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segunda-feira, 5 de setembro de 2011

52 Trabalhos do Grupo Ismael



52



SESSÃO DE 5 DE  JUNHO DE 1940


Manifestação sonambúlica


            Quarta do mesmo Espírito que se vinha manifestando sob o nome de Miguel e que termina a sua manifestação, dirigindo palavras de exortação e conselho ao Espírito que se apresentara na sessão anterior e que ele revelou ter sido o seu braço forte, seu lugar-tenente na chefia das falanges que lhe obedeciam ao mando.


Médium: J. CELANI


            Espírito. – Ei-la a ronda terrível em torno do pequeno baluarte do Evangelho em  espírito e verdade. Sabeis, infelizes, o que isto significa? E’ a conquista do Bem para o Espírito que no passado se degradou, praticando ignomínias e toda sorte e miséria, que afastam a criatura da finalidade da sua criação.
            Meus amigos, quando convosco eu terçava, colocado em campo oposto ao vosso, o que maior admiração me causava era a tenacidade de alguns dos vossos companheiros que, premidos por dificuldades de toda ordem, a braços com inumeráveis dificuldades, apedrejados pelos homens e pelos Espíritos, firmes se conservavam na estacada  e, anônimos, ombreavam com a turba  multa que perambula  pelas ruas. Porque – inquiria eu – esse heroísmo ignorado e sem prêmio? Hoje, eu mesmo respondo a essa pergunta que então fazia intimamente. São os marcados com o selo do Cristo, para obra da evangelização cristã; são Espíritos que delinquiram no passado e que, redimidos pela dor numa travessia tenebrosa, servem ao próximo para servirem ao seu Senhor.
            Só o Espírito que desceu muito pode compreender quanto custa a ascensão para purificação moral. Eu tinha a embaraçar-me os passos que esse que foi meu lugar-tenente e que me substituiu na chefia dos combatentes, quando me vi envolvido pelas sentinelas do Cristo e não mais pude volver às minhas fileiras.
            Uma fração do meu exército me acompanhou. Lutei desesperadamente por atrair a parte restante para a nova situação em que me encontrava. Ele, porém, que fora um braço a serviço da inteligência que me guiava, resistiu, elaborando planos, ardis e insídias com que obstasse à obra dos vossos Guias aqui presentes, neste momento.
            Quando poderia eu pensar que com ela me defrontaria neste recinto! Instante de assombro para nós ambos. Ele não sabe o que se passa em torno de si. Vê-se só, cego, sem vontade. Mas, é todo ainda uma chama de ódio e de maldade. Não percebe que a única barreira que se opõe ao progresso do Espírito é orgulho, a presunção cientifica. No dia em que se despojar dessa lepra, compreenderá que a criatura nada é nada possui e nada pode sem o seu Criador.
            Foi assim que iniciei os meus passos pela nova senda: estudando e sofrendo. O sentimento, no entanto, era atenuado pela percepção da sua necessidade. É um sofrimento redentor esse, porque modifica  a alma, como o cadinho depura o metal precioso. Apenas um resquício conservo desse orgulho, bastante, contudo, para me obscurecer a visão e impedir a apreensão clara das grandes coisas que contemplo nesse laboratório formidável que é o Infinito.
            Há, nele, presentemente, um labor incessante de preparação das grandes tarefas na Terra. Os Espíritos mestres mergulham no passado da humanidade terrena e mostram aos discípulos atentos as causas remotas das grandes hecatombes de agora e em seguida lhes dão a ver o que será o mundo no futuro, dócil ao cumprimento das leis de Deus e entregue ao trabalho em o qual tereis a vossa tarefa.
            Muitos há que observam pesarosos esses cursos de preparação, porque sabem  que não podem participar da obra grandiosa, para a qual é preciso os conjuguem, formando perfeita unidade, a ciência e a moral.
            É interessante, direi melhor: edificante o que se passa, porque tudo o que se vai realizar, após a procela destes dias, tem o seu ponto de mira no Calvário, visto que tudo converge para o mandamento maior  - o amor ao próximo como a si mesmo.
            A inteligência desvairou; formaram-se bibliotecas de compêndios de filosofias complicadas. Entretanto, uma só sentença: amar ao próximo como si mesmo, resume toda a lei e os profetas.
            Vemos inúmeros corpos trucidados e os Espíritos em luta no espaço, o sangue a correr na Terra e por toda parte o pranto e o ranger de dentes. Por que? pergunta o homem iniciente dos ensinos do Cristo. Quando terá início a renovação anunciada? Quando a terra estiver aparelhada a receber os Espíritos Mestres, que não poderão conviver ombro a ombro com os egoístas e os orgulhosos. Eles precisam ter seu ambiente próprio, seus núcleos especiais e apoio semelhante ao que o Cristo teve dos seus prepostos.
            Sopra o vendaval preparando o caminho. A treva está como que em suspenso, porque antevê a derrocada da sua obra. Contempla o mundo e se espanta com a devastação feita pela concupiscência e pela imoralidade dos pensamentos entre os homens. Ela, porém, se engana: as gerações que habitam a Terra se transmutarão como por encanto. Na hora propicia, a palavra da Verdade encontrará eco nos corações, para a reforma e a purificação. Os incompatíveis com essa transmutação serão ceifados, como nos campos as vergônteas, pelos vendavais enfurecidos.
            Choro o meu passado de crimes, porque, mercê da misericórdia divina, entrevejo, embora palidamente, essas alvoradas de que não poderei participar, porque longa tem de ser a minha preparação, antes de voltar ao plano terreno para comungar com os novos levitas na hóstia santa do Cristianismo redivivo.
            Tudo vem a seu tempo  - diz-me aqui o meu mentor  - e é fato. Não podemos tomar de assalto a virtude, quando dela nos afastamos por longos anos de maldades e perversidades. Caminharei paciente, percorrendo a minha trajetória evolutiva, para, afinal, tomar o meu lugar na caravana do progresso terreno.

(Dirigindo-se a outro Espírito invisível):

            Sim! Gostaste? Ainda  é cedo. Precisas abrandar o teu furor para vires entre os homens de boa vontade trocar ideias que te esclareçam o entendimento. Eu também passei por esse caminho; sofri, até que, por fim, achei a vontade... Então! se não tens domínio sobre ti mesmo, como queres dominar os outros.

(Breve silêncio)

            Não é isso; é o teu orgulho. Quer lhe chames Deus, quer lhe chames poder, hás te confessar que, se aqui vens, é contra a tua vontade.
            Virás, a seu tempo... Não tens mais ninguém contigo. Blasonas! Repito: Ninguém mais te acompanha. 
            Deus, o Cristo, sim, e os seus servos, que formam legiões inumeráveis cheias de força, mas que não oprimem. A liberdade jamais é cassada definitivamente ao Espírito. Tu mesmo já não tens vontade e não a terás, enquanto for necessário que não a tenhas, para teu bem.
            Sim, recuperarás os cabedais da tua inteligência.  Simplesmente, não mais poderás emprega-los na prática do mal. Isso, não!
            Quando? Já te disse: tens que, primeiro, vir aqui. Mas, é preciso que abrandes o teu furor, que deixes a violência, para que o instrumento possa prestar-se á tua manifestação. Enquanto assim não acontecer, irás aprendendo, no ambiente desses Espíritos piedosos, que se acham a serviço do Cristo, daquele a quem nós dizíamos servir, lembras-te? Verás como é benéfica a obra da verdade caridade, da caridade cristã.

(Dirigindo-se aos componentes humanos do grupo):

            Meus irmãos, perdoai-me, pois era esse um trabalho necessário.  Trata-se um Espírito terrível, de formidável inteligência, mas de sentimentos precaríssimos, tão precários, que seria perigosa a sua manifestação.
            Os vossos amigos o estão preparando pouco a pouco, para encetar a obra da sua redenção. Tenhamos paciência. – Miguel.

*

Comunicação final,   sonambúlica

Necessidade da maior atenção aos trabalhos do Grupo para que este possa entrar numa fase construtiva. - Aviso sobre o esforço que a treva empregará para não o consentir. -  Maneira por que deve ser preparado o ambiente para o médium que carece de cabedais suficientes. -  Proveito e amplitude dos trabalhos em questão. - Conselhos a um dos membros do Grupo. - Invocação à Virgem.


Médium: J. CELANI


            Meus caros companheiros, Paz.
            Prossigamos na nossa tarefa, atentos ao dever e à responsabilidade que nos cabe e com o coração aberto à penetração do amor divino, ao amor de Jesus ao amor da Virgem, se queremos produzir algo de útil a nós mesmos e àqueles que recebem ou recolhem os ecos do que aqui se faz.
            Eu vos recomendo toda a atenção aos vossos trabalhos, para podermos entrar em nova fase construtiva. Animados desse propósito, tereis de topar com a obra do mal, da treva; tereis de lutar, de sentir a influência perturbadora, procurando desviar dessa tarefa o vosso pensamento. Portanto velhos soldados que sois desta cruzada; que sabeis de quanto é capaz a treva em torno de criaturas ainda com tendências pecaminosas  - guardai-vos, defendei-vos com a oração e a vigilância.
            Eu já vos disse, o médium sem cabedais precisa de ambiente que o ampare na sua produção. É necessária a mais perfeita concentração, nenhum desvio do pensamento do fim para que vos congregais, de modo que ele seja, tanto quanto possível, o transmissor fiel do que digam os Espíritos que se comunicam.
            Estes trabalhos são de grande proveito para todos. Tem uma amplitude que não podeis abranger e, como o bem não é de fácil conquista, concluirei dizendo que sobre vós chovem as setas contra as quais necessárias de escudo.

(Dirigindo-se a um dos membros do Grupo):

            Oh! M., procura um médium que te dê passes. Medica-te como espírita, compreendes? Pede uma receita e toma o remédio. Sê assíduo aqui, para que possas ter, oportunamente, a tua tarefa.

(Replicando ao que respondera M.):

            Não quis com o que disse atirar-te a primeira pedra. Quis dizer-te que estás enfermo e que precisas curar-te. Tens o teu livro arbítrio: atende, ou não. Trata-te como espírita, eis o que tenho a dizer-te. Tem paz, calma e fé.

*

            Meus companheiros, vamos pedir à Virgem que sobre todos, indistintamente, sobre os da Casa de Ismael e sobre os outros, que caminham afastados deste Colégio, estenda o manto do seu grande amor e ilumine com a luz do amor de seu Filho Jesus as consciências daqueles que receberam o mandato de diretores da Federação Espirita Brasileira.
            Ide para os vossos lares com os pensamentos e os corações predispostos a receber os eflúvios do amor dessa Mãe gloriosa e caridosa, que nada nega a seus filhos. Paz fique convosco. – Richard.





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