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sábado, 29 de outubro de 2011

67 Trabalhos do Grupo Ismael


67


SESSÃO DE 16 DE OUTUBRO DE 1940


Manifestação sonambúlica

            Segunda do Espírito que se manifestara na sessão precedente: enumera alguns ex-servidores da Igreja incorporados ao Colégio de Ismael; compreensão que teve da lição estudada, a da videira; assinala o erro da Igreja, quanto às formulas e dogmas que adotou; a afirmação da existência do inferno, como local determinado, por parte de inteligências cultivadas; a renovação de que precisa a Igreja; o núcleo cuja presença revelara se acha empenhado nessa renovação; moderação necessária de ambos os lados; fala dos intuitos com que se apresentara, tendo bastado a presença das responsabilidades a que aludira, para que esses intuitos se modificam.


Médium: J. CELANI


            Espírito. - Se me houvessem afirmado que entre vós viria encontrar tantos servidores da Igreja, eu não acreditaria; tomaria como farsante aquele que mo disseste.  No entanto, os meus olhos veem Romualdo, Frei José dos Mártires, D. Silvério, Monsenhor Brito, Monsenhor Serpa, ladeando a figura boníssima de Arcoverde e procurando todos adaptar-se às vossas interpretações do Evangelho, do qual foram a seu tempo considerados cultores exímios. Há entre os vossos mentores, um luminar da ciência  evangélica, seguro na interpretação, identificado com o sentir do a que chamais espírito do ensino cristão.

            A vossa lição de hoje, cuja leitura acompanhei, ouvindo atentamente os comentários feitos, é um exemplo de como sendo simples, a palavra evangélica é igualmente difícil para a interpretação do homem culto. O Cristo querendo exprimir o que ele representa com relação à humanidade, tomou uma figura chã  - a do tronco da Vide, cujas raízes recebem da terra a vida sem a qual a ramaria não pode subsistir. O Cristo é o tronco da humanidade terrena, que lhe tem de assimilar o exemplo para obter a prometida vida eterna.

            A Igreja adaptou os ensinos cristãos à interpretação das massas; criou fórmulas e dogmas para lhe facilitar a compreensão; usou e usa de simbolismos, para manter coesas as almas em torno dos seus princípios. O seu erro está em não compreender a necessidade da adaptação dessas fórmulas, desses dogmas, desses simbolismos à evolução da inteligência humana.

            Vemos então inteligências cultivadas, possuidoras de cabedais adquiridos durante séculos, afirmar – sem o sentirem, a existência do Inferno, como local determinado à execução de penas eternas, e quejandas coisas inconcebíveis para o século em que viveis. Mas, por isso, deve a Igreja ser apedrejada e excomungada, aniquilada, de modo a não permanecer pedra sobre pedra? Não!

            Ela precisa ser renovada, impregnando-se do novo espírito que agita o mundo na hora que passa. E o será. O vendaval se agiganta e sopra por toda parte. Não haverá um rincão na terra que não seja sacudido pela fúria transformadora.

            É a hora de agir esse núcleo de renovadores, cuja presença assinalei: eles atuam entre vós;  outros estão atuando em pontos diversos e até no Vaticano grandes Espíritos, cheios de sinceridade, se acham encarregados de inspirar aos guias do Catolicismo os meios de executarem a indispensável reforma. Dizem eles que há necessidade de moderação de ambas as partes, a fim de que se possa realizar esse trabalho de grande proveito para a humanidade e que representará enorme avanço para o advento do Cristianismo em espírito e verdade.

            Aqui vim com outros intuitos; mas, bastou a presença das personalidades a que me referi, para que as minhas intenções se modificassem. Levado para o meio dos vossos, com eles troquei ideias e as conclusões ai tendes nas palavras que acabo de proferir. Agora  vou-me.

(O diretor dos trabalhos agradece).

            Eu é que vos agradeço as vibrações fraternas dos vossos corações. Orai para que eu possa compreender o Cristo como vós, a fim de servi-lo quando soar a hora da minha nova tarefa no Colégio Cristão.

*

Comunicação final, sonambúlica

            O trabalho que se desenvolve no espaço, objetivando o congraçamento dos espiritualistas cristãos. - Tolerância que ele requer, da parte dos discípulos do Evangelho em espírito e verdade. - Cumpre que estes usem da maior fraternidade nas controvérsias com o clero, de modo a não embaraçarem o trabalho dos Espíritos empenhados na renovação da Igreja. – Linguagem imprópria de espíritas. – A serenidade e a humildade são as armas do cristão que queira imitar o Cristo.


Médium: J. CELANI

            Paz, meus caros companheiros.

            Será necessário acrescentar alguma coisa ao que recebestes, quer pelas interpretações do estudo de hoje, através dos comentários feitos, quer pela alocução deste filho de Deus e nosso irmão, que por aqui passou? Entretanto, temos um dever a cumprir junto de vós, o de vos transmitir a palavra dos vossos irmãos do espaço, para encerramento dos vossos trabalhos.

            Quero, porém, chamar a vossa atenção para esse trabalho que se desenvolve no espaço, objetivando o congraçamento dos espiritualistas cristãos, em torno de Nosso Senhor Jesus Cristo. Ele requer da vossa parte a máxima tolerância nas controvérsias com o clero, a maior fraternidade, de modo a não lhes exacerbar o amor próprio, dificultando o trabalho dos Espíritos que pertenceram à Igreja e que, emancipados, esclarecidos e sinceros, querem levantar o templo do Cristianismo, edificando a todos os que amam a Jesus e procuram servi-lo.

            Não é própria de espíritas a linguagem das ruas, na exposição de suas ideias e interpretações dos ensinos do Cristo. A serenidade e a humildade são as armas do cristão, armas que, manejadas com sabedoria, muito produzem a bem da causa que defendeis. Não sendo assim, não imitaremos o Cristo, que sempre usou de mansidão, de fraternidade e de caridade para com os seus opositores.

            Ide para os vossos lares, com os corações confortados pela paz do Divino Mestre. E que o manto da Mãe das mães abriguem esses mesmos lares, a fim de poderdes manter os vossos pensamentos adstritos aos compromissos que assumistes com Ele, o Mestre divino.

            Paz, meus caros companheiros.

            Deus vos abençoe. – Bittencourt.

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