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quinta-feira, 8 de setembro de 2011

54 Trabalhos do Grupo Ismael


54


SESSÃO DE 19 DE JUNHO DE 1940


Comunicação final,  sonambúlica


            Fora ponto estudado a natureza extra-humana de Jesus, a sua corporeidade fluídica.

            A verdade dos acontecimentos atuais, porque não a percebe o homem.- A força do seu tradicionalismo. - Método a seguir no estudo do Evangelho. - Mais orgulho do que verdadeira incompreensão, na questão da corporeidade fluídica de Jesus. - Soou a hora de se definirem os que são e os que não são do Cristo. - Multiplicação, por toda parte, de médiuns evangélicos. - O que é preciso, da parte do homem, para que a verdade se lhe apresente com mais clareza. - Os ataques à Casa de Ismael pela sua orientação evangélica. - O que seria o Espiritismo sem o Evangelho. - Verdadeiro papel do Espiritismo.- O que há por ai a fora em matéria de arregimentação espirita. - O labor da Federação nesse sentido. - Quando terá ela realizado a grande obra em que se empenha. - A quem de preferência são dirigidas essas palavras. -  Finalidade das reuniões do Grupo Ismael e os imensos resultados que já tem produzido. - A obra  dessa oficina de trabalho espiritual. - Onde, neste momento de convulsão, o homem encontrará Deus . - Prece à Virgem.


Médium: J: CELANI


            Paz, meus caros companheiros.
            Uma nuvem espessa intercepta a visão do homem, egoísta e mau, não o deixando ver, para além do seu mundo, as verdades dos acontecimentos e tudo mais que lhe possibilitará a crença nesse Cristo que a misericórdia divina permitiu fosse conhecido dos espíritas cristãos da Terra a Santa Cruz .
            O homem é tradicionalmente por índole, apega-se ao que foi ensinado e, quando o ensino lhe satisfaz às paixões, dificilmente modifica  o seu raciocínio, para aceitar coisas diversas que, no entanto, seriam para sua alma um novo deslumbramento e roteiro seguro na áspera jornada terrena.
            Aí, debruçado sobre esse monumento (o Evangelho), eu procurando extrair da letra o espírito. A certa altura, porém, o meu espírito, pobre em letras, empacava  (é o termo). Eu então orava, pedia, implorava a luz do Alto e, como um tênue sussurro de brisa, soavam aos meus ouvidos estas palavras: espera, avança, para levantares a cortina que te encobre a visão do largo horizonte que tens á tua frente.
            Continuava, passava além do ponto obscuro para minha inteligência, seguia avante. Outra dificuldade surgia; nova advertência. Desse modo, à força de estudo e meditação, de submissão e prece, a misericórdia do Senhor supria a minha pobreza espiritual e, assim, o que o intelecto não assimilava absorvia-o o coração, fazendo-me compreender que a miserabilidade da condição do homem ainda lhe não possibilita a compreensão de leis que demandam, para serem apreendidas, a conjugação dos esforços da humanidade, em sua ascensão para a ciência divina.
            Em toda essa questão (a na natureza extra corpórea de Jesus), há  mais orgulho, do que, verdadeiramente, incompreensão. É da natureza humana aferrar-se o homem aos seus pontos de vista e não abrir mão deles, embora conheça a luz e os testemunhos contrários ao que afirma.
            Mas, soou a hora de se definirem os que são e os que não são do Cristo. Realiza-se o trabalho de trituração, de pulverização, para a escolha daqueles que, pela humildade, pelas suas aquisições no conhecimento das verdades reveladas, se tornarão pregoeiros dessas mesmas verdades para as criaturas da Terra.
            Os médiuns vão surgir por toda parte, médiuns evangélicos, providos de formidáveis cabedais de ciência cristã, para serem os locutores dos verdadeiros Mestres do Infinito, na pregação dos ensinos que se enfeixam neste livro, preciosíssimo tesouro, cujo valor inigualável a humanidade começará então a apreciar devidamente.
            A natureza não dá saltos e não se dão pérolas a porcos, na frase severa do Evangelho. É preciso que o homem sinta a necessidade de modificar-se, para que sobre ele desça a luz com maior intensidade e a verdade se lhe apresente com mais clareza, de modo que ele possa conquistar pelos seus méritos aquilo que na sua ignorância e fatuidade quer que se lhe dê por graça.
            Há quem ataque a ‘’Casa de Ismael’’, pela sua orientação cristã em Jesus Cristo. Mas, que será o Espiritismo sem o Evangelho? Simples intercâmbio de vivos e mortos? Apenas o fenômeno da mesa falante, ou das materializações e outros, sem que deles se tirem ilações que aproveitem à educação moral do homem? Direi então que ai é que está a fantasmagoria, a palhaçada.
            O papel do Espiritismo não é o de iludir os sentidos, e sim o de tocar os corações, porque cristão não é aquele que diz: Senhor! Senhor!
            Ou o Espiritismo veio para regenerar o homem ilustrando lhe a inteligência com o conhecimento de verdades novas e enchendo-lhe o coração dos sentimentos de caridade e de fraternidade cristã, ou ele não é necessário ao  mundo, porque de lantejoulas o mundo está farto.
            Digo-vos, meus caros companheiros, não com autoridade, mas com o testemunho da minha visão de Espírito, que pouco se aproveita do que por aí vai em matéria de arregimentação espirita. Há grande numero de núcleos e agremiações, é verdade, mas sem direção, tem organização baseada da fraternidade e na disciplina peculiar aos que compreendem a verdadeira finalidade da doutrina e do homem. Todo um trabalho está por fazer-se, a fim de se aproveitarem tantos esforços despendidos, de modo a se congregarem todos sob a bandeira de Ismael.
            Será que minhas palavras encerram uma censura ao vosso labor? Não. vindes empregando os maiores esforços, de acordo com as vossas forças e possibilidades. A mais não sois obrigados. Como sei que as minhas palavras, quando vos calam no íntimo, merecem para logo as honras da publicidade, dirijo-as antes aos que labutam pelos rincões brasileiros, a fim de que as leiam e meditem. É possível que resulte delas alguns proveitos para as relações da Casa de Ismael com os colégios que por ai pregam a Doutrina Espirita sob variados aspectos e orientações.
            No dia em que conseguirdes formar um núcleo, por pequeno que seja, em cada Estado desse imenso país, núcleos esses afins convosco no modo de compreender, praticar e ensinar a doutrina pela palavra, escrita ou falada, mas, sobretudo, pela exemplificação dos seus ensinos, tereis realizado uma grande obra e ela, a doutrina, estará triunfante.
            Espalhar-se-á então em todas as direções a palavras evangélica, assim para os incultos de boa vontade, como para os de inteligência cultivada, mas cheios de orgulho e vaidade; para todos, enfim, como ponto de partida para a obra da missão que fará do Brasil o Coração do Mundo, a Pátria do Evangelho.
            Tal a finalidade destas reuniões que realizamos desde tantos anos, em corpo e em espírito buscando o Cristo de Deus, caindo e levantando. Dar-se-á que elas nada tenham produzido? Meus olhos contemplam toda a brilhante plêiade de obreiros que aqui deram os seus primeiros passos na nova cruzada, uns, perseguidores terríveis, tenazes, deste Colégio; outros que, indiferentes, se aproximavam, ouviam e se quedavam maravilhados, outros mais que, sofredores e cegos, procuravam um bruxuleio de claridade que lhes desanuviasse os caminhos ásperos da expiação. Aqui vieram, pararam e beberam a água viva de que lhe falou o Mestre a borda do poço de  Jacó e se encaminharam para o Pastor.
            Essa a obra, ignorada até de vós mesmos, desta tenda de trabalho. Este mesmo que ora me serve de instrumento foi apanhado desorientado na estrada da vida, bem como Ulysses, Frederico e outros muitos. Não será isto, meus companheiros, um estímulo poderoso para a preparação de vós mesmos, a fim de que possais multiplicar os pães e os peixes com que mateis a fome aos viandantes que se abeiram dos portais da oficina de Ismael?
            O mundo se encontra convulsionado, batido pela dor. Chegou a hora em que a criatura inquire: será possível que Deus existe? Se no seu coração houver um resquício de sentimento que a torne merecedora de receber uma resposta, seu Guia lhe dirá: Deus está na renúncia, na fraternidade, na caridade. Se não houver esse resquício de sentimento, o infeliz será relegado, como empecilho à obra de implantação do reino do Senhor, para as trevas exteriores.
            Procurai plantar no corações um grão de fé; mas para isso, necessário é que os vossos tenham armazenado em grande cópia esse grão. Só assim podereis dá-lo a mancheias.
            Aí tendes o meu recado de hoje.
            Vamos agora pedir à Mãe santíssima aquilo que nos falta a execução do nosso programa tão grandioso.
            Maria, santelmo de todas as dores, protótipo de todas as virtudes, teu Espírito excelso, nós, soldados de teu filho, o tomamos para o nosso anjo tutelar, nas lutas da existência até a eternidade. Aqui está, Senhora, um pugilo dos que, no passado se reuniam nos templos e pedra dos apedrejadores de teu Filho. Eles pediram a mercê de poderem servi-lo, tomando sobre os ombros a pesada cruz de suas faltas e delitos. Não lhes faltes com as tuas bênçãos de mãe amantíssima, com o teu sublimado amor .Dá tenham eles forças para se purificarem, a fim de seguirem os exemplos dos grandes discípulos do divino Mestre.
            Abençoa-nos também a nós que do Infinito conjugamos os nossos esforços aos deles na tarefa que nos é comum, em favor de quantos batam às portas do Templo de Ismael.
            Paz, humildade e luz aos dirigentes dos povos, a fim de que se apercebam, de que a violência só conduz ao abismo. Paz seja convosco. – Richard.





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