Pesquisar este blog

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

59 Trabalhos do Grupo Ismael



59

SESSÃO DE 24 DE JULHO DE 1940

Manifestação sonambúlica

Quarta e última do mesmo Espírito que fora o visitante nas três sessões precedentes e cujo nome: Padre Ascêncio, foi posteriormente revelado por um segundo lugar-tenente de Miguel. Profissão de fé.

Médium: J. Celani

            Espírito.- O passo extremo! O Rubicão!  O ambiente impregnado de uma atmosfera suave que conforta o Espirito batido, calcinado por um sofrimento inenarrável, ambiente em que repercutem os ecos da lição estudada, a do “lava-pés”, sem atavios, sem paramentos, sem encenações, dentro da espontânea singeleza com que procedia o Mestre divino!
            É neste dia que terás de enveredar pela nova estrada, para a escalada da montanha, diz-me o meu mentor.. Compreenderás o que significa – em espírito e verdade – aquele ato, no estudo desse Evangelho discutido, renegado, perseguido, mas que sobrevive a todas as perseguições, cada vez mais iluminado pela verdade divina, que a sua base fundamental.  A condição, sine qua non, para a dissipação da treva que te envolve, é o reconhecimento dos teus erros e a compreensão de Deus, nos limites do teu entendimento, bem como a compreensão do Cristo Espírito e não homem. Eis o que me foi dito.
            Meu erro consistiu apenas em querer glorificar o Cristo contra a obra do Cristo. Ele não violentava nenhuma consciência, nada impunha, não amaldiçoava. Eu, sacerdote, predicava o Cristo, mas violentando consciências, subjugando os fracos e praticando toda sorte de crimes contra suas leis.
            Extraordinário! Nisso é que está a diferença entre as fórmulas e as práticas da Igreja e os ensinos em espírito e verdade. A palavra verdade, lançada à percepção dos ouvidos aparelhados para ouvi-la e a exemplificação da palavra, para edificação dos ouvintes, nisto de resume o proselitismo fecundo, agradável ao Cristo e que satisfaz aqueles que sabem ou podem praticá-lo.
            Não fui jamais requeimado naquela região que visitei, precisamente pela diferença que há entre os meus e os outros crimes. Não pratiquei o mal pelo mal, mas por erro de visão, no tocante à obra que me cabia como soldado do Cristo. No uso e gozo do meu arbítrio, foi-me concedida uma liberdade de que usei e abusei.
            Mas, a cada violência que eu praticava, correspondia um acicate a me ferir o Espírito sempre insatisfeito, até que cheguei a ficar cheio de ódio a todos quantos não comungavam nas minhas ideias. Foi então que comecei a sentir, a perceber que a minha liberdade sofria restrições.
            Senti menos ricas de possibilidades a minha inteligência e a faculdade, que possuía, de realização pronta. Entrou a falhar em mim a percepção rápida das coisas, até que a cegueira e o embrutecimento completaram a minha tortura indescritível.
            Neste estado, foi que o frade me lançou a sua palavra caridosa; caridosa, sim, posso dize-lo, porque é caridade atirar ao náufrago que se debate em mar de ondas encapeladas uma tábua de salvação.
            Acerquei-me de vós. À minha frente veio Miguel. Foi o meu precursor neste aprendizado que venho fazendo, a fim de me preparar para dar o passo extremo, para transpor o Rubicão. Abjurar, para começar a escalada da montanha, até atingir o vale todo frescor e amenidade.
            Tenho de reconhecer em Deus o amor e a ciência, unidos, a imperar e a dominar o mundo, como cúpula, origem e fim de tudo; em Jesus Cristo, o Pastor, a tolerância, a humildade, a caridade, a renúncia, que consubstanciam a pureza do Espírito que alcançou o mais alto grau na escala da perfeição moral; no Espírito Santo, enfim, a coorte imensa dos Espíritos, indo desde o anjo, colaborador direto do Cristo, até ao mais terra à terra, revelevai-me a expressão, que se imiscui entre os homens como instrumento de desígnios superiores.   
            Cumpria-me vir dizer-vos isto como profissão de fé, a fim de quebrar definitivamente os elos que ainda me retinham preso ao que já passou.
            Agora, sinto dentro de mim uma como renovação, uma qualquer coisa que não posso definir. Preciso valer-me de uma comparação para que compreendais. Afigura-se-me que palmilhava um árido deserto e que, de repente, se me apresentou uma fonte de pura linfa para me dessedentar. Abeberei-me nessa fonte e experimentei em todo o meu ser um revigoramento extraordinário para seguir avante, empreendendo a nova caminhada.
            A montanha é áspera. Pode ser galgada com maior ou menor rapidez, conforme a predisposição do viajor. Quero o vosso amparo. Sei que nem orar proveitosamente é possível ao Espírito que pecou. Ajudai-me e perdoai todos os males que pratiquei aqui e alhures. Ajudai-me, sobretudo, a fazer, deste outro lado, trabalho análogo ao que realizei no sentido do mal, comandando outros em campanhas contra aqueles a quem devo lavar os pés para, unidos todos pela fraternidade cristã, prosseguirmos na tarefa que pretendi executar de modo diverso, infringindo as leis do Cristo. Ajudai-me, pois, com o vosso amor e a vossa caridade. Adeus.


*

Comunicação final, sonambúlica

            Quem era esse Espírito que se empenhava em dificultar a obra da Casa de Ismael. – Perturbação que invadiu as suas hostes. – A obra de desmantelo destas. – A preparação do ambiente que o envolveu. – A dos médiuns. – Referência. - Transmissão do livro Regina.

Médium: J. Celani

            Meus companheiros, Paz seja convosco! Glória ao Pastor divino, que nos concede, com estímulo à prossecução da nossa tarefa, momentos como estes!
            Espírito valoroso esse, que há tempo se empenhava em dificultar a obra da Casa de Ismael! As hostes que o acompanhavam  estão sem chefe e perturbadas, porque consideravam impossível a sua derrota.
            Quando elas saírem do aturdimento em que se encontram, ainda teremos de enfrentar alguns mais, para completar a obra do desmantelo de tais falanges. Mas, elas são inumeráveis, umas sucedem a outras e no sentido de as desfazer é que teremos de conduzir os nossos labores, para a preparação vossa e dos invisíveis que acorrem a este cenáculo.
            Ele disse muito bem: o ambiente fora preparado para envolve-lo de modo a não se protelar mais o momento da sua confissão. Eis porque batemos constantemente na tecla da concentração, do preparo dos vossos espíritos para este dia da vossa páscoa semanal. É que do vosso estado de alma, da vossa afinidade conosco depende, em grande parte, o bom ou o mau resultado do trabalho.
            Eu já vos disse e outros já vos disseram também que o médium que não tem ambiente próprio precisa aproveitar o ambiente do Grupo para que sua faculdade se aprimore e ele possa tornar-se instrumento dócil dos Espíritos que se comuniquem.
            Este não pouco trabalho há dado ao Pedro[1], de certo ponto em diante. Foi preciso deixa-lo descontrolado por algum tempo, para que volvesse ao posto.
            Se quereis obter bons trabalhos, que vos edifiquem, consolem e estimulem, ajudai-nos a preparar os médiuns que já se encontram aqui, ou outros que aqui não se acham. Ainda não desesperei de ditar-vos, como coroamento da minha obra neste Colégio, o meu Regina[2] , sublimada aspiração do meu espírito. É um testemunho da minha gratidão ao Espírito excelso da Virgem, cheio de amor e de caridade para com todos os que se abrigam sob o pálio do Evangelho de seu Filho, no entender dos homens. Mas, quão frágeis são os desejos do Espírito, quando precisa contar com a colaboração do homem da Terra para as suas realizações!
            Rendamos graças a Deus, porque tudo é sabedoria., tudo é providencia e peçamos à nossa santa e carinhosa Mãe que advogue perante o Criador e perante seu Filho a causa deste pobre irmão que acaba de ir-se daqui, levando sobre os ombros uma bagagem tenebrosa, para percorrer passo a passo a estrada da reparação, em busca do Mestre.
            Peçamos ao Espírito glorioso de Maria que nos conceda a todos nós forças para o prosseguimento da nossa jornada sob a direção do Anj Ismael, na obra de evangelização na Terra de Santa Cruz.
            Peçamos á Mãe da mães que vele pelos nossos lares, pelos vossos filhos, por todos, enfim, com quem estais em contato, para poderdes manter com segurança as responsabilidades que vos pesam.
             Peçamos, finalmente, que à Casa de Ismael não falte jamais o espírito de renúncia e da caridade, fundamentos de toda obra cristã.
            Paz fique convosco. Deus vos abençoe.  Bittencourt


[1] Do blog: Pedro Richard.
[2] Do blog: O tão esperado ‘Regina’ veio a público datado do ano 2000, em  edição da “Edições Aliança da Fraternidade”  assinado pelo Dr. Jorge Damas Martins, em tudo identificado com  esta Casa de Ismael.  


Nenhum comentário:

Postar um comentário