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terça-feira, 31 de maio de 2011

35 Trabalhos do Grupo Ismael



35
           

SESSÃO DE 24 DE JANEIRO DE 1940

Comunicação final,  sonambúlica


            Refere-se toda ela à circunstância de achar-se gravemente enfermo um companheiro do Grupo, o qual, mais tarde, graças a Deus, recuperou quase completamente a saúde.
                Dirigindo-se diretamente aos servidores da treva, Bittencourt Sampaio lhes afirma que não conseguirão o escândalo que procuram, promovendo a falência, à ultima hora, daquele que se fizera propagandista ardoroso da palavra revelada.
                Assinala a ilusão em que, insensatos, laboram, supondo que, se conseguissem o escândalo,  prejudicariam a obra. – Declara que esta irá até ao fim porque a coorte do Evangelho está vigilante.  – As lutas que aguardam os admitidos ao serviço do Evangelho. – Necessidade do critério e da ponderação nesse serviço. – Como deve o discípulo do Evangelho imitar o Mestre. – Orientação aconselhada aos obreiros da Casa de Ismael.


Médium: J. CELANI

           
            O soldado do Cristo está sob a guarda dos seus servos fieis e dedicados. Deus vela. Se tomba um homem, centenas de homens se erguem para a defesa da causa, que não dos homens e sim daquele que o Pai enviou para a cristianização desde planeta.
            Quereis o escândalo (dirige-se a invisíveis representantes da treva), montando guarda em volta do instrumento da propaganda da palavra relevada? Não o conseguireis. A vossa ação irá tão somente até aos limites demarcados  pela lei sábia e justa do nosso Criador e Pai.
            Não ignoro que sabeis aproveitar as falhas do homem e que sabeis também explorar-lhe o trabalho desarrazoado e a ação nem sempre criteriosa e medida, a serviço da Verdade. Quereis explorar a retumbância do escândalo, que seria a falência de tão evidente propagandista da Nova Revelação.
            Pensais que essa retumbância retardaria sequer de um passo a marcha ascensional da ideia que brotou para  humanidade na manjedoura, que cresceu, evoluiu e empolgou a mesma humanidade, faltando apenas que seja por ela assimilada em toda a sua essência para reunir o rebanho e unificá-lo em torno do Pastor divino?
            Cegos que sois! Criaturas empolgadas pelo ódio e obscurecidas pelo orgulho, que não deixa perceber o amor do Cristo, nem a sua caridade para com aqueles que, levantados por Ele um dia do abismo do crime, tomaram a sua cruz para segui-lo.
            Insensatos! a vossa obra não irá até o fim, porque a coorte do Evangelho está vigilante e saberá romper as novas fileiras, no momento oportuno, para salvação do acervo de N. S. Jesus Cristo.
            Meus companheiros, que terríveis lutas guardam todos aqueles que foram admitidos ao serviço do Evangelho! Vede que as minhas palavras, as advertências fraternas tantas vezes feitas ou dirigidas ao companheiro tinham razão de ser.
            Ao Cristo se serve mais com a ação criteriosa e ponderada, com a vigilância e com a sutileza necessária no mundo das paixões, do que com os entusiasmos frequentemente improdutivos. E’ preciso seguir cautelosamente a estrada e não avançar demais, porque o lobo ronda e espreita.
            Somente aqueles que possuem cabedal moral estão salvaguardados da ação dessas matilhas que se colocam de alcateia ao rebanho do Cristo. Ao menor descuido, torna-se presa fácil aquele que se afoita demasiado, sem os predicados indispensáveis à sua defesa.
            O discípulo do Evangelho deve, sobretudo, imitar o Mestre que, na sua missão gloriosa, pregava às massas, exemplificava as suas afirmações  e fazia promessas comedidas e veladas, a fim de que produzissem frutos naqueles que as pudessem compreender e fizessem a sua obra no futuro, pelos anos em fora.
            Esta a orientação sempre aconselhada aos obreiros da Casa de Ismael: expor a doutrina pela palavra escrita ou falada, com moderação e critério. Em vez das polêmicas azedas e apaixonadas, fraternas trocas de ideias entre filhos do mesmo Pai.
            Somos partidários do trabalho unificado na Casa de Ismael, porque a dispersão de forças é prejudicial, esgota os poucos trabalhadores, os põe combalidos e accessíveis  ao trabalho da treva, que combate a luz e o advento da Verdade.
            Não se pode ir além dos limites traçados pelos méritos da humanidade. E’ do Evangelho. O Cristo o disse. Não podereis modificar o estado da alma daqueles que ainda não logram compreender os ensinos do Cristo, como vós os compreendeis. São cegos para os quais ainda não chegou a hora da iluminação.
            Envolvei, portanto, o companheiro abatido nos eflúvios dos vossos sentimentos, pois que ele avançou muito e uma falência  seria desastrosa para o seu Espírito.
            Rogai por ele à Virgem, para que com o seu amor o proteja e o liberte do envolvimento que se prenuncia ao seu derredor, no intuito de quebrar o seu contato com os servos da seara, tornando, em consequência, muito difícil a sua defesa.
            Meus companheiros, o convívio dos crentes entre si é uma necessidade. Os apóstolos, perseguidos pelos Césares da Roma pagã, se reuniam humildes nas catacumbas para a oração; mais do que para a oração: para receberem os mensageiros do Cristo, que os fortaleciam no desempenho das suas missões, sem quebra da responsabilidades que lhes cabiam, como Espíritos prepostos à obra de cristianização da humanidade. Esse apostolado veio vindo desde então com o tempo e chegou aos vossos dias quase nas mesmas condições de terror, dadas as tendências dos Césares modernos.
            A diversidade da época não mais permite o refúgio nas catacumbas. Estas, no entanto, porem ser revividas nos vossos centros de estudos, nos vossos lares, nos vossos corações.
            Oremos, pois, companheiros, por todos os componentes, presentes e ausentes, desta escola de sentimentos, porém oremos com mais fervor por aquele que se encontra em maior perigo de soçobro. E aproveitai as lições que os acontecimentos vos oferecem, para firmardes a vossa orientação cristã, ao serviço da Casa de Ismael.
            Eis o que me cabe dizer-vos, cumprindo o dever de encerrar com uma mensagem do Alto
 o vosso estudo de hoje.
            Que Jesus vos ampare, que seu Espírito vos reconduza aos vossos lares, abençoe as vossas esposas e filhos, a fim de poderdes dar cumprimento aos vossos deveres e responsabilidades. – Bittencourt.





34 Trabalhos do Grupo Ismael



34



SESSÃO DE 17 DE JANEIRO DE 1940


Comunicação final,  sonambúlica


                Dada após o encaminhamento, para a verdade evangélica, de mais um servidor da Igreja, o qual assinala a fuga dos seus sequazes, ao desmoronar-se cada um dos planos que arquitetura. – Causa do pavor que os assalta. – Erguimento das verdadeiras catedrais para o serviço do Senhor. – Prolongamento dos combates entre os servidores da treva e o núncio da verdade. – O pecado da Igreja Romana. – a obra do fogo depurador. – Transmutação rápida do estado da alma de um pobre filho de Deus. – O que significa a colaboração com os prepostos de Ismael. – Prece à Virgem.



Médium: J. CELANI


   Paz em nome do Cordeiro Imaculado.
   Eles fogem em nevoada a cada esfacelamento dos seus planos tenebrosos. As inteligências dos mentores do mal trabalham porfiadamente em busca de uma solução que os salve da derrocada final do edifício da mentira e do obscurantismo.
   Cegos condutores de cegos, não se aperceberam do abismo que os aguardava e, agora, prestes a sossobrarem, apavoram-se diante  das consequências da sua obra maléfica ao progresso da humanidade, que eles deveriam esclarecer e guiar para o aprisco salvador. Veem o fogo ateado pelas suas próprias mãos, como medida capaz de salvá-los da derrocada, voltar-se contra eles, soprado pelo vento com que não contavam, ameaçando envolver com suas labaredas os baluartes que os abrigam e reduzi-los a cinzas,a fim de que de seus escombros surjam verdadeiras catedrais para o serviço do Senhor, onde as criaturas sofredoras encontrarão o pão do corpo e o pão do espírito, numa exteriorização dos sentimentos que em realidade caracterizam uma obra digna de ser considerada cristã em Cristo, Senhor nosso.
   Meus companheiros, ainda serão, e por muito tempo, bem rudes os combates entre os Espíritos servidores da treva  e o Espírito núncio da verdade. E os homens, colhidos pelos servos do Pai de família para o festim das núpcias, terão redobradas as suas lutas, fazendo-se-lhes necessário maior vigilância e mais e mais cuidado na oração, para que lhes não falte, nas horas das deliberações, a iluminação do Espírito do Mestre e Senhor; para que lhes não faltem a sensatez e o critério que qualificam o verdadeiro servo do manso Cordeiro que tira o pecado do mundo.
  A Igreja de Roma pecou por orgulho e vaidade, obstinando-se em sobrepor os seus interesses à finalidade da sua fundação e à doutrina do Consolador, agora exposta e propagada por todos os quadrantes. Que o Senhor se apiede da Roma orgulhosa e faça que a humildade se torne um fato no coração dos componentes dos colégios que se fundam para a reeducação dos Espíritos que vão gradativamente abandonando os atalhos, para tomarem a estrada ampla e iluminada pela  luz da Verdade relativa à evolução humana.
Eis a obra do fogo depurador, em que tantas almas se calcinam e tantos corações se confrangem.
É a obra da dor necessária, da dor remédio amargo, da dor cautério para as feridas da alma anquilosada na miséria dos crimes e das paixões. E o Cristo de Deus, Pastor dessas ovelhas, estenda seu olhar pelo rebanho imenso e vai acolhendo as transviadas que regressam, batidas pelos vendavais do sofrimento.
Ansiosas de amor e de esperança, muitas dessas ovelhas são os que por aqui passam com as suas levas de seguidores invisíveis.
O médium, há pouco, refletia sobre a transmutação rápida que se operara no estado de alma de um pobre filho de Deus. Não sabe ele que uma simples faísca, a projeção de um pensamento e a irradiação de um sentimento podem transformar o empedernido descrente, o inveterado pecador no filho pródigo da parábola, capaz de todos os sacrifícios para a reconquista do tempo perdido?  Eles por aqui passam e daqui levam a diretriz para o seio do divino Mestre.
É a vossa tarefa: é cadinho purificador dos vossos Espíritos esta colaboração com os prepostos de Ismael, com os seus auxiliares na obra de preparar essas almas transviadas para a volta ao aprisco do pastor.
Meus amigos, o conhecimento desta verdade deve constituir suficiente estímulo a que ameis à vossa tarefa e procureis executá-la com os melhores cabedais que possuirdes, de modo que o seu rendimento corresponda aos vossos esforços.
Agora, invoquemos o patrocínio da Virgem, nossa Mãe carinhosa e boa, para os nossos labores.
Que Ela nos dê a nós e a vós uma parcela, ainda que mínima dos seus sentimentos de renúncia, de humildade, de amor, a fim de podermos gradativamente, ascender, exemplificando os efeitos  em nós produzidos pelas verdades que devemos propagar em proveito do que sofrem.
Aparelha, Mãe Santíssima, os nossos corações, sim, os nossos corações, a fim de que todos,Senhora, caminhemos unidos para Teu Filho, de quem ainda tão distanciados nos achamos, pelas imperfeições dos nossos Espíritos.
 Dá-nos a nós que estamos fora da terra o sentimento de perdão e toda a paciência para com os nossos colaboradores que vestem a libré da carne e a eles a capacidade de apreenderem todo o nosso pensamento, de sorte a seguirem as diretrizes que Ismael tem traçado por mandato de teu Filho e a capacidade de sentirem o pulsar dos nossos corações fraternos, sob o influxo do bem que lhes queremos e manifestamos nas nossas advertências e inspirações.
Dá aos que buscam a Casa de Ismael o conforto, o remédio, a paz e a luz de que necessitam e à humanidade sofredora, principalmente à parte dessa humanidade que faz vista grossa aos ensinos do Evangelho, a iluminação precisa, para buscar no teu Filho o caminho, a verdade e a vida.
Paz fique convosco e que as bênçãos do divino Mestre vos acompanhem. – Bittencourt.






segunda-feira, 30 de maio de 2011

2d Tragédias Coletivas


D

Todos recordamos, ainda hoje, a tragédia ocorrida no dia 17 de dezembro de 1961, com o Gran Circo Norte-Americano, na cidade fluminense de Niterói o qual, destruído por um incêndio, causou a morte de centenas de pessoas.
Consoante noticiário da época, o acontecimento teve tão grande repercussão que o Governador Paulo Peçanha decretou luto oficial por três dias em todo o Estado do Rio de Janeiro, enquanto o próprio Presidente João Goulart foi a Niterói a fim de se inteirar pessoalmente da catástrofe.
Realmente, foi uma tragédia que chocou todo o país.
Um delegado da Polícia Fluminense, que estivera assistindo ao espetáculo naquela tarde de domingo no Gran Circo Norte-Americano, calculava que 4.000 pessoas estavam presentes. Informava ainda que o incêndio começara por baixo do lado da fronteira de serviço e que vira numerosas pessoas serem pisoteadas pela massa humana em pânico.
Todos os hospitais de Niterói ficaram abarrotados de centenas de feridos. Quanto aos mortos, informavam alguns jornais que o número era de 305;afiançavam outros já na data de 19 de  dezembro que chegaria a 442!
Escoados cinco anos, ou seja, no ano de 1966, o Espírito Irmão X, através da mediunidade de nosso querido Francisco Cândido Xavier, escreveu a obra “Cartas e Crônicas”, publicada pela Federação Espírita Brasileira, na qual constava uma página realmente comovente, relembrando um episódio do Império Romano e passado na recuada época do ano 177.
O acontecimento tem início – segundo a mencionada página – numa reunião do ‘concilium’ de Lião, exatamente quando é anunciada para o dia seguinte a chegada de Lúcio Galo, famoso militar que desfrutava das atenções do Imperador.
Nessa reunião, de triste lembrança, planos são traçados com o fim de preparar a recepção para esse célebre cabo-de-guerra. E entre as muitas sugestões apresentadas uma se destaca pela sua originalidade cruel. É o plano de Álcio, que assim se expressa, na palavra de Irmão X:

“(...) Ouvi, porém, alguns companheiros, ainda hoje, e apresentaremos um plano que espero resulte certo. Poderíamos reunir, nesta noite, aproximadamente mil crianças e mulheres cristão, guardando-as nos cárceres... E, amanhã, coroando as homenagens, ajuntá-las-emos na arena, molhada de resinas e devidamente cercada de farpas embebidas em óleo, deixando apenas passagem estreita para a liberação das mais fortes. Depois de mostradas festivamente em público, incendiaremos toda a área, deitando sobre elas os velhos cavalos que já não sirvam aos nossos jogos... Realmente, as chamas e as patas dos animais formarão muitos lances inéditos...” (...)

E eis como descreve o autor espiritual o sacrifício do dia seguinte:

“(...) Durante a noite inteira, mais de mil pessoas, ávidas de crueldade, vasculharam residências humildes e, no dia subsequente, ao Sol vivo da tarde, largas filas de mulheres e criancinhas, em gritos e lágrimas, no fim de soberbo espetáculo, encontraram a morte, queimadas nas chamas alteadas ao sopro do vento, ou despedaçadas pelos cavalos em correria.” (...) (Destaquei)

Após essa recordação de uma das mais impressionantes ocorrências no velho Império Romano, termina e explica Irmão X:

Quase dezoito séculos passaram sobre o tenebroso acontecimento... Entretanto, a justiça da Lei, através da reencarnação, reaproximou todos os responsáveis, que, em diversas posições de idade física, se reuniram de novo para dolorosa expiação, a 17 de dezembro de 1964, na cidade brasileira de Niterói, em comovedora tragédia num circo”. (Destaquei)

Percebemos, desta forma, que não há injustiças nas catástrofes, a sacrificarem dezena, centenas, milhares de criaturas. Nessas ocorrências estão reunidos Espíritos faltosos para dolorosa resgate, para umadolorosa expiação!...

Nota: - Este artigo estava pronto para ser remetido à Redação de REFORMADOR, quando tomei conhecimento de triste fato na cidade mineira de Contagen. O jornal HOJE em dia (edição de 19-3-1992) de Belo Horizonte, assim informou:

Um estrondo seguido do desmoronamento de milhares de meros cúbicos de terra projetaram-se sobre os 400 barracos da Vila Baraginha, em Contagem, às 13 h 30 min de ontem, inicando a maior tragédia de Minas gerais nos últimos 21 anos” (...)

É, como se percebe, um acontecimento enquadrado na faixa já citada de deslizamento de solo



2c Tragédias Coletivas


C

Em ‘O Livro dos Espíritos’, vamos encontrar oportunos esclarecimentos sobre os flagelos, as catástrofes.
Na Parte Terceira da obra, Capítulo VI – Das Leis Morais -, ao organizar Kardec o segmento Da Lei de destruição, fez ele a seguinte pergunta (nº 737):

Com que fim fere Deus a Humanidade por meio de flagelos destruidores?

(É bom recordar que para o Codificador, em seu tempo, colocava-se na primeira linha dos flagelos destruidores, naturais e independentes do homem, as seguintes ocorrências: a peste, a fome, as inundações, as intempéries fatais às produções da Terra.)

Eis a resposta dada pelo Plano Espiritual:

Para fazê-la progredir mais depressa. Já não dissemos  ser a destruição uma necessidade para a regeneração moral dos Espíritos, que, em cada nova existência, sobem um degrau na escalado do aperfeiçoamento? Preciso é que se veja oonjetivo, para que os resultados possam ser apreciados. Somente do vosso ponto de vista pessoal os apreciais; daí vem que os qualificais de flagelos, por efeito do prejuízo que vos causam. Essas subversões, porém, são frequentemente necessárias para que mais pronto se dê o advento de uma melhor ordem de coisas e para que se realize em alguns anos o que teria exigido muitos séculos.”

Conforme sabemos, era Kardec um pesquisador que buscava tirar todas as dúvidas que podem ser levantadas. Dessa forma voltou a inquirir (nº 738).

Para conseguir a melhora da Humanidade, não podia Deus empregar outros meios que não os flagelos destruidores?”
 
Os Espíritos foram bem claros:

Pode e os emprega todos os dia, pois que deu a cada um os meios de progredir pelo conhecimento do bem e do mal. O homem, porém, não se aproveita desses meios. Necessário, portanto, se torna que seja castigado no seu orgulho e que se lhe faça sentir a sua fraqueza.”

Conforme já afirmei, diante das catástrofes, dos flagelos, discutem alguns o próprio amor de Deus aos seus filhos, alegando o sacrifício, no caso, dos homens de bem junto aos perversos. Após a resposta anterior, Kardec deixou duas outras complementares, dentro da mesma pergunta 738, sendo devidamente orientado pelos espíritos. Anoto aqui a pergunta a – e correspondente resposta:

 “Mas, nesses flagelos, tanto sucumbe o homem de bem como o perverso. Será justo isso?”
Resposta: - “Durante a vida, o homem tudo refere ao seu corpo; entretanto, de maneira diversa pensa depois da morte. Ora, conforme temos dito, a vida do corpo bem pouca coisa é. Um século no vosso mundo não passa de um relâmpago na eternidade. Logo, nada são os sofrimentos de alguns meses, de que tanto vos queixais. Representam um ensino que se vos dá e que vos servirá no futuro. Os Espíritos, que preexistem e sobrevivem a tudo, formam o mundo real. Esses os filhos de Deus e o objeto de toda a sua solicitude.  Os corpos são meros disfarces com que eles aparecem no mundo. Por ocasião das grandes calamidades que dizimam os homens, o espetáculo é semelhante ao de ul exército cujos soldados, durante a guerra, ficassem com seus uniformes estragados, rotos, ou perdidos. O general se preocupa mais com os seus soldados do que com os uniformes deles.”

A essa resposta poderíamos acrescentar mais algumas palavras.
Não há efeito sem causa. Se a causa não está nesta vida, localiza-se em um existência passada.
Na desencarnação coletiva, há que considerar a culpabilidade pessoal, ou seja, não há o perecimento injusto daquele que visualizamos como um justo, exatamente por desconhecermos seu passado...[1]
Sabemos que o Espírito, criado simples e ignorante, tem sua marcha evolutiva retardada ou acelerada, consoante o uso que se faça de seu livre-arbítrio.
De acordo com o Espírito Emmanuel,

todas as entidades espirituais encarnadas no orbe terrestre são Espíritos que se resgatam ou aprendem nas experiências humanas, após as quedas do passado, com exceção de Jesus Cristo, fundamento de toda a verdade neste mundo, cuja evolução se verificou em linha reta para Deus, e em cujas mãos angélicas repousa o governo espiritual do planeta, desde os seus primórdios”. [2] .

Desta forma, resguardada a figura do Mestre Amado, somos todos Espíritos em resgate, seres devedores, a realizar penosa evolução através de sucessivas reencarnações.
Objetivando ativar mais rapidamente a ascensão dos seres compromissados com o erro, repito, não raro usa a Divindade reuni-los em grupos, sendo os flagelos, as catástrofes, os grandes corretivos. No dizer do Espírito Demeure,

são instrumentos de que se serve o grande cirurgião do Universo para extirpar do mundo, destinado a marchar para a frente, os elementos gangrenados que nele provocam desordens incompatíveis com o seu novo estado.”

Na verdade, provocam esses instrumentos panoramas que nos incitam a piedade, a dor, a tristeza. Entretanto, á semelhança do bisturi nas mãos do profissional competente, vão realizar no íntimo de cada ser que for atingido a devida retificação de insidiosas moléstias...



[1] Outros pontos são considerados pelo Codificador, 
dos quais os leitores poderão tomar conhecimento 
em lendo o capítulo VI da Parte Terceira de “O Livro dos Espíritos”.
[2] Questão nº 7, de “O Consolador”. Ed. FEB.



2b O Massacre das crianças em Realengo (RJ)


B


·          

A observação das ocorrências catastróficas, dos chamados flagelos em seus mais diferentes aspectos, deixam transparecer que eles se repetem sistematicamente, nos dia atuais, atingindo criaturas que – diziam muitos –não mereciam passar por semelhante situação. Entretanto, como veremos mais à frente tudo tem sua razão de ser, nada acontece sem uma causa. Em outras palavras, a cada ação corresponde uma reação nem sempre idêntica, pois, às vezes, essa reação é até de teor mais intenso, objetivando-se a devida correção de Espíritos falidos.
Difícil seria a especificação das catástrofes ocorridas nesses últimos anos. Todavia, é possível enumerar algumas, tendo em vista mostrar ao leitor o quanto tem sido o homem açoitado em cumprimento à lei que estabelece o chamado ‘retorno’...
Dessas catástrofes tomamos hoje ciência através dos mais diferentes meios de comunicação. Notícias que, não raro, causam-nos verdadeiro impacto, impondo-nos sentida dor.
Em nosso País, dezenas, centenas de fatos anuais, a ocasionar a desencarnação em massa, ferem-nos a sensibilidade.
Quem poderá esquecer o desabamento do Elevado Paulo de Frontin, no Rio de Janeiro, em 20-11-1971? Ou do Edifício Andorinha, que, na mesma cidade, em 17-2-1985, destruiu cinco andares?
Quem não recorda do incêndio, em São Paulo, em 24-2-1972, do Edifício Andraus, ou do Joelma, em 1-1-1974?
Quem ainda não tem na lembrança o choque de dois trens  de passageiros da Companhia Brasileira de Trens Urbanos, a 100 metros da Estação de Itaquera, também na capital paulistana, em 17-2-1987?
E os acontecimentos que envolveram o barco Correio de Arari, em 15-7-1988, ou com o Bateau Mouche IV, em 31 de Dezembro do mesmo ano?
Tudo isso aconteceu no nosso País.
Se passarmos à área das catástrofes internacionais também ficaremos perdidos dentro de sua relação, todavia, podemos recordar de algumas, as quais, durante largo espaço de tempo, ficaram no noticiário.
É o caso, por exemplo, da explosão em 27-11-1989, do Boeing 727, da empresa colombiana Avianca, que matou 107 pessoas que se encontravam a bordo.
É o caso da quebra do sistema de ventilação de um túnel, em 2-7-1990, na Arábia Saudita, que provocou a morte de 1426 muçulmanos, asfixiados e pisoteados ao se dirigirem à sua festa anual em Meca.
É a passagem, em 23-8-1990, do tufão Yanci pelo litoral sul da China, provocando a morte de 144 pessoas e deixando mais de cinco milhões de desabrigadas.
Distanciados dos esclarecimentos prestados pela Doutrina Espírita, na certa poderão muitos questionar em vendo tão pungentes acontecimentos:
- Onde a Misericórdia Divina?
- Que Deus é esse a permitir tão dolorosos quadros?
- Pagarão os justos pelos pecadores em ocorrências a envolver, ao mesmo tempo, dezenas, centenas, milhares de criaturas?

2a O Massacre das Crianças em Realengo (RJ)


Do saudoso Kleber Halfeld, mais uma abordagem sobre o tema
‘Grandes perdas’ sempre sob a ótica consoladora da Doutrina Espírita...


A

 ‘Os Instrumentos
do Grande Cirurgião’

por  Kleber Halfeld
Reformador (FEB)  Agosto 1992

           
Elas fazem parte da história da Humanidade, pois sua ocorrência data dos primórdios do Planeta.
Países subdesenvolvidos tanto quanto aqueles que alcançaram alto índice tecnológico tem experimentado seus efeitos: ora, pequenos grupos atingidos por suas garras destruidoras; ora, enormes coletividades a sofrerem o impacto de suas investidas.
Refiro-me às catástrofes, aos flagelos em seus mais diversificados aspectos, que regularmente abatem sobre os seres dessa grande escola: a Terra.
                                  
*
Em francês o termo catastrophe está documentado em Rabelais[1]  -1546 -, assim como, em inglês, com a mesma grafia, é encontrado em Spenser[2] - 1579.
Atentos à Geologia, a expressão catástrofe inicialmente designava apenas a ação dos terremotos; com o passar dos anos teve seu sentido ampliado, compreendendo inúmeras outras transformações súbitas que ocorrem na Terra, sem mencionar aquelas que surgiram com o advento da tecnologia.
A teoria das catástrofes, ou catastrofismo, atribuída a Cuvier[3] e que predominou durante o século XVIII, ‘seria uma tentativa para explicar as formas do relevo terrestre pela sucessão de violentos cataclismos provocados por forças da Natureza, na época pouco conhecidas’.
No caso particular do presente estudo, não ficarei preso a semelhante teoria: debaixo da rubrica catástrofe, identificarei, igualmente, o conjunto de ocorrências designadas como calamidades naturais, bem como episódios revestidos de forte impacto e decorrentes de circunstâncias criadas pela visa moderna.
Adentrando, pois, nesse campo, fazendo citações sem considerações extensas e ainda deixando de lado as convulsões pelas quais passou nosso Planeta nos anos iniciais de sua formação, podemos imaginar que dentro da era cristã uma das mais conhecidas – e violentas = catástrofes naturais de que temos conhecimento foi a erupção em 79 d.C. do Vesúvio, quando foram destruídas as cidades romanas de Herculanum e Pompéia. Aliás, em algumas obra espíritas, particularmente em romances, há referências a esse acontecimento. De momento, recordo duas grandes obras de grande aceitação por parte do público: ‘Há 2000 anos...’ de Emmanuel, através das psicografia de Francisco Cândido Xavier, e ‘Herculanum’, de J. W. Rochester, por intermédio de Wera Krijanowsky.
Ainda na época do vulcanismo me vem à mente a erupção de 1883, ocorrida na ilha de Krakatoa, entre Sumatra e Java, que causou a morte de 36.000 pessoas, sem se mencionar o desaparecimento de dois terços da ilha!
E, em 1902, a erupção do Monte Pelée, na Martinica, que destruiu totalmente a cidade de Saint-Pierre, matando seus 28.000 habitantes.
Fazendo-se alusão a terremotos, quem nunca ouviu referências ao abalo sísmico que, acompanhado de um maremoto, vitimou, em 1923, cerca de 140.000 pessoas em Tóquio e Yokohama.
Inundações também são responsáveis por desencarnações coletivas, sempre dentro – sabemos os espíritas – de uma planificação divina, a escapar, não raro, da compreensão de quantos apenas encaram a vida presente... De momento, recordo as enchentes do rio Mabadani, na Índia, as quais mataram em 1955 mataram 300.000 pessoas!
Mas, outros fenômenos concorrem para tal modalidade de desencarnação, ou seja, a coletiva.
Entre outros, citemos os deslizamentos de solo, comuns em áreas montanhosas, como os Alpes, Andes, Himalaia; os furacões (recordem-se aqueles de grande frequência no mar das Caraíbas, litoral oriental dos Estados Unidos e no Sudeste da Ásia) Em 1970, o Paquistão Oriental – hoje Bangladesh – foi tragicamente atingido, quando morreram centenas de milhares de pessoas! Citemos, ainda, as secas, porquanto anos a fio de aridez excepcional podem apresentar para as populações graves consequências. Caso o homem não se encontre munido dos indispensáveis elementos de defesa. Como impressionante exemplo ocorrido em nosso País, pode ser citada a seca que destruiu partes do sertão do Nordeste nos anos de 1877-1878.

*
Kardec não se descuidou do estudo das catástrofes. Exatamente por perceber que oportunos comentários poderiam advir para os leitores da Revista Espírita. À sua atenção  juntou-se aquela do plano espiritual, conforme podemos observar em algumas páginas desse órgão de imprensa. 9Também em 'O Livro dos Espíritos’ o assunto é tratado de forma ampla.)
Vejamos, aqui, o caso de uma catástrofe – traduzida por uma epidemia numa ilha.
Datada de 8 de maio de 1867, uma correspondência era portadora de triste notícia: uma epidemia na ilha Maurícia.[4]  O mais curioso é que Kardec dela já tinha conhecimento através de um médium sonâmbulo que normalmente frequentava a Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas. Aliás, o remetente da carta era sócio correspondente da mencionada ‘Sociedade’.
Da  mesma forma alguns moradores da ilha haviam sido avisados dessa epidemia, que ‘surgira como flagelo destruidor’. O que, realmente ocorreu, porquanto Kardec em novembro de 1868 voltava a comentar esse fato, já 60.000 pessoas haviam desencarnado vítimas da doença, que consoante expressões do missivista começava com...

uma febre sem nome, que reveste todas as formas, começa suavemente, hipocritamente, depois aumenta e derruba todos os que ela atinge (...) São terríveis acessos que quebram, torturam durante, pelo menos, doze horas, atacando cada um por sua vez, cada órgão importante. Depois o mal cessa durante um ou dois dias, deixando o doente abatido até o próximo acesso, e se vai assim, mais ou menos rapidamente, para o termo fatal.”

É sugestivo observar que o autor da carta, componente de um grupo de estudiosos do Espiritismo na ilha Maurícia, tinha perfeita compreensão quanto à finalidade da epidemia que à época devastava a região, uma vez que em determinado ponto de sua carta confessava que via no acontecimento...

um desses flagelos anunciados, que devem retirar do mundo uma parte da geração presente, e destinados a operar uma renovação tornado necessária.”

O término do seu relato contém, da mesma forma, depoimento assaz curioso. Esclarece que o grupo de espíritas a que pertencia estava disperso havia três meses e eu embora todos os membros houvessem sido atingidos pela doença, nenhum deles havia morrido. Ele próprio fora atingido e estava na quarta recaída.
Sentindo Kardec a imperiosa necessidade de uma resposta confortadora para o grupo espírita da ilha Maurícia, em carta dirigida aos seus componentes, juntou ele a mensagem que o Espírito Demeure havia deixado na Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas. Dessa mensagem – de profundo conteúdo moral – permito-me transcrever pequeno trecho que nos explica a função da catástrofes, sobre os habitantes da Terra, em todos os tempos de sua história.
Mensagem que, afinal, continua perfeitamente atualizada, malgrado os anos decorridos.

“(...) Cada dia mais entramos no período transitório, que deve trazer a transformação orgânica da Terra e a regeneração de seus habitantes. Os flagelos são instrumentos de que se serve o grande cirurgião do Universo para extirpar do mundo, destinado a marchar para a frente, os elementos gangrenados que nele provocam desordens incompatíveis com o seu novo estado. Cada órgão ou, para melhor dizer, cada região será, passo a passo, batida por flagelos de naturezas diversas. Aqui, a epidemia sob todas as suas formas; ali, a guerra, a fome. Cada um deve, pois, preparar-se para suportar a prova nas melhores condições possíveis, melhorando-se e se instruindo, a fim de não ser surpreendido de improviso. Já algumas regiões foram provadas, mas seus habitantes estariam em completo erro se se fiassem na era da calma, que vai ceder á tempestade, para recair nos seus antigos erros. Há um período, que lhes é concedido, para entrarem num caminho melhor. Se não o aproveitarem, o instrumento de morte os experimentará até os trazer ao arrependimento”. [5]

Apenas por uma questão de curiosidade, informo que, além desses ensinamentos de tão profundo conteúdo moral, o Espírito comunicante teceu comentários sobre um medicamento – o Croton tiglium -, ou seja, o óleo de cróton. Segundo nos explica a Homeopatia, esse medicamento tem larga ação sobre  a diarreia, dores lancinantes e ardentes que ocorrem no lado esquerdo do peito, atingindo as espáduas. Tem ainda influência sobre os pruridos intensos que se estendem sobre todo o corpo.
(Possivelmente, sintomas que também poderiam ser encontrados nos habitantes da ilha Maurícia quando foi assolada pela epidemia que dizimou mais de 60.000 pessoas!).



[1] François Rabelais, humorista francês nascido em Chinon, na Touraine.
[2] Edmund Spenser, poeta inglês (1552-1599)
[3] Georges Cuvier é tido como o mais eminente naturalista do século XIX.
[4] Antiga ilha de França, tem cerca de 1920 km2.
[5]  Essa mensagem foi recebida em 23-10-1868.

33 Trabalhos do Grupo Ismael



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SESSÃO DE 3 DE JANEIRO DE 1940


Comunicação final,  sonambúlica


            Dada, pelo Espírito de um jovem medico recém-desencarnado, com o objetivo de confortar sua pobre mãe acabrunhada pela dor de o haver perdido.


            Sua consternação ao chegar no Além. – Beneficio que estão colheu da leitura, que aqui fizera, da obra  ‘’O problema do ser, do destino e da dor’’. – Seu despertar para a compreensão da vida. – Razão de ser da sua desencarnação tida por prematura. –  Exortações que dirige à que fora sua mãe, para compreender, na dor que a feriu, a excelsitude das bênçãos divinas. – Para que ela compreenda a derrocada dos planos materiais que concebera e renda graças a deus a louvores à sua justiça. – Causa única da sua mágoa, da sua tristeza.


Médium: J. CELANI


            Boa noite. No trigésimo dia do meu trespasse, tive a ventura de ser lembrado por este irmão, que me colocara nas mãos um livro orientador, quando eu ainda cursava as aulas da Faculdade, preparando a minha inteligência para me dedicar ao sacerdócio da medicina. Vencida a etapa dos estudos, quando encaminhava a minha vida para, de certa forma, recompensar os sacrifícios enormes que fizeram meus pais, paupérrimos, eis que aquilo que as criaturas humanas denominam ‘’Parca’’ me ceifou a existência terrena.
            Cai no espaço infinito, consternado com o ver por terra as aspirações máximas do meu espírito, grato aos que me ampararam na minha encarnação. A confusão porém, dos primeiros tempos sucedeu a lembranças da leitura desse monumento que se chama . – ‘’O Problema do Ser, do Destino e da Dor’’. A figura que encontro para explicar a transformação que então se operou no meu estado da alma é a de uma criatura que, presa num ambiente de trevas, o vê subitamente banhado de intensa caridade.
            O meu espírito despertou e compreendeu a vida, a razão de ser do meu esforço, a minha inclinação para os sofredores, dedicação que dispensava aos infelizes apanhados na via pública. Tudo isso era resgate do passado, tudo era desvio à propensão do meu espírito para as ascensões maiores que lhe competia realizar, a fim de conseguir o equilíbrio intelectual e moral. Essa a razão por que, num hospital, à beira do leito de um sofredor, é que fui contrair o vírus que deu causa ao meu trespasse, deixando tomada de tristeza, de desânimo, de desesperança aquela que foi minha mãe na terra.
            Sou um desconhecido para todos vós, menos para este por quem falo, e venho rogar-vos lhe peçais seja o transmissor destas palavras à minha pobre mãe.
            Que ele procure compreender, na dor que a feriu, a excelsitude das divinas bênçãos. Que ela adquira a certeza de que vivo, pois que lhe falo, e sentirá o bafejo do meu espírito a consolá-la para vencer os últimos lanços da estrada que lhe cumpre percorrer. Que não lamente o não ter mais a satisfação de ouvir os louvores que lhe faziam ao filho querido, ao seu talento, à sua dedicação, à sua modéstia. Tudo isso nada vale, só tinha razão de ser no passado do meu espírito, nas conquistas que realizara e nos cabedais que soube guardar, para lhe servir quando fosse necessário.
            Que ela, enfim, compreenda a derrocada dos planos materiais que assentavam em meus futuros triunfos no campo da medicina e renda graças a Deus e louvores à sua justiça imanente e soberana, porque, a todo espírito que se emancipa das contingências terrestres e se torna consequentemente liberto, não faltam consolações, nem esperanças novas, a substituir as que ele depositava num ideal sonhado e que a morte fez fenecessem.
            Eu vos agradeço e mais ainda a este amigo que me deu ânimo, que me estendeu a mão e aqui me trouxe, penalisado da minha tristeza, na minha mágoa por não poder consolar uma criatura inconsolável, que só sabe chorar e afligir-se, porque ainda não compreende o amor.
            Agradeço do fundo da alma o me haverdes admitido em vosso meio para ditar estas palavras que espero toquem o coração de minha mãe e a façam mais feliz, mais agradecida ao nosso Criador e Pai. Obrigado. – Oswaldo.

*

Comunicação final,  sonambúlica


Refere-se à comunicação acima e fala do Espírito que a deu. - Necessidade de velar o Grupo pela educação e preparação dos médiuns. 


Médium: J. CELANI


            Paz, meus companheiros.
            Este filho de Deus acompanhou o médium, a quem vem seguindo há muitos dias. Conheceu-o ai na terra e valeu-se disso para dar arras aos seus sentimentos filiais.
            E’ um Espírito feliz, elevado e culto ao qual vós, no exercício da vossa tarefa, prestastes uma caridade que muito bem lhe fará.
            Que Deus vos abençoe feliz, conforme e alente, para o desempenho de outras tarefas semelhantes.
            Afervorai os vossos sentimentos educai-os à luz dos ensinos do Messias, para receberdes mais e mais.
            Velai pela educação dos médiuns, pela sua preparação, para que possam ser interpretes fieis dos Espíritos que vos procurem para aprender, ou para vos instruir nos preceitos da Doutrina, mediante a exemplificação do estado de alma em que se encontram.
            Eis as minhas palavras de encerramento do vosso estudo de hoje.
            Paz fique convosco . – Bittencourt.