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domingo, 14 de agosto de 2011

Sal da Terra - Luz do Mundo - A Candeia - Brilhe a vossa Luz



-Sal da Terra-
 -Luz do Mundo-
-A Candeia-
-Brilhe a vossa Luz-

         5,13 Vós sois o sal da Terra. Se o sal perde o sabor com que lhe será restituído o sabor ? Para nada mais serve senão para ser lançado fora e calcado pelos homens. 5,14 Vos sois a luz do mundo. Não se pode esconder uma cidade situada sobre um monte. 5,15 Ninguém acende a candeia e a coloca debaixo do alqueire, mas no velador, e assim alumia a todos os que estão na casa. 5,16  Assim brilhe também a vossa luz diante dos homens para que vejam as  vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos céus.

            Seguem as explicações no texto de Allan Kardec, em  “O Evangelho...”, Cap. XXIV,  para Mt (5,15) :
           
            “Admira-se  ouvir  Jesus dizer que não se deve colocar a luz sob o alqueire, enquanto Ele mesmo oculta, sem cessar, o sentido de suas palavras sob o véu da alegoria, que não pode ser compreendida por todos. Ele se explica dizendo aos seus apóstolos: Eu lhes falo por parábolas, porque não estão no estado de compreender certas coisas; vêem, olham, ouvem e não compreendem; dizer-lhes tudo seria, pois, inútil no momento; mas a vós eu vo-lo digo, porque vos é dado compreender esses mistérios. Tratava, pois, com o povo, como se faz com as crianças, cujas idéias não estão ainda desenvolvidas. Com isso indica o verdadeiro sentido da máxima: “ Não se deve colocar a candeia sob o alqueire, mas sobre o candeeiro, a fim de que todos aqueles que entrem possam vê-la.” Não significa que é preciso inconsideradamente revelar todas as coisas; todo ensinamento deve ser proporcional à inteligência daquele a quem é dirigido, porque há pessoas que uma luz muito viva ofusca sem esclarecê-las.”
               
            Para  Mt  (5,13) - Vois sois o sal da Terra... - leiamos  “Livro da Esperança” de Emmanuel por Chico Xavier:

                “Frequentemente atribuís ao corpo as atitudes menos felizes que te induzem à queda moral;  por vezes, diligencias enfraquecê-lo, ou flagelá-lo, a pretexto de evitar tentações.

                Isso, porém, seria o mesmo que espancar o automóvel porque o motorista dementado se dispusesse a utilizá-lo num crime, culpando-se a máquina pelos desvios do condutor.

                Muitos relacionam as doenças que infelicitam o corpo, - quase todas por desídia do próprio homem, - olvidando, contudo, que todos os patrimônios visíveis da Humanidade, na Terra, foram levantados através dele.    

                Sócrates legou-nos ensinamentos filosóficos de absoluta originalidade, mas não conseguiria articulá-los sem o auxílio da boca. Miguel Ângelo plasmou obras primas, imortalizando o próprio nome, entretanto, não lograria concretizá-las sem o uso dos braços. Desde Colombo, arriscando-se ao grande oceano para descortinar terras novas, aos astronautas dos tempos modernos, que se lançam arrojadamente no espaço cósmico, é com os implementos físicos que se dirigem os engenhos de condução. Da prensa de Gutenberg às rotativas de hoje, ninguém compõe uma página sem que as mãos funcionem ativas. Do alfinete ao transatlântico e do alfabeto à universalidade, no planeta terrestre, tudo, efetivamente, é levado a efeito pelo espírito mas por intermédio do corpo. E, sem dúvida, que pensamentos  e planos sublimes, ainda agora, fulguram em torno dos homens, com respeito à grandeza das civilizações do porvir, contudo, essas ideias gloriosas estão para a realidade humana, assim como a sinfonia na pauta está para o músico no instrumento. Do ponto de vista físico, é necessário que a inteligência lhes dê o curso necessário e a devida interpretação.

                És um espírito eterno, em serviço temporário no mundo. O corpo é o teu refúgio e teu bastão, teu vaso e tua veste, tua pena e teu buril, tua harpa e tua enxada.

                Abençoa, pois, o teu corpo e ampara-lhe as energias para que ele te abençoe e te ampare, no desempenho de tua própria missão.”


         Emmanuel e Francisco C. Xavier, em “Caminho, Verdade e Vida”,  ilustram Mt (5,14) -Vós sois a luz do Mundo - com o texto que se segue:

            “O Evangelho está repleto de amorosos convites para que os homens se edifiquem no exemplo do Senhor.

            Nem sempre os seguidores do Cristo compreendem esse grande imperativo da iluminação própria, em favor da harmonia na obra a realizar. Esmagadora percentagem de aprendizes, antes de tudo, permanece atenta à edificação dos outros, menosprezando o ensejo de alcançar os bens supremos para si.

            Naturalmente, é muito difícil encontrar a oportunidade entre gratificações da existência humana, porquanto o recurso bendito de iluminação se esconde, muitas vezes, nos obstáculos, perplexidades e sombras do caminho.

            O Mestre foi muito claro em sua exposição. Para que os discípulos sejam a luz do mundo, simbolizarão cidades edificadas sobre a montanha, onde nunca se ocultem.

             A fim de que o operário de Jesus funcione como expressão de claridade na vida, é indispensável que se eleve ao monte da exemplificação, apesar das dificuldades da subida angustiosa, apresentando-se a todos na categoria de construção cristã.

            Tal comedimento é imperecível.

            O vaivém das paixões não derruba a edificação dessa natureza, as pedradas deixam-na intacta e, se alguém a dilacera, seus fragmentos constituem a continuidade da luz, em sublime rastilho, por toda parte, porque foi assim que os primeiros mártires do Cristianismo semearam a fé.”

            Para Mt  (5,15) - A Candeia Viva - leiamos também “Fonte Viva”  de Emmanuel por Chico Xavier:

            “Muitos aprendizes interpretam semelhantes palavras do Mestre como apelo à pregação sistemática, e desvairam-se através de veementes discursos em toda parte. Outros admitiram que o Senhor lhes impunha a obrigação de violentar os vizinhos, através de propaganda compulsória da crença, segundo o ponto de vista que lhes é particular.
           
         Em verdade o sermão edificante e o auxílio fraterno são indispensáveis na extensão dos benefícios divinos da fé. Sem a palavra, é quase impossível a distribuição do conhecimento. Sem o amparo irmão, a fraternidade não se concretizará no mundo.

         A assertiva de Jesus, todavia, atinge mais além. Atentemos para o símbolo da candeia. A claridade na lâmpada consome força ou combustível.

          Sem o sacrifício da energia ou do óleo não há luz.

         Para nós, aqui, o material de manutenção é a possibilidade, o recurso, a vida.

         Nossa existência é a candeia viva.

         É um erro lamentável despender nossas forças, sem proveitos para ninguém, sob a medida de nosso egoísmo, de nossa vaidade ou de nossa limitação pessoal.

         Coloquemos nossas possibilidades ao dispor dos semelhantes.

         Ninguém deve amealhar as vantagens da experiência terrestre somente para si. Cada espírito provisoriamente encarnado, no círculo humano, goza de imensas prerrogativas, quanto à difusão do bem, se persevera na observância do Amor Universal.

         Prega, pois, as revelações do Alto, fazendo-as mais formosas e brilhantes em teus lábios; insta com parentes e amigos para que aceitem as verdades imperecíveis; mas, não olvides que a candeia viva da iluminação espiritual é a perfeita imagem de ti mesmo.

         Transforma as tuas energias em bondade e compreensão redentoras para toda gente, gastando, para isso,  o óleo de tua boa vontade, na renúncia e no sacrifício, e a tua vida, em Cristo, passará realmente a brilhar.”

            Para  Mt  (5,16) - Assim brilhe também a vossa luz... - leiamos “Palavras de Vida Eterna”, de Emmanuel por Chico Xavier:

            “Brilhe vossa luz” - disse-nos o Mestre - e muitas vezes julgamo-nos unicamente no dever de buscar as alturas mentais. E suspiramos inquietos pela dominação do cérebro.

            Contudo, o Cristo foi claro e simples no ensinamento.

            “Brilhe também a vossa luz diante dos homens para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos céus.”

            Não apenas pela cultura intelectual. Não somente pelo verbo flamejante. Não apenas pela interpretação eficiente das Leis Divinas. Não somente pela prece labial, apurada e comovedora.

            Nem só pelas palavras e pelos votos brilhantes.

            É indiscutível que não podemos menosprezar a educação da inteligência, mesmo porque a escola, em todos os planos, é obra sublime com que nos cabe honrar o Senhor, mas Jesus, com a referência, convidava-nos ao exercício constante das boas obras, seja onde for, pois somente o coração tem o poder de tocar o coração, e, somente aperfeiçoando os nossos sentimentos, conseguiremos nutrir a chama espiritual em nós, consoante o divino apelo.

            Com o amor estimularemos o amor... Com a humildade geraremos a humildade... Com a paz em nós ajudaremos a construir a paz dos outros... Com a nossa paciência edificaremos a paciência alheia. Com a caridade em nosso passo, semearemos a caridade nos passos do próximo.
Com a nossa fé garantiremos a fé ao redor de nós mesmos.

            Atendamos, pois, ao nosso próprio burilamento, porquanto apenas contemplando a luz das boas obras em nós é que os outros entrarão no caminho das boas obras, glorificando a Bondade e a Sabedoria de Deus.”
           



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