentemente de contato com qualquer objeto material,  fazer a psicologia instantânea de uma pessoa presente, bastando concentrar-se e fixar a atenção no aura, ou irradiação fluídica dessa pessoa, no qual se refletem as suas qualidades morais e, por assim .dizer, se têm fotografado os sucessos de toda a sua vida. O Sr. G. Phaneg, em sua obra já citada; eminentemente instrutiva para os que desejem conhecer em suas particularidades o  atraentíssimo assunto, menciona vários exemplos dessa natureza.

            Compreende-se facilmente a importância e, ao mesmo tempo, a gravidade que resulta da posse desse dom, diante do qual os próprios segredos da psique humana podem, tantas vezes, apresentar-se desvendados. Por isso mesmo é que o seu desenvolvimento requer, como atrás dissemos, não só um adestramento intelectual e psíquico, mas, sobretudo, a aquisição de condições morais que induzam o seu possuidor a fazer dele um uso discreto, sempre no sentido do bem, alheio e próprio.

            Não nos desviemos, porém, do nosso objetivo. O que nos propusemos evidenciar nas precedentes páginas, com o apoio de fatos experimentalmente comprovados, foi a existência, no homem, de uma entidade psíquica perfeitamente caracterizada, na qual não só residem as próprias percepções sensoriais , de que o sistema nervoso é apenas o veículo (1), mas um sentido próprio dotado de maravilhosa penetração e lucidez, quer desenvolvida mediante apropriados exercícios, quer espontaneamente revelada nos casos de dupla vista e no que se chama o desdobramento da personalidade.

            Corpo físico, entretanto, e corpo astral, ou duplo etéreo, não constituem mais que os dois sucessivos e imediatos aspectos sob que se nos apresenta o ser humano, em cujo estudo cumpre remontar mais longe, obedecendo sempre ao método gradual que temos adoptado. E, pois que de sua natureza a ciência acadêmica se tem mostrado impotente para nos fornecer a síntese, vejamos se nos é possível obte-la, como o acreditamos, de acordo com as concepções do moderno espiritualismo.
           
                (1) Como o demonstram as experiências do sonambulismo magnético, a que aludimos e em que, pelo fenômeno da exteriorização, os sentidos físicos se anulam, transferida a sensibilidade, do mesmo modo que a vista e a audição, para o duplo astral, ligado embora ao corpo, de que só se separa definitivamente por ocasião da morte.





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