Pesquisar este blog

quinta-feira, 14 de abril de 2011

'Rainha Angelical'


Rainha Angelical

            Mãezinha:

            Para coroar-te a cabeça já dornada da luz do sacrifício, fiz-me garimpeiro de estrelas para tecer uma grinalda de brilhantes com que pudesse expressar-te meu infinito amor.
            Vendo-te encanecer, a pouco e pouco, enrugando a face lisa e rosada, procuro compreender as inúmeras dores que por mim sofreste, e sinto quantos tesouros de renúncia e aflição foste constrangida a guardar nos cofres sublimes do coração.
            Quantas noites de tormenta suportaste, em silêncio, heroína do amor? Nem tu mesma poderias enumerar.
            Há quem finja não conhecer tuas dores, procurando ignorar as tuas vigílias glorificadoras. Nada reclamas, porém. Sabes identificar, no filho ingrato, somente o espírito enfermo e nunca descerras os lábios para reclamar.
            Certa de que a maternidade é sacrifício, apagaste a luz que alimentava teus sonhos de menina e moça para que toda a vida se consumisse na felicidade dos rebentos com que Deus coroou tuas ansiedades...
            Quando os filhos queridos se alçam às culminâncias sociais, somente raros recordam das tuas aflições. No reduto de solidão, porém, a que te acolhes, distendes o amor em cânticos de oração, fruindo, esquecida muitas vezes, a felicidade que eles não desejam repartir contigo.
            Mas se a ventania os arrasta, não aguardas que te chamem. Vigilante, estás sempre de pé, no campo de luta para os defender...
            Rainha angelical do amor, transformada em estátua de agonia, és a alma da vida construindo a Eternidade, em nome do Supremo Pai.
            Mensageira do Céu, és a vida da alma em forma de estrela na Terra.
            Deixa-me, agora, depois de tantas lutas, coroar-te a cabeça com as fulgurantes estrelas do firmamento, perfumando tua alma com os suaves aromas das rosas raras de Jericó, que adornaram Maria, a Mãe de Jesus, rainha de todas as mães.
            Mãezinha, no Dia de todas as mães, eu te bendigo, rainha querida do meu coração.
                       

Anália Franco
por Divaldo Franco
Em 7-2-1962, em Londrina, Paraná


Nenhum comentário:

Postar um comentário