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segunda-feira, 17 de outubro de 2011

A Música Esplêndida dos Fatos


A Música Esplêndida dos Fatos
(Espiritismo e Ciência)

                Homenageando o notável professor Planck, Prêmio Nobel de Física Experimental em 1918, disse o igualmente notável Albert Einstein:

                "Há muitas espécies de homens que se dedicam à ciência, nem todos por amor à própria ciência. Alguns penetram no seu templo porque isso lhes dá ocasião de exibir os seus talentos especiais. Para essa classe de homens a ciência é uma espécie de esporte, em cuja prática se regozijam como o atleta exulta no exercício da força muscular. Há outra casta, que vem ao templo fazer ofertório dos seus cérebros, movida apenas pela esperança de compensações vantajosas. Estes são homens de ciência pelo acaso de alguma circunstância que se apresentou por ocasião da escolha de uma carreira. Se a circunstância fosse outra eles se teriam feito políticos ou financistas. No dia em que um anjo do Senhor descesse para expulsar do templo da ciência todos aqueles que pertencem às categorias mencionadas, o templo, receio eu, ficaria quase vazio. Mas restariam alguns fiéis - uns de eras passadas e outros do nosso tempo. A estes últimos pertence o nosso Planck. E é por isso que lhe queremos bem."

                Quando vemos surgirem adversários do Espiritismo, pertencentes a grupos científicos, recordamos as lutas sustentadas por William Crookes, para só mencionarmos um fato, entre tantos e tantos registrados na história da Terceira Revelação, vítima da intolerância de homens que eram considerados cientistas, sem, contudo, compreenderem que o legítimo cientista não se deixa dominar pelo dogmatismo, nem pela intolerância, entregando-se à busca de fatos e não ao fanatismo que desnatura o verdadeiro sentido da Ciência.
                Apesar ainda de restrições e distorções, já caíram no domínio público, sob o beneplácito da Ciência, muitas afirmativas do Espiritismo, antes contestadas com furor inconcebível. Ora, diz Emmanuel:

                "o concurso científico é sempre útil, quando oriundo da consciência esclarecida e da sinceridade do coração. Importa considerar, todavia, que a ciência do mundo, se não deseja continuar no papel de comparsa da tirania e da destruição, tem absoluta necessidade do Espiritismo, cuja finalidade divina é a iluminação dos sentimentos na sagrada melhoria do homem, nas suas características morais". ("O Consolador", Primeira Parte, Ciências, n" 1, página 23, 6ª ed. FEB, 1976).
                Antigo provérbio celta, segundo Ernes R. Trattner, lembra que "a música mais esplêndida é a música dos fatos que acontecem". Na excelente obra de Miguel Timponi - "A Psicografia ante os Tribunais", editada pela FEB -, há os testemunhos valiosíssimos, numerosos, de cientistas, filósofos, escritores, etc., os quais, diante das manifestações espíritas, reconheceram que, efetivamente, "a música mais esplêndida é a música dos fatos que acontecem" .
                A Doutrina dos Espíritos, que Allan Kardec codificou, "é, sem dúvida, imperecível porque repousa nas leis da Natureza e porque, melhor do que qualquer outra, corresponde às legítimas aspirações dos homens". "Pelo fato de ela não se embalar com sonhos irrealizáveis, não se segue que se imobilize no presente. Apoiada tão-só nas leis da Natureza, não pode variar mais do que estas leis; mas, se uma nova lei for descoberta, tem ela que se pôr de acordo com essa lei. Não lhe cabe fechar a porta a nenhum progresso, sob pena de se suicidar. Assimilando todas as ideias reconhecidamente justas, de qualquer ordem que sejam, físicas ou metafisicas, ela jamais será ultrapassada, constituindo isso uma das principais garantias da sua perpetuidade." A essas judiciosas palavras de Kardec, seguem-se estoutras: "Se, portanto, uma seita se formar à ilharga do Espiritismo, fundada ou não em seus princípios, de duas uma: ou essa seita estará com a verdade ou não estará; se não estiver, cairá por si mesma, sob o ascendente da razão e do senso comum, como já sucedeu a tantas outras, através dos séculos; se suas ideias forem acertadas, mesmo que com relação a um único ponto, a Doutrina) que apenas procura o bem e o verdadeiro onde quer que se encontrem, as assimilará, de sorte que, ,em vez de ser absorvida, absorverá" ("Obras Póstumas", Constituição do Espiritismo, pp. 346, 348 e 349, 15' ed. FEB, 1975.)
                A verdade, de que o Espiritismo não abre mão, é que "a doutrina espírita repousa naturalmente sobre a existência, em nós, de um ser independente da matéria e que sobrevive ao corpo", e esse ser se chama alma ou espírito (é alma, no curso da vida terrena, e espírito, após o fenômeno da morte, acrescentamos à transcrição da frase acima, constante de "O Livro dos Espíritos" - Introdução - TI - pág. 16, 39' ed. FEB, 1976.)
                Portanto, o espírita "deve colaborar com as iniciativas que enobreçam as pesquisas e os estudos da inteligência sem propósitos destrutivos", mas "desaprovar os procedimentos que, embora rotulados de científicos, venham de encontro aos ensinamentos espíritas" (André Luiz).



por Vinélius DI MARCO
 in Reformador (Dezembro 1977)

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