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quarta-feira, 7 de setembro de 2011

53 Trabalhos do Grupo Ismael


53


SESSÃO DE 12 DE JUNHO DE 1940


Comunicação final,  sonambúlica


                A conquista da paz: como pode e deve o Espírito realiza-la. -  O ‘x’ do problema. -Temor que assalta a Igreja, ante as chamas que lhe envolvem as muralhas.  - O assombro, no espaço das falanges do mal, ante o desmoronamento de suas pretensões. -  Como interpretar a dor.-  Dificuldade da questão. - O que deverá sentir o Cristo neste momento. -  Quais as nações onde preferencialmente se originam as guerras.- Efeito dos desvirtuamentos infligidos aos ensinos do Cristianismo. - Paixões que se exteriorizam por palavras levianas e insensatas. - Advertência aos espíritas para que se abstenham de comentários insensatos. - Recomendação à prece. - Invocação à Virgem.


Médium: J. CELANI


            Meus companheiros, Deus vos abençoe e vos conceda a sua doce Paz! ... Quanto a desejam as criaturas, filhas de um mesmo Pai, colhidas inesperadamente no torvelinho de sofrimentos inenarráveis!
            E’ tão fácil, entretanto, a conquista desse bem supremo, desde que o Espírito se disponha a realiza-la, mediante um trabalho íntimo, no sentido de criar dentro de si um estado de serenidade e confiança!
            Todo aquele que crê no Supremo Poder, na Suprema Caridade, no Supremo Amor aguarda tranquilo, firmado na sua fé, que se cumpra a vontade de Deus, expressa imutavelmente na sua Lei, sábia e justa. Esse o ‘x’ do problema que, como se vê, é de fácil solução, mas que, no entanto, se conserva afastado das cogitações humanas neste século de idolatria e de perversão.
            Aquela, que devera ser o baluarte da mansidão e da autoridade moral, vê atemorizadas as chamas a lhe envolverem as muralhas e seus servos, estarrecidos, perguntam: Onde está o Cristo? O ‘’sacerdos magnus’’ inquire, sobressaltado: o defensor da Igreja abandona o seu vigário ao descrédito e às chacotas das massas pagãs?
            Não é menor, deste lado, o assombro entre as falanges aguerridas do mal, que pensavam restaurar, no seio da humanidade, as práticas do passado, concretizadas no ‘’crê ou morre’’.
            Há pouco, acompanhei o vosso estudo. Ouvi a leitura e os comentários que cada um de vós fez, sobre a maneira de interpretar-se a dor. É difícil a questão, porque os sentimentos se diferenciam, segundo a elevação dos Espíritos. Há quem sofra por ver malogrado o seu anseio de dominação; há quem sofra por não poder praticar o bem; há quem sofra por não poder impedir as hecatombes que devastam o mundo e assim por diante.
            Figurai-vos, então, o que deverá sentir, neste momento, o Cristo de Deus, contemplando na amplidão dos campos ensanguentados, os quadros que Ele debuxou para Jerusalém! A História como que se repete, em suas fases e períodos. É que o Espírito, quando na carne, quase sempre se compraz na prática dos vícios e dos crimes. Olvida facilmente as resoluções que tomou na Espiritualidade, e de acordo com o grau do seu progresso, e deixa-se dominar pelas tendências do homem velho.
            Poderemos, acaso, medir a extensão do sofrimento do Cristo, vendo, após vinte séculos da implantação da sua doutrina de amor, trucidar-se reciprocamente  os homens que se dizem cristãos? Porque, atentai bem, nas nações de onde se originam as guerras, a religião professada é uma das variantes do Cristianismo. Naquelas onde praticam o Xintoísmo, o Budismo, o Esoterismo e outras seitas religiosas semelhantes a essas em sua substância, os povos vivem mais ou menos aquietados e conformados com as suas condições. Não é sintomático? Será por defeito do Cristianismo? Não; é por efeito dos desvirtuamentos que o homem lhe infligiu aos ensinos através dos tempo.
            Ai tendes a razão das nossas constantes e férvidas advertências, a vós outros que praticais o mesmo Cristianismo, porém á Luz da Nova Revelação. Comedimento nas palavras e exteriorização de sentimentos cristãos, eis o caminho a seguir, porque é o que conduz à regeneração do mundo e a livra-lo de futuras hecatombes. Homens houve que anteviram os acontecimentos cujos primórdios se estão desenrolando.
            Chegam até nós os ecos das paixões que se exteriorizam por palavras levianas e insensatas, porque as criaturas, em vez de se recolherem dentro de si mesmas, para orar e meditar, discutem o poderio destes ou daqueles valentões que se atiram à arena para se entredevorarem como feras bravias. Ouvimos a repercussão de tais palavras e lastimamos  a insensatez do homem, a sua nenhuma preparação para compreender o que se passa, para enfrentar as consequências que se seguirão.
            Será possível que também aos espíritos precisemos ainda advertir, para que se abstenham desses comentários insensatos? Um único é o dever que lhe corre: o de implorarem a misericórdia do Altisssimo para os infelizes instrumentos do mal necessário; o de rogar ao Pai que lhes ilumine a inteligência e o coração, a fim de compreenderem que não só de pão vive o homem.
            De que serve a posse de imensos campos para a semeadura do grão, se a inclemência da Natureza pode devastar toda cultura e reduzir à fome as populações, que se lançaram à conquista deles com violência e fúria? Que valem os heroísmos, as condecorações, as gloríolas terrenas, símbolos do orgulho, ante a Majestade do Pai-Criador, que ordena a seus filhos se amem como irmãos?
            Oremos, meus caros companheiros, à nossa excelsa Mãe. Para as grandes dores, os grandes remédios. Como símbolo da doçura só o sentimento de Maria. Que Ela, pois, purificando com a sua virtude a prece do pecador, a conduza no seio de Jesus, advogando a causa da humanidade, que se deixou empolgar pelo espírito do mal, que tudo subverte.
            Que Ela acoberte com seu manto de piedade o Colégio de Ismael e não consinta que no coração de nenhum de seus membros penetre o vírus das paixões maléficas, que o levem, sequer em pensamento fugaz, a armar o braço fraticida para o assassínio de seu irmão.
            Que a Mãe santíssima defenda o eventual detentor do poder na Terra de Santa Cruz, para que não se interrompa o trabalho preparatório dos prepostos de Ismael à obra da sua missão.
            Meus companheiros, cuidado! O tempo atual é o predito, como bem o sentis.
            Apegai-vos à Virgem para poderdes, sem falir, chegar gloriosamente ao fim da vossa jornada , satisfeitos por haverdes cumprindo o vosso dever. Paz fique convosco. – Bittencourt.





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