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domingo, 15 de maio de 2011

10/10 Os primeiros 400 anos


10/10

361      Morre Constâncio II. O imperador agora é Juliano que tenta a restauração do paganismo, sem sucesso. Mesmo assim, perseguições e lutas existiram. Juliano, até hoje é tido como apóstata pelos católicos. Dimitre Mareikowski no romance La Mort des Dieux afirma que Juliano ao morrer teria dito:
            “-Venceste, Galilei, Venceste!
            Juliano reconhecia enfim que a doutrina do doce Rabi era imorredoura.

363/364    Assume o cristão Joviano.

364/378 Governo de Valente, no Oriente e de Valentiniano I, no Ocidente.
           
            “Esta idéia sobre a natureza do corpo de Jesus não é nova. No quarto século Apolinário, de Laodicéia, chefe da seita dos apolinaristas, pretendia que Jesus não tivesse tomado um corpo como o nosso, mas um corpo impassível, que descera do céu no seio da santa virgem e não nascera dela; que por essa forma Jesus não havia nascido nem sofrido, e que só morrera em aparência.
            Os apolinaristas foram anatemizados no concílio de Alexandria em 360, no de Roma em 371 e no de Constantinopla em 381.”
            Escreveu Antônio Lima (17).
            Zêus (8) coloca a morte de Apolinário nas proximidades de 390.
            Prosseguimos com Zêus (8):  
            “O Sínodo de Antioquia (378) anatematizava aqueles que ‘dizem que o Verbo de Deus habitou em carne humana no lugar de uma alma inteligente e racional’.”
            “O Primeiro Cânon do Concílio de Constantinopla (381) também condena os apolinaristas e o Concílio de Roma (381), repetia:
            “Pronunciamos anátema contra aqueles que dizem que o Verbo de Deus esteve na carne humana em vez ou no lugar da alma humana racional e intelectiva”.
            O Quinisextum Sínodo (691), no primeiro cânon, não esqueceu de, novamente, condenar “Apolinário, chefe da malícia, que impiamente declarou que o Senhor não assumiu um corpo dotado de alma e mente (Mansi, Collectio, 1759-1798, XI, 936.)”

375      No Ocidente, Graciano, filho de Valentiniano I  é nomeado imperador. O governo do Oriente passa a Teodósio.

            Nilo
            por Almerindo de Castro (16).
            “Muito jovem ainda, foi nomeado pelo imperador Teodósio (reinou no Oriente de 375 até 395 d.C.) para importantes cargos, inclusive prefeito de Constantinopla. Nobre, rico, casado com distinta senhora, de elevada hierarquia, grande fortuna e invejáveis dotes de corpo e de espírito, vivia feliz na paz do lar abençoado por 2 filhos que Deus lhe dera. Avisado, porém, graças às suas faculdades de médium, pelos guias espirituais, de que fracassaria inteiramente na Terra, pelos riscos a que estava exposto, vivendo no meio de tanto luxo, poderio e cargos profanos, Nilo abandonou tudo e retirou-se para o Monte Sinai.
            Ali, entregue à meditação e às orações, produziram-se, com toda a clareza, fatos espíritas, sendo Nilo alvo da perseguição de Espíritos atrasados - travando lutas terríveis - nas quais as suas armas eram as do Evangelho, isto é, as mesmas que o Espiritismo ensina: oração, pureza de costumes, humildade, caridade.
            E os fenômenos eram os mesmos que o Espiritismo registra hoje -16 séculos- 1600 anos depois -  conforme os descreve o próprio Nilo, em uma das muitas cartas que deixou, dirigidas a outros anacoretas que viviam cheios de medo dos espíritos, tal qual em nossos dias certas criaturas que, em vez de orar pelos irmãos sofredores do Espaço, tomam-se de terror e fogem até de ouvir falar do Espiritismo.
            Não vos aterrem, diz Nilo, nem vos metam medo as ameaças dos espíritos malignos, nem os seus fantasmas, nem os tremores de vossa cela, nem as luzes, nem as vozes diversas e várias figuras, ora de serpentes, ora de bestas ferozes, que eles tomam, como nem os espectros e assaltos repentinos e noturnos, risadas desordenadas, danças, aparições lascivas e outros semelhantes esforços dos mesmos espíritos malignos, com os que sois molestados, segundo me dizeis, nesse retiro.
            Não lhes tenhais medo, nem vos amedrontem tais coisas. As mesmas, e muito mais graves, temos nós também por vezes experimentado e sabemos haverem-nas padecido outros ainda, antes de nós.
            Tudo isso é nada e se deve ter por nada.
            Portai-vos como homens valorosos e pode em campo as armas espirituais para abater os vossos inimigos.
            E que armas aconselhava Nilo? -Uma fé viva em N.S. Jesus Cristo, a paciência, a humildade.”

383      Morre Graciano. Sucede-o Valentiniano II. Teodósio prossegue.

390      Ambrósio, bispo de Milão impõe penitência pública ao imperador Teodósio, O Grande, por crueldades perpetradas ao reprimir a revolta dos tessalonicenses.

392      Morre Valentiniano II. O imperador Teodósio unifica os impérios bem como proíbe os cultos pagãos. Oficializa-se o Cristianismo.

384      Os Evangelhos por Jerônimo
            Escreveu Imbassahy (13): 
            “Chegaram a existir 54 Evangelhos. Daí a perplexidade de S. Jerônimo, quando, em 384, foi incumbido de traduzir o Velho e o Novo Testamento, tradução hoje conhecida como Vulgata.    
            Ficou ela constituída por trechos antigos, cujas cópias diferiam entre si: tot sunt enim exemplaria quot codices.
            Tais dificuldades fizeram com que S. Jerônimo declarasse ao Papa:
            De uma obra antiga me pedis que faça uma nova. Quereis que me torne árbitro entre os exemplares das Escrituras, que estão dispersas por todo o mundo, que diferem entre si, tendo eu que distingui-las, de acordo com o texto grego verdadeiro. Piedoso é talvez esse trabalho, mas também perigosa ousadia...”

395      Morre Teodósio. O império romano é definitivamente dividido. No Ocidente -        Honório; no Oriente - Arcádio. O império do Oriente resistiria por mais 1.000 anos. O império do Ocidente logo estaria desarticulado pelas invasões dos bárbaros.

c400    Pelagianismo
            Doutrina do monge herético britânico Pelágio (c350-420d.C.), que rejeitou a visão pessimista do cristianismo de que a raça humana é totalmente corrrompida e sem livre-arbítrio.
            Insistia que Deus poderia ser alcançado, pelo esforço humano, através do ascetismo.
            Suas crenças provinham parcialmente de uma reação ao maniqueísmo e da necessidade de subsistência no início do colapso da antiga ordem imperial.
            Condenado em 416, foi excomungado em 418 e desapareceu de qualquer registro. Alguns de seus trabalhos sobrevivem de forma fragmentada.
            Sua influência permaneceu particularmente na Grã-Bretanha e Gália, que haviam crescido independentemente de Roma.
            O assunto assumiu posteriormente importância central na disputa entre as teologias protestante e católica durante a Reforma.

410      Roma é saqueada  por Alarico e seus godos.
           
            A partir de então e progressivamente,  o Cristianismo, puro em sua prática e pleno em caridade e amor ao próximo, se encarcera pelo poder do  homem e sofre distorções inúmeras, a saber:

-a primazia de Roma sobre o mundo;
-o culto a imagens e a santos,
-os altares e paramentos;
-a invenção do papado no  século VII;
-o ininteligível latim em alguns rituais;
-as liturgias; 
-a canonização;
-a confissão oral;  
-a adoração da hóstia; 
-o celibato dos sacerdotes;
-a perseguição, tortura e morte dos hereges;
-a inquisição;
-os privilégios no julgamento de crimes comuns e
-a instituição da infalibilidade papal, em 1870.

            Com o Espiritismo, os cristãos retomam as pegadas do Mestre e, passo a passo, buscanco elevar-se em amor ao próximo para merecer, enfim, Seu reino.                  

Bibliografia: 

(1) Emmanuel, por Francisco Cândido Xavier em ‘Há 2000 anos’(FEB).
(2) Emmanuel, por Francisco Cândido Xavier em ‘50 anos depois’(FEB).
(3) Emmanuel, por Francisco Cândido Xavier em ‘Paulo e Estevão’(FEB).
(4) Emmanuel, por Francisco Cândido Xavier em ‘Ave Cristo!’(FEB).
(5) Emmanuel, por Francisco Cândido Xavier em ‘A Caminho da Luz’(FEB)
(6) Emmanuel, por Francisco Cândido Xavier em ‘Emmanuel’(FEB).
(7) Luciano dos Anjos, “O ATALHO”, Análise Crítica do Movimento Espírita,  Reformador Jan-Dez 1973
(8) Ismael Gomes Braga, “Elos Doutrinários” (FEB) e apêndice por  Zêus Wantuil.
(9)  Nova Enciclopédia Ilustrada Folha 1996 (Ed. Folha de S. Paulo 1996)
(10) Indro Montanelli em ‘História de Roma’ Ed. IBRASE - Inst. Bras. de Difusão Cultural,
São Paulo, SP em novembro de 1961
(11) Michael Gough em “Os Primitivos Cristãos”,  Editora Verbo, 1972.
(12) Apud J. Leal, Valor Crítico de los Evangelios, Granada, 1942, p.40. Fonte:  Dr. Sebastião Romano Machado, Prof. do Depto. de História do Inst. de Hist. e Serv. Social - UMESP - Franca SP 1977 Livro “Crise do Império Romano e o Cristianismo”.
(13) Carlos Imbassahy em “Religião” (FEB).
(14) Williston Walker em “História da Igreja Cristã”, Co-Ed. JUERP-ASTE.
(15) Luciano dos Anjos em “Os Adeptos de Roustaing”, (AEEV 1993).
(16) Almerindo Martins de Castro, Reformador 01. 12. 1928.
(17) Antônio Lima em “Vida de Jesus” (FEB).
(18) Engel-Rémy (Jean Marc Engel e Jean-Rémy Palanque) em “O Império Romano” , Ed. ATLAS 1978.









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