Pesquisar este blog

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Coitado de mim...


O que acontece agora
             O que acontece hoje, agora, não pertence ao momento do acontecimento. 
É conseqüência de um ontem, talvez, muito distante; 
é o produto de fragmentos esparsos, 
agora completados, que se materializa e se torna visível, 
palpável e sensível.
            O momento presente é o resultado de muitos ontens, 
de muitos momentos do passado.
 É a colcha de retalhos que se completa cada dia e cada hora, 
com pedacinhos que lhe formos acrescentando.
            Não estamos vivendo o que acabamos de executar. 
Não estamos colhendo o fruto que acabamos de semear, 
mas o fruto doce ou amargo da nossa semeadura do passado, 
que frutificou e pela qual somos responsáveis. 
São nossos esses frutos e teremos de prová-los, 
queiramos ou não.
            Cenas inesperadas acontecem na nossa vida. 
Surpresas agradáveis ou dolorosas nos tomam de assalto 
e nos espantamos com o inesperado, 
e não podemos entender porque alguém nos estende a mão amiga, 
nos estreita ao coração, oferece-nos uma amizade 
que julgamos não merecer; ajuda-nos plenamente em nossos anseios. 
Outras vezes, somos surpreendidos por ingratidões, injustiças,
 mal-querenças, e não compreendemos o porquê de tais reações,
 porque também achamos que não a merecemos.
Eis aí o ontem se apresentando e trazendo o seu fruto,
 que teremos que colher, pois “a colheita é obrigatória”.
Os que estão afastados do conhecimento das leis de Deus, 
os que vivem apenas com os sentidos voltados 
para o mundo ilusório da matéria não compreendem 
esses contrastes da vida, esses paradoxos. 
Acabamos de enxotar alguém, de ferir, 
de enganar, e eis que somos 
agraciados com recompensas agradáveis. 
Outras vezes, beneficiamos, amparamos, 
damos o melhor de nós, 
e somos seguidamente apedrejados, 
perseguidos, achincalhados!
Que Deus é esse que permite tanta incoerência,
 tanta injustiça? 
Assim pensam os que desconhecem a lei de causa e efeito.
 E não entendendo o porquê, revoltam-se e sentem certa descrença. 
Se já têm algum esclarecimento espiritual,
 porém recente, sentem uma tentação de se afastar de tudo isto, 
abandonando essa rota, pois não lhes parece correto, pela lei, 
serem punidos quando acertam e premiados quando erram.
 Está escrito: “A quem muito tem, mais lhe será acrescentado,
 e a quem pouco tem, até esse pouco lhe será tirado.” 
Se a sua fé é pouca, está sujeito a perdê-la em momento assim.
Aí está a prova, amigos, 
de que o fruto que colhermos agora é produto da semente
 plantada no passado, mas fomos nós que a semeamos, 
estejamos certos. 
Nada vem com o endereço errado.
Portanto, nós que já conhecemos essa verdade, 
tratemos de semear boas sementes,
escolher o momento ideal para a sua semeadura.
Não nos revoltemos nem nos envaideçamos 
com a nossa colheita de agora, 
procurando, cada vez mais, 
selecionar as nossas sementes 
para uma futura colheita mais farta,
 saborosa e nutritiva, especialmente.


         Livro:  “Eu sou o caminho...” (Ed. Lachatre) 
por
  Cenyra Pìnto


Nenhum comentário:

Postar um comentário