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quarta-feira, 13 de julho de 2011

AJ - Fenômenos Espíritas-3



Fenômenos
Espíritas-3
(Na Igreja Católica)


Rodolfo Calligaris
Reformador (FEB) Março 1975


            As relações entre o mundo visível e o invisível tem-se verificado também no seio da Igreja Católica, desde os primórdios de sua organização até os nossos dias.

            S. Gregório, o taumaturgo, bispo de Neocesaréia, declara ‘ter recebido de João Evangelista, em uma visão, o símbolo da fé pregado por ele na sua igreja’ (‘Obras de S. Gregório de Nissa’, ed. de 1638, t.II, págs. 545 e 546).

            Orígenes fala muitas vezes, em suas obras, da manifestação dos mortos. Na controvérsia que teve com Celso, diz:

            “Não duvido que Celso escarneça de mim; as zombarias, porém, não me impedirão de dizer que muitas pessoas têm abraçado o Cristianismo a seu pesar, tendo sido de tal modo seu coração repentinamente transformado por algum espírito, quer numa aparição, quer em sonho, que, em lugar da aversão que nutriam pela nossa fé, adotaram-na com amor até ao ponto de morrer por ela. Tomo Deus por testemunha da verdade do que digo: Ele sabe que eu não pretendo recomendar a doutrina de Jesus Cristo por meio de histórias fabulosas, mas com a verdade de fatos incontestáveis.” (‘Orígenes’, ed. beneditina de 1733, t.I, páginas 361 e 362)...

            ...O abade Poussin, em sua obra “O Espiritismo perante a Igreja” (1866), diz que “São Tomás de Aquino comunicava-se com os habitantes do outro mundo, com mortos que o informavam do estado das almas pelas quais se interessava ele, com santos que o confortavam e lhe patenteavam os tesouros da ciência divina”...

            ...Que os sacerdotes da Antigüidade sabiam perfeitamente como entrar em comunicação com os Espíritos di-lo, mais uma vez, o notabilíssimo exemplo a seguir, relatado por Gregório de Cesaréia:

            “Ao tempo em que o Concílio (de Nicéia) ainda efetuava suas sessões, e antes que os Padres tivessem podido assinar as decisões, dois piedosos bispos, Crisantus e Misonius, faleceram. O concílio, depois de haver lavrado o termo, lastimando vivamente não ter podido juntar seu voto aos de todos os outros, compareceu incorporado ao túmulo dos dois bispos e um dos padres, tomando a palavra, disse: “Santíssimos pastores, terminamos juntos nossa tarefa e combatemos os combates do Senhor. Se a obra Lhe agrada, dignai-vos no-lo saber, apondo-lhe vossa assinatura.”

            “Em seguida, foi a decisão lacrada e deposta no túmulo, sobre o qual foi também aposto o selo do concílio. Depois de terem passado toda a noite em oração, no dia seguinte ao amanhecer quebraram os mesmos selos e encontraram, por baixo do manuscrito, as seguintes linhas autenticadas com as rubricas e assinaturas dos defuntos consultados: “Nós, Crisantus e Misonius, que havemos assentido, com todos os Padres, ao 1º e santo Concílio Ecumênico, posto que presentemente despojados de nossos corpos, subscrevemos, entretanto, do nosso próprio punho a sua decisão. (“Em Lipomam”, t.VI - Discurso  acerca do sínodo de Nicéia).

            Nicéforo (Livro VIII, cap. XXIII) acrescenta que “a Igreja considerou essa manifestação como um notável e positivo triunfo sobre seus inimigos”.

            Ver estas citações apud Léon Denis, “Cristianismo e Espiritismo”.  


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