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quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Espíritas e Frequentadores de Centros


Espíritas e
frequentadores de Centros


U. Ferreira

            A cada dia que passa, maior número de pessoas tem procurado os recursos do Espiritismo para a solução dos seus problemas mais aflitivos.

            Por isso, as sessões públicas frequentemente estão repletas. Talvez um dos fatores que estão colaborando para isto seja a redução gradativa do preconceito que existia contra a Doutrina, graças à ampla divulgação através dos veículos de difusão.

            Entretanto, continua reduzidíssimo o número dos que efetivamente trabalham na Seara do Mestre. A grande maioria se contenta em receber. São reconhecidos pelos benefícios recebidos e esperam continuar merecendo os recursos espirituais indefinidamente. Permanecem encantados com os ensinamentos consoladores do Espiritismo, com as maravilhas da mediunidade com Jesus, com a caridade praticada na Seara ou mesmo com os próprios médiuns. Contentam-se com a adoração passiva que tem sido a sua atitude característica há séculos.

            Podemos, pois, dividir os assistentes das instituições espíritas em dois grupos: um, reduzido, que se desdobra na execução das múltiplas tarefas, que precisam ser executadas, e outro, numeroso, que se limita a receber, acreditando que o céu que não conseguiu conquistar frequentando os templos tradicionais, pode obtê-lo, agora, a expensas da amizade dos Espíritos Superiores.

            Como despertar esta grande multidão que dorme? Como faze-Ia passar da inatividade para a luta constante e efetiva na seara do Bem? Como levá-Ia a entender que a Doutrina é o roteiro que impulsiona o progresso espiritual, quando verdadeiramente vivida? Estarão sendo eficazes os métodos de estudo usados atualmente nos Centros?

            É possível que as respostas a estas questões só apareçam depois de muita reflexão. Mas uma coisa é certa: a única solução é orientar os frequentadores a conhecer a Doutrina Espírita com maior profundidade, a fim de que possam adotar os comportamentos que caracterizam os espíritas conscientes.

            Se não tomarmos medidas urgentes, correremos o risco de permitir que o Espiritismo seja concebido, pela massa de frequentadores que cresce dia a dia, como mais uma religião que garante aos seus seguidores a salvação pela simples aceitação dos seus ensinamentos e o comparecimento passivo às suas reuniões.

in “Reformador” (FEB)  Abril  1981




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